JHON SANCHEZO expediente já estava quase no final, quando Cecília entrou no meu escritório, pálida.
- O que houve? - Perguntei aflito
Sem falar nada, me mostrou a tela do celular.
Delicadamente, o tomei de sua mão.
Tratava-se de uma foto onde se via com perfeição, ela, e Vinícius entrando no carro.
- Ele me seguiu!
Percorri os olhos sobre a mensagem escrita em baixo:" Estou chegando CADA VEZ mais perto. Por isso não se esqueça: só eu posso tocá-la."
Cerrei o maxilar com força.
- Isso vai acabar. Ele só quer te deixar nervosa.
- E está conseguindo. Antes, pelo menos, eu achava que nem perto de mim, poderia chegar, mas agora...
- A situação vai ficar pior para ele. - Garanti com firmeza.
- Como assim?
- Realmente existe um depoimento escrito e assinado por você, onde há relatos, específicos, das agressões físicas e verbais que sofria. E em anexo, encontramos também, o relatório médico, comprovando ferimentos. O que aconteceu foi que o seu ex subornou o delegado, para ele não levar em frente as acusações.
- Como você descobriu tudo isso? - Perguntou aflita, enquanto se sentava.
- Tenho pessoas competentes trabalhando para mim. E ao que parece, tenho mais dinheiro que seu ex.
- Subornou ele?
- Claro que não, mas talvez, tenha deixado ele pensar que sim. - Sorri ironicamente.
- Esperto!
- Eu sei! - Respirei fundo. - Os documentos já foram enviados para a estância daqui.
- o que isso quer dizer?
Me sentei, e estiquei o braço para segurar a mão de Cecília.
- Além do documento, e da confissão gravada do delegado...
- Ele se deixou gravar?
- De início não! Acreditou que daria dinheiro a ele. Mas depois, jogamos as cartas na mesa. Ele tinha duas opções, ou sustentava a declaração, ou teria que lidar com as consequências, pois ameacei ir mais fundo. Se é que me entende.
- Não sei se estou entendendo, mas vou fingir que sim. - inclinou a cabeça para o lado, analisando-me. - Além disso, você dizia...
- Conversaram com um casal de idosos que mora na frente da antiga casa de vocês. Eles tinham sob poder, uma gravação da câmera de segurança, onde mostra claramente um... - Engulo seco a expressão, como se fosse veneno. - um... soco que ele te deu, enquanto estava grávida.
Os olhos de Cecília se encheram de lágrimas.
- Eu fui tão covarde. Devia ter deixado ele, muito antes.
Levanto-me, e vou até ela.
- Você foi forte! E a culpa não é sua. - Acariciei seu rosto. - Ele não fez isso só com você. Um detetive que contratei descobriu que outra mulher o acusou de agressão. Isso, junto com as provas, e o meu relatório, como seu advogado, poderá levá-lo a ser preso.
- Jura?
- Sim! Más de início, ele já não pode chegar perto de você, nem te observar de longe.
Seus ombros caíram.
- Graças a Deus!
- Espero conseguir levá-lo a julgamento.
- Acaba com ele, por mim!
- Pode deixar.
Suas mãos pousaram em meu peito.
- Deveria te agradecer, né?
- Não sei, deveria? - Soltei uma risadinha travessa.
Ela arqueou as sobrancelhas.
- Deveria. Mas não vou!
Ri alto, jogando a cabeça para trás.
- Claro que não.
Se afastando, disse:
- Mesmo assim, aprecio o que fez, e está fazendo. - comentou ironicamente.(...)
Ao chegar na cobertura, Valentina veio correndo em minha direção, dando-me um abraço bem apertado. Cecília a meu pedido, voltou para casa mais cedo, pois minha última reunião não necessitava sua presença. Assim, a atenção da pequena garota foi direcionada só para mim.
- Como está princesa?
- Bem! - Disse puxando-me pela mão.
- E a escola, está gostando?
- Ela é muito linda, e tô aprendendo muita coisa.
- Fico feliz em saber.
Sentei no sofá, colocando-a em meu colo.
- Sabe tio, lá tem aulas de balé também.
- E você gostaria de fazer.
- Sim! Mais mamãe disse que não, porque ficaria mais caro. - Fez biquinho.
- Não liga para sua mãe. Vou te inscrever.
- Mamãe não vai gostar.
- Eu converso com ela. Por falar nisso, onde Cecília está?
- Dormindo. Estava com dor na cabecinha.
Franzi a testa.
- Mesmo?
Valentina fez que sim.
- Boa noite meu menino. - Cumprimentou, ao entrar no ambiente.
- Oi, Rosa! Boa noite.
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APAIXONADO PELA MÃE
RomanceJhon Sanchez cresceu encarando o amor como algo perigoso. Devido á traumas de infância, ele nunca se permitiu amar plenamente outra pessoa. Com medo de ter herdado as obsessões da mãe, sempre preferiu fugir de qualquer sentimento que seu coração pud...