Capítulo 22 - Consequências

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À noite, durante a ceia em Hogwarts, uma das cadeiras na mesa dos professores se mostrava vaga – e era justamente a do diretor, o que chamava a atenção de todos, fossem alunos, professores ou até mesmo fantasmas.

O ataque ao Quartel-General dos Aurores, realizado naquele mesmo dia, estampava as capas dos principais jornais bruxos, que se apressaram em lançar uma edição especial com todos os detalhes que já haviam sido descobertos até o momento.

Com tudo isso, era impossível não notar praticamente um exemplar aberto na frente de cada aluno durante o jantar – assim como também era impossível que outro assunto predominasse as conversas, senão aquele sobre o ataque e, por consequência, a ausência de Dumbledore. Mas o que nenhuma das jovens mentes bruxas sequer poderia imaginar era que o diretor fazia uma reunião urgente com os membros da Ordem da Fênix alguns andares acima, em sua sala.

- Minchum está furioso – comentou Franco. – Tanto com o ataque quanto com os jornais.

- Ele queria manter tudo em silêncio?! – Surpreendeu-se Dorcas Meadowes.

- Queria. – Respondeu Franco em tom de lamento e exaustão; sua expressão entregando que trabalhar com Harold Minchum estava cada vez mais difícil.

- Quando esse homem vai deixar de ser um completo imbecil?! – Indignou-se Beijo Fenwick, incrédulo.

- Eu não perderia meu sono esperando por isso, Fenwick. – Aconselhou Moody.

- A família do vigia está realmente bem, Alastor? – Agora era Alvo Dumbledore quem perguntava.

- Sim. Muito abalados e tristes com tudo, é claro, mas bem dentro do possível. E os Aurores que foram até a casa dele constataram o que eu e Alice já havíamos antecipado: Harvey Hill realmente estava sob a Maldição Imperius. – Respondeu Moody.

- Pobre coitado... – Lamentou Fábio Prewett.

- Mais que isso: a família também estava. E a mulher dele lembra que, caso não tivesse notícias sobre o ataque no Ministério até as sete horas da noite, era para ela incendiar a casa e queimar junto dos filhos. – Completou Alice, para horror geral.

- Por Merlin... – Espantou-se Dédalo Diggle, enojado.

- Os Comensais não têm limites. Até onde vamos com tudo isso? – Questionou-se Edgar Bones, pensando em sua mulher e filhos que estavam em casa e temendo por eles.

- Nós vamos agir.

Todos pararam de falar e alguns até arregalaram os olhos, se virando a mesa do diretor: a frase partira de Alvo Dumbledore.

- Você diz... Agir além da forma como estamos agindo, Alvo? – Perguntou Carátaco Dearborn.

- Sim, Carátaco – respondeu Dumbledore.

- Como agiremos, professor? Quando? – Perguntou Gideão Prewett, ansioso.

- Ostensivamente. E logo. Não podemos mais nos dar ao luxo de manter a Ordem da Fênix nas sombras. – Respondeu Dumbledore, decidido.

A notícia surpreendente provocou um sentimento estranho nos membros da Ordem. Todos tinham certeza de que aquele era o certo a se fazer, e havia um inegável orgulho por estarem daquele lado da História, porém a tensão que todos já carregavam intimamente parecia ter aumentado de imediato.

Moody, que já estava mais familiarizado com esse sentimento que os outros, foi o que menos sentiu o impacto e, portanto, seguiu a conversa da forma mais pragmática possível.

- Como faremos isso exatamente, Dumbledore?

- Se bem conheço Minchum, e acho que conheço o suficiente, ele não vai aceitar ser humilhado dessa maneira. Sinto em dizer, mas não vejo como estar errado quanto ao futuro: a Guerra Bruxa está para sofrer uma escalada brutal, então eu peço a todos que se cuidem e, principalmente, se preparem. – Respondeu Dumbledore, num tom muito mais pesado e até mesmo sombrio que o habitual.

A Primeira Guerra Bruxa - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora