- Você tá tomando uma decisão arbitrária e não sabe onde ela está sendo apoiada? Você leu nosso contrato?
- Tudo foi analisado criteriosamente pelo jurídico!
- Será que foi mesmo? Bom, de qualquer maneira, eu não concordo e nem concordarei! Não atenderei por convênio e nem reduzirei o valor da minha consulta. - eu sabia muito bem que aquelas normas eram inexistentes e que não existia lei nenhuma para ele tomar aquela decisão imbecil.
O idiota do Felipe, com certeza, quis fazer revolução na clínica e quis puxar meu tapete da forma mais canalha possível. Cretino!
- Então, o senhor não atenderá nenhum paciente aqui.
- Você é filho do Ricardo, né?
- Sim, ele é meu pai.
- Certo... e ele sabe o que você está fazendo?
- Ele está ciente!
- Eu vou perguntar mais uma vez: você leu nosso contrato, as leis e os documentos regulatórios dos conselhos regional e federal de nutrição?
- Com toda certeza!
- Então, você sabe que não tem nenhuma autoridade para determinar ou legislar sobre o meu consultório.
- Você é nosso colaborador....
- Não sou colaborador, querido. Eu sou Nutricionista! E sigo o código de ética da minha profissão, bem como todos os documentos que legislam a minha prática em consultório. Aqui na clínica eu tenho um contrato onde vocês cedem uma sala para eu trabalhar, em momento algum me foi dito que existia um valor fixo para as consultas. Eu não sou seu funcionário para você impedir meus atendimentos! Por não ser seu funcionário, você também não pode determinar o valor da minha consulta! Eu te aconselho a ler o nosso contrato, com ele em mente, você perceberá que o que você quer fazer é um absurdo e um crime.
- Você integra nossa equipe, logo é nosso colaborador e deve seguir o regulamento da empresa assim como qualquer outro colaborador.
- Henrique, aqui é uma empresa, mas uma empresa da área da saúde. É uma clínica de médicos associados, não é uma loja de cerveja. As coisas não funcionam como as outras empresas, temos especificidades aqui. Eu já disse ao seu antecessor que não seguirei essas normas absurdas e repito agora a você. No meu consultório, vocês não irão mandar. Você não tem poder nenhum para mandar no meu consultório e na minha conduta enquanto nutricionista. As únicas instituições que têm poder além de mim dentro do meu consultório são os Conselhos Federal e Regional de Nutrição.
- Bom, se for assim, o senhor não tem motivo para continuar na nossa empresa.
- E o que isso quer dizer? - eu já tinha entendido, eu só queria que ele deixasse tudo muito mais claro para não restar uma única dúvida sequer. Eu era jovem, mas não burro.
- Que o senhor está sendo desligado da nossa empresa neste instante. A partir de hoje os seus pacientes serão atendidos por outro colaborador.
Ele era novo e parecia ser um baita filhinho de papai que cresceu sem precisar ralar, consequentemente, não aparentava conhecer a realidade do mundo e muito menos da administração de uma clínica. Ele me pareceu ser daquelas pessoas que nunca ouviram não na vida e ao me ouvir falar em alto e bom som que eu não iria seguir o que ele estava mandando, ele se inflamou todo e por isso decidiu me dispensar. O único erro dele foi ter falado aquilo tudo para mim. Eu também era novo, mas eu já tinha passado bastante perrengue na minha vida na infância e adolescência. Na minha fase adulta, eu tive diversos privilégios, mas minha mãe nunca me deixou acreditar que só porque tínhamos uma boa condição que eu usaria isso para menosprezar e diminuir alguém, mesmo se ela não tivesse me ensinado isso, acho que eu sempre trouxe isso dentro de mim depois de tudo o que passei com a família Monstro e nas ruas. Profissionalmente, eu já era uma pessoa madura e já tinha bastante experiência em outras clínicas e muito mais experiência devido a construção da minha clínica. A idade nunca foi impedimento para nada e nunca serviu de apoio para eu fazer merda por aí como aquele idiota estava fazendo. Eu sempre estudei muito, sempre li tudo o que eu precisava saber para conduzir meu consultório e eu sabia muito bem como conduzi-lo e, sobretudo, como defendê-lo de imbecis como o Henrique. Aquela não era a primeira vez que um idiota quis reduzir a minha profissão, eu sabia jogar aquele jogo muito melhor do que o Henrique, afinal, aquela era a primeira experiência dele enquanto administrador. Diferente dele, eu já estava no mercado há anos! Eu conhecia as leis que regulavam a minha prática e conhecia as leis trabalhistas, visto que eu estava abrindo a minha clínica. Aquele idiota estava me colocando para fora da clínica mais por ego do que por outra coisa.
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Amor que nunca acabará - PARTE 2
RomanceConto aqui minha história de vida, minha aventuras, meus amores, minhas amizades e minha relação de irmandade com aqueles que eu mais amo na vida. Calendário de postagem: Segundas e sextas-feiras.