↬𝟎𝟗↫

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O Jimin fez marcha atrás e inversão de sentido. Sem um destino desta vez, ele limitou-se a conduzir por onde conseguia, sem atropelar ninguém, tentando escapar das pessoas que corriam atrás de nós tentando nos atacar.

Mas estava a ficar difícil realizar tudo. E claro que podia ficar tudo pior. Uma nova multidão havia se formado à frente do carro. Olhando para trás, Hoseok viu que também tinha uma multidão a bloquear a passagem.

Estávamos bloqueados e rodeados por pessoas e prédios. Por entre as pessoas, começaram a surgir arqueiros. "Estamos fudidos", pensei. E pela expressão no rosto dos meus amigos, eles estavam com o mesmo pensamento.

Mas notei pelo retrovisor central do carro a expressão do Jimin mudar rapidamente para um sorriso assustador, quando nos perguntou algo de que não estávamos à espera.

— Vocês confiam em mim?

Todos nos entreolhamos e por fim, olhamos na direção do loiro. Foi Taehyung quem falou por nós três.

— Sim. Mas por que essa pergunta, agora, do nada?

— Nada demais. Mas se confiam, aconselho a segurarem-se.

Sem que houvesse tempo de entendermos o que ele estava a dizer, o carro começou a mover-se rapidamente na direção da multidão.

— Jimin, enlouqueceste?! — gritou Hoseok, vendo as pessoas ficando cada vez mais próximas de nós.

Mas antes que a dianteira do carro acertasse em alguém, a multidão pareceu ter despertado do transe e desviaram-se a tempo, abrindo passagem para nós.

Sem tirar o pé do acelerador, o loiro esboçou um sorriso vitorioso. O Taehyung juntou-se a ele. Já eu e o Hoseok, ainda precisamos de nos recuperar do susto antes de eventualmente rir de alegria por termos conseguido escapar dessa situação.

Mas esse sorriso desvaneceu-se rapidamente quando vimos cada vez mais pessoas atrás de nós. Algumas delas vinham nos carros, enquanto os arqueiros se deslocavam nas motos.

Sentimos o coração falhar quando ouvimos um tiro.

— Merda! Mas eles não tinham só arcos e flechas?! — gritei.

— Vamos para a ponte! Acho que é a nossa melhor chance! — gritou Taehyung.

Obedecendo ao amigo, Jimin fez a curva à esquerda, seguindo depois em frente. Sem tirar os olhos da estrada, o corpo dele estremeceu, assim como os nossos, quando ouvimos outro disparo.

Desta vez, o vidro da janela do meu lado partiu-se aos bocados. Alguns caíram para a estrada, mas foi inevitável que alguns caíssem em cima de mim e me perfurassem a pele do braço. Mas o pior foi quando reparei que havia um pequeno buraco redondo na pele, de onde escorria imenso sangue. A bala havia me atingido.

— Yoon! — gritou o ruivinho.

— Tem calma. Não dói nada. — comentei eu, tentando acalmar todos.

De facto, aquilo era verdade. O desespero e o medo que me consumiam, atuavam como analgésicos. Mas isso não deixou Hoseok menos preocupado. Ele automaticamente retirou da nossa mochila alguns papéis e colocou sobre a ferida aberta, pressionando ligeiramente.

— Desculpa, mas tem de ser. Não podes perder muito sangue. — explicou ele, num tom de voz baixo e agudo por causa do medo.

Mas como sempre, a minha mente tinha de poluir tudo o que ele fazia. Aquela voz me fez imaginar se seria assim que ele gemeria. E claro que a posição dele não ajudava.

Ligeiramente inclinado no seu lugar, quase em cima de mim para chegar ao meu braço, deu-me vontade de o puxar para o meu colo. E o rosto próximo do meu só contribuía para nublar a minha mente com todo o tipo de coisas sujas que eu podia fazer com ele naquele carro.

•ʀᴜɴ ʙᴛs•sᴏᴘᴇ•Onde histórias criam vida. Descubra agora