Durante os anos da minha graduação em Nutrição, eu estudei e trabalhei muito, muito mesmo. Devido a minha vida, durante aqueles anos, ser muito agitada e cheia de projetos, eu realizava tudo de forma concomitante, eu tive a impressão que os anos se passaram voando. Eu digo que passaram rápido não por uma falsa ideia de tempo ou uma ideia romântica da graduação. Minha graduação pode ter sido tudo, menos romântica. Esses anos de graduação e pesquisa só faltaram me deixar louco, sem brincadeira. Para aqueles que ainda não vivenciaram a universidade, não sei se consigo deixar claro aqui a rotina de um estudante/pesquisador doido que queria fazer tudo ao mesmo tempo.
Foram anos de muito estudo e muito, muito, mas muuuuuuito trabalho. Minhas colegas de classe me perguntavam o porquê de eu me dedicar tanto, elas sabiam que minha família tinha boas condições financeiras e não viam nenhum motivo para eu me dedicar tanto. Elas não sabiam que, até eu encontrar minha mãe, eu nunca tive nada na minha vida e que eu tinha um desejo incontrolável de conquistar as coisas através do meu trabalho, do meu suor. Desde que encontrei minha mãe, eu realmente sempre tive uma vida muito confortável, cheia de privilégios, mas nem eu e nem o Caio nunca nos deixamos nos levar por isso. Nós tínhamos uma mãe incrível e que sempre nos ensinou a compartilhar o que tínhamos. Em nenhum momento da nossa vida nós deixamos de ajudar quem precisava. Se alguém se aproximava de mim e esse alguém precisasse de ajuda, eu ajudava com todo o prazer e o máximo que eu podia. Eu sempre tive dentro de mim um sentimento de gratidão muito grande por tudo o que minha mãe fez por mim, então, eu sempre tentei retribuir ajudando todes que eu pudesse ajudar.
Na faculdade, eu realmente não precisava me dedicar tanto, se eu olhar somente para a parte financeira. Minhas colegas só olhavam para isso! Elas esqueciam que eu não fiz Nutrição pelo dinheiro, mas sim porque eu sou apaixonado por esta área da ciência. Eu me dediquei tanto porque eu queria ser o melhor nutricionista, assim como o Caio também se dedicou ao máximo por querer ser o melhor dermatologista (e isso gerou alguns problemas para nós). Enfim, eu me dediquei, como minha mãe queria: integralmente ao meu curso. Isso foi a melhor coisa que eu poderia ter feito pela minha vida profissional! Aproveitei todas as oportunidades que a Universidade me oportunizou, atuei em cada parte do tripé da universidade: graduação, pesquisa e extensão. A partir do semestre que entrei para a pesquisa, minha vida nunca mais foi tranquila. Eu fazia muitas coisas ao mesmo tempo, eu aprendi francês e inglês. O inglês ainda hoje é bem capenga, só aprendi para saber ler os textos científicos, essa é uma língua que não me agrada. Mas, hoje, eu falo, leio e escrevo com muita fluência a língua francesa. Tenho inclusive o certificado C2 da prova de proficiência em língua francesa, o DALF. Com a família do Caio e com ele mesmo eu sempre falei em francês. A partir do momento que eu aprendi francês, Caio só falava nesta língua comigo, pois para ele era muito mais confortável por ser a sua língua materna. Já me estressei com isso? Já! E tantas vezes que nem dá para contar! Só que foi devido a isso que eu consegui ter proficiência na língua francesa. Eu me estressava com ele, pois em alguns momentos simplesmente não dava para eu falar francês. Por exemplo, na hora do sexo ele inventava de falar francês e levava uns bons tapas por isso. Apesar desse exagero dele, por amar a língua e as culturas francesa e francófonas, eu sempre me dediquei muito à aprendizagem dessa língua. Eu sempre li muitos livros em francês, ouvi muitas músicas e vi muitos filmes (faço isso até hoje!). Não é à toa que eu sou apaixonado por Paris e a região da Provence!
Durante toda a minha graduação eu realizei pesquisa e era integrante ativo do Grupo de Pesquisa da minha professora, estagiei em uma clínica, me matei estudando para não ficar em nenhuma disciplina. Na pesquisa, era onde eu atuava de forma mais ativa, pois desde que entrei para o grupo da minha professora, eu não saí mais de lá.
Nós nos tornamos grandes amigos e ela foi a profissional que me ajudou a moldar a maneira como eu enxergo a Ciência da Nutrição e a maneira como atendo meus pacientes. A Suzana foi o meu norte dentro do curso e na minha vida profissional após a graduação! Ela me ajudou em muita coisa dentro e fora da pesquisa. Ela garantiu um estágio para mim e esse estágio fez com que eu saísse da graduação com uma experiência gigante. A partir do meu 4⁰ período de Nutrição, eu passei a estagiar no consultório da Silvia, ela era uma Nutri amiga da minha professora. Durante os anos que fiquei com a Silvia, ela me mostrou como funcionava um consultório, como atender os pacientes, como conquistar novos pacientes, como administrar uma equipe, fazer o marketing do consultório, etc. Com ela eu tive uma oportunidade que poucos colegas de profissão têm: vivenciar, de fato e na prática, o consultório enquanto ainda está na graduação e concluir a graduação sem dúvidas de como montar e fazer funcionar um consultório de nutrição. Silvia foi uma graduação prática para mim! Eu saí da universidade pronto para atuar enquanto nutricionista e sem inseguranças. Sem inseguranças, mas relacionado a conduta nutricional que eu escolhia para meus pacientes, mas aquela insegurança profissional de um menino de 25 anos estava lá intacta e eu só a perderia no decorrer dos primeiros meses atuando enquanto nutricionista.
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Amor que nunca acabará - PARTE 2
RomanceConto aqui minha história de vida, minha aventuras, meus amores, minhas amizades e minha relação de irmandade com aqueles que eu mais amo na vida. Calendário de postagem: Segundas e sextas-feiras.