Capítulo 1

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Acordei de manhã, estava o dia cinza e mais uma vez sonhei com o homem que marcou minha vida, que prometeu nunca me abandonar, mas falhou. Respirei fundo e me levantei da cama, desde que o Serafim morreu a minha vida não vem fazendo sentido, venho vivendo um dia de cada vez, tentando sobreviver o espaço vazio que ele deixou.

Fiquei sentada na cama recordando tudo que a gente viveu. Minha mãe entrou no quarto me tirando do meus pensamentos.

Solange: Beatriz, tá em que mundo? - olhei pra ela meia sonolenta.

eu: acordei agora - digo dando desculpas pra eu não desabar em choro mais um dia.

Solange: já está pensando de novo nele? Já faz 9 meses que ele se foi Ana Beatriz, você tem 19 anos você é nova precisa sair dessa escuridão que você vive minha filha.

eu: eu sei mãe. - falo impaciente, odeio quando as pessoas desmerecem o meu luto, me perdi pra esse homem com 14 anos e foi uma vivência de 5 anos, só eu sei tudo que eu vivi com ele, quando todos me viraram as costas, mas hoje em dia eu prefiro não discutir. Eu apenas vivo meu luto em silêncio e queria que as pessoas me respeitassem.

Solange: seu pai saiu cedo pro depósito, olha meu casamento é muito blindado mesmo, porque hoje eu acordei recordando tudo que já passei também - sorri, meu pai nunca valeu nada mas graças a Deus hoje em dia ele abandonou o crime e abriu um depósito e vive uma vida tranquila com a minha mãe.

eu: esquece isso - falo levantando e dou um beijo nela.

Cíntia: acho que você devia sair dessa casa minha filha, aqui te trazem lembranças volta pra casa da mamãe - revirei os olhos.

eu: meu lugar é aqui mãe.

Minha mãe é um tipo de mulher que gosta de ser controladora, ela com certeza queria que eu voltasse pra casa pra poder controlar minha vida melhor, não moramos juntas mas todos os dias está aqui. Me liga toda hora pra saber o que tô fazendo, sai da casa dela com 15 anos quando meu pai me jogou pra fora e prometi que nunca mais voltaria é assim tá sendo. Quatro anos morando sozinha e me virando como posso, Serafim deixou uns imóveis pra mim e que graças a Deus consigo me sustentar e tenho minha própria loja de roupa que bomba aqui no complexo.

Ajeitei meu quarto, tomei banho, escovei os dentes e me arrumei. Hoje era sexta, minha mãe tinha feito café, sentei mesmo sem vontade, eu conseguir comer um pouco.

[..]

Passei o dia dormindo, odeio acordar nesses dias melancólico fico sem estrutura nenhuma, passo o dia numa depressão insuportável e só quero que o dia acabe logo.

Escutei me gritando desci pra abrir, era as meninas.

Manu: já nessa depressão Be?

Maitê: mona já disse que isso vai acabar com você, Beatriz vamos fazer algo - revirei os olhos, chatas chatinhas.

eu: o que é sucuris?

Manu: tá tendo pagodinho lá no depósito do seu pai vamos. - concordei.

...

Me arrume toda e depois de quase uma hora e meia elas reclamando eu estava pronta.

Eu
00h59

Tentando buscar minha melhor versão

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Tentando buscar minha melhor versão...

Postei nos stores e não demorou muito, tinha vários me elogiando e uns falando que gostava de me ver assim.

Peguei minha moto e fomos pro depósito, chegando lá meu pai logo separou uma mesa me sentei e elas fizeram o pedido.

Pai: tá linda minha princesinha

eu: te amo pai - ele deu um beijo na minha testa e sentou de novo na mesa dos caras que ele estava conversando.

O combo veio enchi um pouco meu copo e ficamos papeando. As meninas falavam de todo mundo e só sabia rir.

Maitê: bofe nem descansou e ela já é viúva alegre

Manu: alegre não blogueira - riram — Beatriz podia ter surfado na fama também quando aconteceu pra ganhar parcerias

eu: pela amor de Deus gente, a minha não é essa! Não quero fama de uma desgraça na minha vida, só eu sei como tem sido. - falo sem humor.

Elas mudaram de assunto e ficamos conversando, tocava a música de fundo. O depósito estava bem cheio, todo mundo curtindo.

Doce veneno✨ (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora