Ádria Mitchell.
Nos minutos que seguiram, os assuntos pareciam aparecer num passe de mágicas. Eu contei sobre meus amigos que eu tinha antes de me mudar, e sobre os animais de estimação que eu já havia tido, e como eu sempre quis ter um hamster.
Jones, por sua vez, contou sobre quando a mãe lhe deu um cachorro de presente de natal quando ele era criança, depois dele ter passado pelo menos uma semana a atormentando dizendo que queria um irmãozinho. Foi seu melhor amigo até os quinze anos, quando morreu por conta de uma doença degenerativa.
Tentei contar sobre como havia sido crescer com um irmão gêmeo e ter que dividir absolutamente tudo, e quase tive um derrame de tanto rir quando ele disse que achava que Austin era meu namorado ou meu melhor amigo. Segundo ele, era justificável já que até então ele não sabia meu sobrenome.
— E você superou a dor de querer um irmão? - Perguntei rindo, e ele também.
— Por algum tempo. Quando fiquei mais velho, minha mãe me explicou que por mais que quisesse, ela e meu pai não poderiam me dar um irmão.
Percebi a expressão desconfortável assim que ele terminou a frase, então fiz o que eu sempre fazia para o clima não ficar pesado: piadas ruins.
— Bom, já imaginou existissem dois Aaron Jones? Seria insuportável.
E por incrível que pareça, funcionou. Ele riu quase instantaneamente.
— Gostariam de mais alguma coisa? — Brandon perguntou enquanto retirava o que havia em nossa mesa.
— Não, obrigada Brandon... — Respondi com um sorriso.
— Ah, Eu gostaria. Um donut de chocolate. Por favor. — Ele pediu quase instantemente.
Brandom concordou com a cabeça e seguiu para o balcão.
— Achei que havia dito que estava mais do que satisfeito. Não pediu nada há mais de vinte minutos.
— Estou tentando te ajudar.
— Me ajudar? em que?
— Percebi que estava afim dele, então estou ajudando. Quando ele voltar, você fala com ele.
Eu não sabia definir a sua expressão. Não parecia ser uma piada, mas ao mesmo tempo ele não demonstrava estar animado com aquilo.
Encarei Brandon no balcão, e em seguida olhei para Jones novamente.
— Como você acha que percebeu isso?
— Estou te analisando, achei que fosse óbvio.
Arqueei uma das sobrancelhas e em seguida sorri com a situação.
— É, algumas pessoas não são boas nisso. Eu não estou afim dele.
— Não?
— Não.
— Bom, ele está afim de você.
— Não está. Brandon é só muito gentil.
— Ele está voltando, disfarce.
Ele mal terminou de dizer a frase, e Brandon já estava ao lado da nossa mesa com o donut de chocolate. Jones agradeceu e piscou pra mim, e naquele momento eu tive certeza que deveria estar mais vermelha do que um pimentão de tanta vergonha.
— Você é ridículo — murmurei depois que Brandon se afastou.
— De nada.
— Podemos ir? — Perguntei depois de revirar os olhos.
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E Foi Assim, Como Nos Livros! 🍁
RomantizmO que você faria se uma garota quieta te chamasse atenção em uma livraria? Ou, o que faria se o garoto intrometido viesse a ser alguém que lhe faria se sentir segura mesmo em momentos assustadores? E quem diria que a garota aspirante a escritora ser...