Capítulo 21 - Queima de arquivo

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O ávido Comensal, de fato, não demorou para começar os preparativos: já no dia seguinte, Augusto Rookwood e Corban Yaxley se encontravam no mesmo sofá que Voldemort esteve anteriormente, na residência dos Malfoy. E, além deles, também estavam presentes Antônio Dolohov e Harlock Gibbon, incluídos por Lúcio de última hora.

- Eu revisei esse plano várias vezes e não vamos encontrar nenhuma dificuldade se cada um fizer sua parte corretamente. – Disse Lúcio, após passar tudo para os outros quatro Comensais.

- Como pode ter tanta certeza de que Alastor Moody vai estar no QG dos Aurores na hora do almoço? – Indagou Gibbon.

- Ele é um completo neurótico. Nunca toma nada a não ser do seu próprio cantil e nunca come nada que ele mesmo não prepare. Ele leva a comida pro trabalho e come lá, nunca come fora. – Explicou Yaxley.

- E não podemos mandar o vigia matar ele antes de queimar tudo? – Gibbon continuava curioso.

- Estamos falando de um Auror reconhecido, condecorado e altamente paranoico contra um vigia sob a Maldição Imperius. Eu preciso mesmo responder a essa pergunta, Gibbon, ou você vai simplesmente seguir o plano e parar de se comportar como se estivesse numa sala de aula? – Respondeu novamente Yaxley, dessa vez com impaciência.

- Tudo bem, desculpem. – Apressou-se Gibbon, levantando as palmas das mãos em sinal de rendição.

- Lembrem-se: é importante ameaçar a família do vigia antes de lançarem a Maldição Imperius nele. – Lúcio retomou a palavra, prosseguindo: - Sabemos que, entre as três Maldições Imperdoáveis, a Imperius é a única que pode não surtir o efeito esperado caso a vítima tenha uma força de vontade incomum. Então é bom darmos um motivo para que ele nem tente resistir.

- Não se preocupe, Lúcio, amanhã nós vamos aterrorizar tanto a família do pobre desgraçado que ele vai ser capaz de fazer o que mandarmos mesmo que não seja amaldiçoado, eu garanto. – Tranquilizou Dolohov.

- Ótimo – aprovou Lúcio Malfoy.

- É bom que não saia nada errado; o Lorde das Trevas não espera nada menos que nosso absoluto sucesso. – Alertou Rookwood em tom sério.

- Vamos conseguir. – Encorajou Gibbon.


Eram nove horas da noite e Harvey Hill, segurança do Departamento de Execução das Leis da Magia, havia acabado de jantar com a esposa Julia e o casal de filhos gêmeos Ellie e Isaac, de apenas dez anos.

Ainda à mesa, que ficava na aconchegante cozinha, os quatro se divertiam enquanto jogavam mais uma partida de dominó, quando um estrondo assustador de explosão e madeira se partindo preencheu a casa e fez todos se sobressaltarem e gritarem de susto.

- Conserta a porta, rápido!

Ao ouvirem a voz masculina que vinha da sala, o que antes era uma grande incógnita logo se transformou em certeza – e o que era susto, tornou-se pânico: estranhos tinham acabado de invadir a casa.

Só havia uma porta de saída da cozinha e ela dava justamente para o corredor que a ligava à sala. Não poderiam arriscar sair dali e dar de cara com os invasores, ainda mais sem saberem quantos eram.

Com as mãos, Julia tapava a boca das crianças, que choravam aterrorizadas, enquanto Harvey empunhava a varinha para a porta atentamente.

- Senhor Hill? Sabemos que estão na cozinha, todos os outros aposentos estão com as luzes apagadas. Se você nos atacar, vai se arrepender imensamente. – Disse a mesma voz.

- Não responde nada... – Aconselhou Julia, que tremia, aos sussurros.

Harvey seguiu o que a mulher disse e continuou apenas encarando a porta, sentindo as violentas batidas de seu coração machucarem o próprio peito. Mas antes que ele ou ela pudessem pensar em algo, a mesa na qual antes jogavam explodiu em milhares de pedaços com um feitiço Confringo não-verbal lançado pelos Comensais.

A Primeira Guerra Bruxa - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora