Capítulo 218

58 11 4
                                    


Eu desci até a garagem, peguei o carro e fui para a praia. Eu poderia ter ido andando, mas como eu queria jantar em algum lugar, eu precisei pegar o carro. A praia era pertinho de casa, eu cheguei lá em poucos minutos. Como eu estava sozinho, eu não aluguei cadeira. Tirei a roupa, estendi uma toalha no chão, passei protetor por onde deu para passar e deitei. Fiquei muito tempo pegando sol. Durante esse tempo todo, eu ficava falando para mim mesmo ser compreensível, ter paciência, me acalmar... a residência já estava acabando, tudo voltaria ao normal. Isso era quase um mantra para mim, um mantra que não surtia efeito nenhum! Quando eu senti minha pele muito quente, resolvi ir até o mar. Eu já estava tão acostumado a fazer quase tudo sozinho, que a praia não fugia à regra, por isso eu já estava descolado e sabia como ir ao mar mesmo estando sozinho e não tendo ninguém para reparar minhas coisas. Eu olhei ao meu redor e vi uma família. Eles seriam perfeitos para deixar minhas coisas.

Eu levantei, arrumei todas as minhas coisas na mochila e fui até a família.

- Oi, tudo bem? - eu perguntei a um rapaz que estava sentado em uma cadeira de praia

- Oi! Tudo jóia.

- Eu tô sozinho aqui na praia e queria dar um mergulho, você se incomodaria em reparar minhas coisas por alguns minutos? É só o tempo de dar um mergulho.

- Claro, cara. Pode deixar aí que eu olho para você.

- Valeu! Eu já volto. - eu deixei minha mochila ao lado da cadeira dele

Eu fui correndo ao mar e mergulhei. Fiquei alguns minutos nadando na água gelada e voltei até onde o rapaz estava.

- Foi rápido demais! - ele disse sorrindo - Se você quiser voltar lá, tranquilo.

- Obrigado! - eu sorri - Mas já deu para esfriar o corpo. Obrigado por ter reparado minhas coisas. - eu disse pegando minhas coisas

- De nada!

Eu me afastei do rapaz e voltei a estender minha toalha na areia, a passar protetor e a pegar sol. Eu fiquei alguns bons minutos sob o sol mais uma vez. Eu ia sair bicolor daquela praia porque eu estava pegando sol só na parte da frente, visto que não dava para pegar atrás por não ter passado protetor solar direito.

- Você curte pegar praia sozinho?

Eu abri os olhos e vi o rapaz que tinha reparado minhas coisas.

- É! De vez em quando a gente precisa curtir um sol, né?!

- Posso sentar aqui com você?

- Claro, senta aí. - eu não queria muito que ele sentasse, não. Mas eu precisava ser educado, visto que o cara tinha reparado minhas coisas.

Naquela época, eu estava bem mais chato que o normal, meio azedo, amargo e não estava com energia e tempo para conhecer pessoas novas.

- Você mora aqui? - ele perguntou ao se sentar

- Moro aqui pertinho.

- Então, tá explicado o porquê de vir para cá sozinho.

- Pois é, é só esticar a perna que eu tô aqui.

- Eu moro em Copa, para mim é a mesma coisa. Mas não curto a praia lá, é turista demais.

- Eu também não curto Copa.

- Qual seu nome?

- Cadu...

- Cadu é apelido?

- É! Meu nome mesmo é Carlos. E você, qual seu nome?

Amor que nunca acabará - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora