Capítulo 14 - Fúria

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- Precisamos contar ao Professor Dumbledore, Tiago! – Disse Lílian horrorizada.

- Ela tem razão, Tiago, isso já passou dos limites há muito tempo – apoiou Remo Lupin, lançando um olhar sério e preocupado para o amigo.

Os cinco alunos da Grifinória conversavam no topo do corujal sobre o que Sirius e Tiago haviam escutado mais cedo naquele mesmo dia.

A ideia de conversarem ali partira do próprio Monitor-Chefe, que julgava o assunto delicado demais para ser tratado em qualquer lugar que fosse do castelo, mesmo sob feitiços de proteção.

Tiago, no entanto, parecia distante. Debruçado sobre o único parapeito limpo, olhava para o campo de Quadribol com um ar pensativo; estava distraído, desenhando os diversos cenários possíveis em sua mente.

- Pontas? – Chamou Lupin.

Tiago desviou os olhos do campo de Quadribol.

- Oi? É, eu ouvi – completou quando Lupin puxou o ar para repetir o que haviam dito, prosseguindo: – Mas, honestamente, não sei se devemos falar com Dumbledore.

- O quê? – Surpreenderam-se Lílian, Lupin e Pettigrew ao mesmo tempo.

Tiago se afastou do parapeito e encarou os quatro.

- Vocês lembram da conversa que tivemos com o Hagrid, não lembram? – Indagou Potter.

- Claro – respondeu Lílian.

- Então... A Professora McGonagall acreditou na gente, Hagrid acreditou na gente, o Professor Dumbledore acreditou na gente. E os três concordaram que nós seremos valiosos integrantes da Ordem da Fênix no futuro. Mas o que aconteceu com Avery e Mulciber? Absolutamente nada. – Disse Tiago.

- Aonde quer chegar? – Questionou Pettigrew.

- Que não adianta falarmos com eles. Não adianta falarmos com ninguém. Eles acreditam na gente, mas ao mesmo tempo não fazem nada. – Respondeu Tiago num tom frustrado.

- E não fazem nada porque não podem. No fim, vai ser a nossa palavra contra a deles. Não dá pra expulsar alguém sem provas e é justamente o que nós não temos. – Completou Sirius, concordando com o ponto de vista do amigo.

- Ok, mas então o que vocês sugerem? – Indagou Lupin.

- Sugiro que façamos algo por conta própria, como já estamos fazendo ao longo desse mês todo. – Respondeu Tiago.

- Vamos continuar acompanhando os sonserinos pelo mapa? – A pergunta agora viera de Lílian.

- Não acho que isso vai ser mais eficiente do que já foi até agora. Já sabemos o plano deles, já sabemos o que eles querem fazer e quando pretendem agir. O mapa e a capa não irão nos ajudar em mais nada. – Tiago respondeu novamente, com uma expressão séria e pensativa no rosto.

- Repetindo a pergunta do Aluado: então o que você sugere? – Perguntou Sirius, confuso e curioso.

- Vamos dar uma prensa neles por conta própria – propôs Tiago.

- E fazer o quê depois? Obrigar os quatro a confessarem os planos pro Dumbledore? Eles não farão isso. – Contrapôs Pettigrew, não muito seguro de que a ideia de Tiago fosse a mais indicada para lidar com a situação.

- O Pedro tem razão, eles não vão falar nada. É inútil. Eles não ligam mais pra perda de pontos e nem detenções, então não adianta tentarmos usar a autoridade de Monitores-Chefes. – Disse Lílian, tentando achar mentalmente uma solução melhor.

- Acho que não foi nesse sentido que ele quis dizer... – Se manifestou Lupin, atraindo os olhares confusos de Lílian e Pedro.

- Vamos bater de frente com eles. Pra valer. – Disse Sirius, explicando a sugestão do amigo.

A Primeira Guerra Bruxa - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora