Capítulo 13 - O plano macabro

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No mesmo dia em que foram à cabana de Hagrid – e impactados pela conversa que tiveram com o guarda-caça –, Lílian e os Marotos decidiram que algo precisava ser feito. E logo que voltaram ao castelo, começaram a traçar estratégias para vigiar e proteger os alunos e a escola dos apoiadores de Voldemort e aspirantes a Comensais da Morte.

Divergências naturais surgiram principalmente quanto ao modelo de ação que pretendiam adotar. Lílian achava mais prudente levar a sugestão para Dumbledore, uma vez que ela e Tiago eram monitores-chefes, ideia que foi apoiada por Lupin; já Tiago e Sirius queriam vigiar os sonserinos através do Mapa do Maroto (sem consultar o diretor) e intervir diante de qualquer atitude suspeita ou grave; e Pettigrew não parecia muito confiante sobre a ideia de repreender os sonserinos, de qualquer forma que fosse, pois muita coisa estaria em jogo.

Depois de muita discussão sobre o assunto, os cinco decidiram seguir a ideia de Sirius e Tiago, o que era bastante previsível desde o princípio.

Os dois sempre tiveram um espírito de liderança mais aguçado que os demais e, em vez de disputarem essa liderança, souberam dividi-la magistralmente desde o dia em que se conheceram, principalmente por estarem sempre em sintonia no que acreditavam e pensavam; já Lupin e Lílian eram os mais prudentes e até mais inteligentes, porém eram raras as vezes em que não cediam aos dois primeiros; e Pettigrew, desde o primeiro ano em Hogwarts e bem antes de Lílian se juntar ao grupo, sempre fora o mais deslocado, basicamente idolatrando e seguindo os amigos para onde fossem.

E após algumas semanas, já no final de abril, os cinco seguiam dividindo o tempo livre entre estudar intensamente para os N.I.E.M.s e vigiar a escola. Lílian, Remo e Pedro estudavam mais que vigiavam, pois eram os que mais precisavam para a vida fora da escola.

Lílian Evans não podia nem mesmo ser considerada mestiça, pois era a primeira e única bruxa de sua família; Remo Lupin era um lobisomem; e Pedro Pettigrew não tinha dinheiro. Características que, naquele longo e sombrio período no qual se encontrava o mundo bruxo, colocavam os três automaticamente à margem da sociedade. E justamente por isso tirar excelentes notas nos exames era tão importante. Contudo, os três sabiam que essas notas de nada valeriam caso Voldemort ganhasse a guerra.

- Você quer que eu cubra seu turno de novo, Aluado? – Perguntou Sirius, que estava com Remo na biblioteca.

Remo lia com tanta atenção o volumoso livro intitulado Poções Muy Potentes que nem ouviu o que o amigo acabara de perguntar.

- Remo? – Repetiu Sirius.

- Oi? – Perguntou Lupin confuso.

- Você sabe que quase ninguém pode ter acesso a esse livro, não é? Digo, ele não tá na Seção Restrita da biblioteca à toa.

- E daí?

- E daí que nada disso deve cair nos N.I.E.M.s, cara. – Concluiu Sirius, já se preocupando com o excesso de ansiedade do amigo.

- Eu sei que não deve. Mas pode. E isso já é o suficiente para eu estudar. – Respondeu Lupin com simplicidade.

- Você já estudou todos os outros? Digo, os normais das aulas?

- Já. Esses eu já tô sabendo tudo muito bem.

- Que bom, fico feliz. – Disse Sirius, sendo sincero.

- O que você queria me perguntar? Era só isso? Já está na hora do meu turno de vigilância? – Indagou Lupin, completamente perdido no tempo.

- Já. Eu perguntei se você queria que eu cobrisse seu turno. – Respondeu Sirius.

- Ah... Não precisa, eu posso vigiar. – Disse Lupin, hesitante.

Sirius percebeu a hesitação na voz do amigo. E isso era o bastante para ele também.

A Primeira Guerra Bruxa - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora