Capítulo 256

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- É que Caio e eu somos vegetarianos, aí como cada um vai trazer um prato, pode ser que a gente não tenha o que comer. Pensando nisso, nós compramos umas coisinhas pra gente fazer uma saladona e um macarrão com molho de queijo. A gente faz rapidinho!

- A cozinha é toda de vocês!

Nós fomos todos para a cozinha. A cozinha do Lucas era ampla e tinha uma mesa pequena e redonda, ele se sentou lá e ficou tomando vinho e conversando com a gente enquanto nós cozinhávamos.

- Quem vem, Lucas? - Caio perguntou

- Acho que todo mundo! Bom, pelo menos eu chamei todo mundo...

- A doida vem também?

- Vem, mas eu já falei com ela. Já disse para ela parar de bancar a desequilibrada, se ela te atacar, deixa comigo, Cadu.

- Nem falei nada... - eu disse rindo - e se ela me atacar, ela vai se arrepender da graça. Sou bicha agressiva quando quero ser.

- Já falei que eu adoro quando você tá aqui? - Lucas perguntou rindo - Olha a cara de bobo do Caio te olhando, isso não tem preço, gente.

- Eu tô bobo mesmo! É muito especial ter meu amor aqui comigo. - ele deu um jeitinho de me roubar um beijinho enquanto a gente cozinhava

- O pessoal quer te conhecer, Cadu.

- Eu já conheço algumas pessoas.

- Éééé... mas você conhece formalmente, né? O único enxerido que consegue falar com você, quando você vem aqui, sou eu.

- Isso é verdade!

- Na verdade, todo mundo quer conhecer o Caio também.

- Ah, me poupe, Lucas! Convivo com esse povo doido há três anos, eles já estão cansados de ver minha cara no hospital.

- Pois é, no hospital. Você nunca aceita sair com a gente.

- Eu sou o único casado do grupo, Lucas. Como que eu ficaria saindo todo final de semana com um monte de solteiros?

- É, mas não sair nunca também... Você não dá um vale para ele curtir não, Cadu?

- Não! Ele é só meu! - eu disse brincando.

Falei isso mais para não deixar o Caio em uma situação mais complicada com os colegas, eu entendia os porquês dele não querer sair com eles. Ele já tinha me explicado tudo e, na verdade, eu sempre soube. Ele nunca soube morar sozinho em São Paulo (e nem em canto nenhum!), nem aos 20 e nem aos 30. Quando eu ou nossa mãe e nossa tia estavam lá com ele, ele era uma pessoa completamente diferente. Naqueles quase três anos, eu fui para lá com ele no primeiro e um pouco do segundo ano, quando ele começou a me deixar sozinho em tudo, quando as coisas começaram a ficar muito pesadas para mim, não valia a pena eu largar toda a minha vida para ir a São Paulo ficar olhando o teto ou vendo meu marido estudar. Mesmo quando eu ia, eu não podia passar muito tempo lá, eu estava no inicio do doutorado, fazendo disciplinas e a minha presença na Universidade era obrigatória. Os poucos dias que eu ficava, nós nos "priorizávamos", então, eu realmente nunca saí com os colegas dele. O único que me conhecia de verdade era o Lucas e isso só porque ele saía com a gente às vezes e nós nos falávamos muito pelo celular, pois ele sempre estava com o Caio no hospital.

- Ah, é assim?

- É, meu amor, você acha que eu vou deixar um homem desse passeando por aí? Não, não, não!

- É você que põe moral, é?

- É e eu adoro vê-lo assim! - Caio disse bobo

Caio estava de uma felicidade que a carinha que ele fazia era tããããão bonitinha que eu tinha vontade de beijá-lo sempre, só não o beijava por respeito ao nosso amigo. Acho que qualquer pessoa que olhasse para ele perceberia o quão feliz ele estava, os olhinhos dele brilhavam e o sorriso não saía do rosto. Isso tudo refletia no comportamento dele também, ele estava mais atento a mim, sempre fazendo carinho quando possível, ele me olhava doce e apaixonado e eu acho que eu olhava do mesmo jeito para ele, pelo menos eu me sentia olhar assim para ele também. Nós continuamos na cozinha e conseguimos preparar os pratos antes dos amigos deles chegarem. Após ter preparado nossos pratos, os amigos deles foram chegando. Ainda bem que o Caio teve a ideia de comprar e preparar o saladão e o macarrão com queijo brie, nós realmente não teríamos nada para comer, tudo o que trouxeram tinha algum bichinho no meio.

Amor que nunca acabará - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora