Surpresa

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JHON SANCHEZ

Ao contrário do domingo, a segunda-feira amanheceu ensolarada. Mas, isso não era importante, nada era tão interessante depois de tudo que aconteceu. Contudo, eu estava soterrado de trabalho até o pescoço, impedindo-me de pensar em outra coisa. O que infinitamente, me estressava. Na realidade, até o barulho dos pássaros me tiravam do sério.
Assinei tantos papéis, e li tantos arquivos, que me sentia mortificado.

Fechei a janela, devido à dor de cabeça que me atingiu, voltando minha atenção para a última defesa do dia. Olhei o relógio rolex em meu braço e percebi estar na hora de ir embora. Com um suspiro deixei meu escritório.

— Onde está Cecília? — Perguntei para a secretária do meu andar.
— Estou aqui. — Veio andando lentamente. Sua expressão representava pânico, e sua pele encontrava-se pálida.
— O que houve? — Perguntei, ao me aproximar.
Seus olhos estavam marejados.
— Eu só tenho que ir embora, agora.
— Eu te levo.
Ela segurou meu braço.
— Hoje não! Preciso ficar um tempo, sozinha.
— De jeito nenhum. Trabalhos muitos, deve estar cansada. — Segurei seu rosto. — E mesmo que não queira dizer, ainda, o que aconteceu, parece ser sério. Está péssima!
Cecília não retrucou, o que não acontecia, e ao observá-la bem, percebi que suas mãos tremiam.
Peguei sua bolsa pendurada, e apoiando a palma em suas costas, a guiei até meu carro.
Em vez de leva-la direto para casa, parei no meu apartamento.
— Porque estamos aqui?
— Você parece nervosa. Não é bom a Valentina te ver assim.
Ela apenas concordou.
Subimos direto para a cobertura.

Antes mesmo de sentarmos no sofá, Cecília desabou em um choro descontrolado.
Eu a abracei apreensivo.
— Pelo amor de Deus, me conta. O que te deixou assim?
Seus olhos inchados, me encaram.
— Ele ligou para mim. Era a voz dele.
Demorei alguns segundos para entender.
— Seu ex?
Ela enfiou a cabeça entre as pernas, soluçando.
— O Ferit disse que eu não posso me esconder para sempre.
Então, aquele era o nome do desgraçado.
Segurei seu queixo, fazendo-a olhar para mim.
— Fica calma. Não vai acontecer nada.
— E se ele souber onde estamos?
— A cidade é enorme. Ele deve estar tentando te aterrorizar.
— Conseguiu.
A agarrei pelos ombros, acariciando-os.
— Você tem uma medida protetiva contra ele. Se chegar perto de você ou da Valentina vai preso. Não acho que é isso que ele queira. — Raciocinei.
Cecília me abraçou forte, pela cintura.
— Promete?
— Prometo.
— Agora vem! — Disse, estendendo a mão para ela.
— Ir para onde?
— Você precisa relaxar, e nada melhor do que um banho de banheira. — Busquei por seus olhos. — Hoje, vou cuidar de você. Confia em mim!
Nitidamente com medo e cansada, aceitou minha proposta.
Enquanto ela tirava a roupa, eu preparava seu banho. Além de uma água bem quentinha, coloquei sais relaxantes, e muita espuma.
Cecília entrou no meu banheiro envergonhada.
— Posso fazer isso sozinha.
— Sei disso. Mas eu faço questão.
Cuidadosamente, parei atrás dela e deslizei o roupão por sua pele, até ele fazer um montinho em seus pés. Totalmente nua, ela entrou na banheira. Eu a escutei gemer de prazer.
— Isso é incrível.
— É mesmo! — Concordei, me sentando na beira.
— Não quero viver aquele inferno de novo. Muito menos que a Valentina...
— Não vai acontecer nada. Eu estou aqui. — Ao afirmar isso, coloquei um pouco de shampoo na palma, e comecei a lavar seus cabelos. Ela tentou resistir um pouco, mais logo, estava entregue, com os olhos fechados. Suas madeixas eram sedosas demais. Fiz mensagem em seus ombros tensos, recebendo em troca palavras inaudíveis.
— Nunca ninguém cuidou de mim, dessa forma.
— Assim, como você fez comigo ontem a noite.
Tocar sua pele úmida, estava me deixando tão descontraído, que mal pude conter as palavras.
— Posso entrar com você?
Seus olhos se arregalaram.
— Aqui na banheira?
— É onde você está, não é? Mas se não quiser...
— Eu quero. — Disparou objetiva.
Sorri, satisfeito.
Com agilidade, tirei a roupa e me encaixei no espaço que tínhamos.
Comecei a fazer acaricias em seus pés, depois em suas pernas, coxas, virilha, e por fim, na sua entrada, que assim que recebeu meu dedo, o sugou. Arqueando as costas, Cecília choramingou, e, em simultâneo, gemeu meu nome.
— Vamos esquentadinha, esqueça tudo por um segundo.
— Sim, eu quero esquecer. Me faça esquecer. — Suplicou.

APAIXONADO PELA MÃEOnde histórias criam vida. Descubra agora