Capítulo 32.

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Ádria Mitchell

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Ádria Mitchell.

Eu sentia como se tudo estivesse acontecendo em câmera lenta. Era como se meu cérebro não fosse capaz de acompanhar os fatos e os sentimentos em tempo real.

Dave estava ali. O meu Dave. O meu ex, Dave.

Assim que o vi, parado naquele canto, questionei a todos os deuses existentes no universo qual havia sido o meu pecado tão grave para merecer aquilo. Senti meu mundo inteiro despencar quando ele acenou a cabeça, como sempre fazia, me chamando para perto. Ele tinha o mesmo sorriso pretensioso de sempre, o mesmo cabelo bagunçado de sempre, a mesma cara de quem ia desgraçar a minha vida de sempre. Mas eu sabia que ele ainda era o mesmo idiota de sempre.

Eu sabia que se não fosse até lá, ele viria até mim, e consequentemente até Jones, e essa era a pior das hipóteses que meu cérebro conseguia imaginar naquele momento de tanto desespero.

- Aaron, eu já volto - Murmuro e ele assente com a cabeça, concentrado na máquina.

Andei lentamente como se estivesse indo para a forca, e quanto mais perto eu chegava, mais o seu sorriso aumentava. Seus braços tinham mais tatuagens do que eu me lembrava, e seu cabelo estava maior do que da última vez que o havia visto.

O puxei pela barra da jaqueta, para um canto mais afastado, e o encarei seriamente.

Fazia tanto tempo que eu não olhava profundamente nos olhos dele, mas ainda eram a mesma imensidão castanha que eu me lembrava.

- Oi florzinha - Ele diz me encarando. Dave sempre foi o único a me chamar assim, desde que eu tinha catorze anos e amava quando ele recolhia pequenas flores dos muros para mim.

- O que faz aqui? - Pergunto cruzando os braços, tentando manter minha postura normal.

- Continua com o mesmo jeitinho. E com certeza voltou a fumar, não é? Seus olhos não negam, flor...

- É sério, por que veio pra cá? - Digo o interrompendo.

- Você não respondeu nenhuma das minhas mensagens. Nem atendeu as minhas ligações...

- E com isso você tinha que ter percebido o recado, não é? Como me achou aqui? - Digo bufando, enquanto meus olhos quase rodopiavam em torno de nós.

- Está esperando alguém? - Ele pergunta levantando uma das sobrancelhas, e eu nego com a cabeça - Bom, você mora em uma mini cidade, que está tendo um evento gigantesco, seria impossível você não estar aqui. Passei pelo seu irmão, inclusive. Ele parece ótimo, tirando o fato que está mancando...

- Dave, eu não quero ouvir. Quero que vá embora.

- Olha, Ádria... eu sei que você ainda me odeia. E sei que tem motivos pra isso... mas eu dirigi até aqui só pra poder te ver de novo. Ver como você está.

E Foi Assim, Como Nos Livros! 🍁Onde histórias criam vida. Descubra agora