APAIXONADO PELA MÃE

Adaptando-se

JHON SANCHEZ

- Posso levá-la?
Matheus pareceu me analisar.
- Ela é só sua assistente?
Arqueei as sobrancelhas.
- Não! Ela também é minha amiga.
- Que tipo de amiga?
Dei um suspiro longo.
- O tipo de amiga, que eu gosto muito. Algum problema?
- Ei! Calma! Só queria saber, se tem algum interesse romântico entre vocês.
Por um momento fiquei em silêncio.
O que meu irmão diria, se soubesse das coisas que vivi com sua mãe, ultimamente?
Afastei o pensamento.

- Porque quer saber isso?
- Primeiro. - Enumerou com o dedo. - Sou seu irmão. Segundo, o Vinícius ficou animado com ela.
- Animado? - O encarei
Matheus deu de ombros, deixando claro o que queria dizer.
Antes de se retirar, sussurrou pelo ombro.
- Pode levá-la! Se ele deixar.

Segui para o quarto de Cecília. Ao chegar na porta, vejo Vinícius entregando-lhe uma flor, e sentado ao seu lado, colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha. O sorriso que ela abriu para ele, foi sincero e encantador.

- Atrapalho? - Pergunto, colocando as mãos nos bolsos.
Vinícius rapidamente, ficou de pé.
- Imagina! Ela está pronta para ir. - Virou para olhá-la. - Vou sentir saudades, confesso.
- Eu só fiquei aqui por 3 horas.
- Para você ver, como é marcante sua presença.
Reviro os olhos.
- Bom, então vamos Cecília? - Me aproximo, oferecendo ajuda.
- Claro. - Agarra-se ao meu braço, levantando-se.
- Me liga! - Gritou o doutor, antes de passarmos pela porta.

Enquanto Cecília colocava o cinto, dei partida no carro.

- Está tudo bem? - Indagou preocupada. - Sua cara está péssima. É alguma coisa com...
- Não! Está tudo bem, inclusive, meu segurança está levando suas coisas, e a Valentina para minha cobertura.
- Sobre isso...
- Não tem o que discutir. - A interrompi, grosseiramente.
- Qual o seu problema? Porque está bravo?
- Eu sou assim!

Mesmo prestando atenção na rua, a senti fazer careta ao meu lado.

- Insuportável! - Bufou.

Apertei forte o volante, com força.
(...)

Ao chegar em casa, fomos recebidos por Valentina e sua alegria contagiante.
Ambas ficaram abraçadas e conversando.

De longe, eu as admirava.
Cecília era uma mãe incrível, o que refletia-se com perfeição em sua filha.

Pigarreei.
- Meninas! - Chamei. - Eu pedi pizza para gente.
Valentina começou a pular, e bater palmas.
- Eu amo pizza!
- Foi essa educação que eu te dei, menina?
- Foi.
- Ela tem ração. - Disse Cecília me encarando.
- Claro que tem! - Concordei, abaixando para ficar no tamanho da garotinha. - Princesa, seu quarto vai ser o que fica perto do espelho grande. - Apontei para a localização. - Talvez queira vê-lo antes de comer.
- Como assim? Vamos ter quartos separados?
- óbvio.
- Sempre quis ter um.
- Não é...
- Por uma única vez... - Supliquei, aproximando- me de Cecília - Só concorda e fica quietinha!
Mesmo resmungando, concordou.
- Ok!
- Vai lá querida. Tem alguns presentes te esperando.
Como um raio, disparou na direção indicada.

Cecília preencheu o espaço que havia entre nós.

- Você está mimando ela. Isso não é bom!
- Gosto de mimar as pessoas de quem gosto.

Conseguia sentir sua respiração no meu rosto.

- Quando ela precisar se separar de você, vai ser difícil.
Segurei sua cintura, direcionando seu corpo de frente ao meu.
- E, porque eu teria que me separar dela? Ela é minha amiga.
Cecília sorriu.
- Sabe que não é bem assim. Vai chegar a hora que você e sua namorada vão...

Não sei o que diria, pois, a beijei.
De repente senti a necessidade de provar seu gosto. Era algo mais forte do que minha própria razão.