Capítulo 15 - O pedido de Dumbledore

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Já na Ala Hospitalar, Sirius, Lílian e Tiago pareciam estar em estado de choque, enquanto Madame Pomfrey tratava de todos os dez recém-chegados e Alvo Dumbledore, Minerva McGonagall e Horácio Slughorn tentavam entender o que acabara de acontecer entre os alunos da Grifinória e Sonserina.

Lupin seguia desacordado, assim como Avery, Rabastan e Argo Filch, o zelador. Pedro Pettigrew mantinha uma expressão confusa no rosto, pois, como fora atingido logo no início, não presenciou nada do violento combate.

- Expliquem-se – ordenou McGonagall; sua voz mais séria que o normal, se é que aquilo era possível.

Mas, diante dos olhares severos dos três diretores, ninguém ousou começar a falar.

- Não foi um pedido. Expliquem-se! – Repetiu McGonagall, fuzilando Lílian, Tiago, Sirius, Pedro, Mulciber e Travers com o olhar.

- Professora, nós só estávamos andando pelo segundo andar, conversando, quando fomos abordados e atacados por eles. – Disse Travers, quebrando o silêncio.

- Assim? Do nada? – Perguntou McGonagall, claramente desconfiada sobre a versão de Travers.

- Sim. Começaram a nos ameaçar do nada. Até que, no meio da discussão, nos atacaram. – Respondeu Travers, tentando dar um tom de inocência, surpresa e indignação na voz.

- Mentiroso! Você chamou a Lílian de sangue-ruim! – Vociferou Sirius.

Escandalizado, Horácio Slughorn levou imediatamente a mão à boca que se abrira involuntariamente; McGonagall e Dumbledore, por outro lado, simplesmente olharam de Sirius para Travers, que se manteve calado.

- Eu não estou olhando para o senhor, Sr. Travers, porque pretendo convidá-lo para dançar: eu estou olhando para o senhor porque ainda estou esperando uma explicação. – Ralhou McGonagall.

- Posso ter xingado, mas eles começaram, Professora McGonagall. Nos encurralaram. – Confessou Travers, ainda tentando se manter no jogo.

- Você primeiro disse que eles ameaçaram o senhor e seus colegas... – começou McGonagall, prosseguindo: - Que ameaças foram essas?

O que já era ruim para os alunos de ambas as Casas, não tardou a parecer ainda pior. Para os sonserinos, revelar as ameaças seria o mesmo que expor o plano para Dumbledore, McGonagall e Slughorn; já para os grifinórios, seria o mesmo que instigar a pergunta de como eles tinham conhecimento sobre esse plano.

Não havia saída aparente para nenhum dos dois lados, mas Mulciber não era nenhum amador quando o assunto era mentir para salvar a própria pele e culpar os outros.

- Disseram que acabariam com a gente ali mesmo, no corredor. Falaram um monte de coisas, Professora McGonagall, inclusive sobre a briga no jardim. Eles queriam terminar aquilo e começaram a nos ameaçar, até que Travers xingou a Evans e eles então tiveram a desculpa que queriam desde o início pra atacar. – Falou Mulciber sem nem hesitar.

Desconfiada, McGonagall semicerrou os olhos. Lílian não faria isso, pensou. Já Potter e Black...

Lílian só não chorava de raiva porque já havia derramado todas as lágrimas possíveis pouco antes, no corredor. Sua expressão fechada e olhos vermelhos indicavam, no entanto, o ódio que a garota sentia diante daquela falsa e cínica versão de Mulciber.

- Potter, Evans, o que vocês têm a dizer? – Indagou McGonagall com a voz azeda de desgosto.

- Que é mentira, pra começar – respondeu Lílian enraivecida, em tom sério.

Mas ela não ousava dar uma versão para a história, pois sabia o que estava em jogo: a capa e o mapa, além do distintivo de Monitor-Chefe de Tiago e até mesmo o dela. Tiago, em sintonia com a namorada, também parecia sem ideias para uma versão que não comprometesse tudo isso.

A Primeira Guerra Bruxa - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora