Ádria Mitchell
O carro do Jones tinha um cheiro gostoso. Era uma mistura de café, com alguma coisa doce, assim como a cafeteria, mas também tinha um aroma um pouco... diferente. Eu diria que vinha de cigarros.
Cigarros de gente fresca, pensei em seguida. Sabor menta.
E claro, eu sabia porque também já havia tido esse vício tão ruim. Dizem que é um tipo de vício facilmente desenvolvido em pessoas ansiosas, assim como roer unhas - que eu também já havia tido - então eu não passaria ilesa nem se quisesse.
Hoje em dia, eu podia dizer que ainda fumava, porém não cigarros.
Tirei o olhar das ruas que passavam pela janela para olhar para Jones por breves instantes. Ele demonstrava uma confiança característica no volante, e seus olhos estavam concentrados na estrada. Ou pelo menos eu achei que estava, já que segundos depois seus lábios rosados se abriram em um sorriso.
— O que está olhando? — Ele perguntou direcionando seu olhar para mim. Seus olhos cravaram nos meus, o que me fez virar a cabeça rapidamente para o outro lado.
Com certeza eu havia ficado vermelha.
— Nada não — respondi — Vamos mesmo ir até a cafeteria desse jeito? — Eu disse apontando para o meu uniforme de Educação Física.
— Achei que se importasse com coisas menos superficiais do que roupas, loirinha.
Jones tinha um sorriso lindo, e isso eu havia percebido desde o primeiro dia que ele havia falado comigo. Mas seu sorriso sendo visto de perfil, enquanto as ruas passavam na janela ao seu lado e ele segurava firme o volante... digamos que era uma paisagem nova pra mim.
— Não me importo com as roupas em si, mas estamos usando uniformes suados.
Ele rapidamente puxou a camiseta que estava usando até o nariz, e a cheirou profundamente. Em seguida, olhou pra mim e disse:
— Não estou cheirando tão mal, loira. E garanto que fiz mais esforço do que você — Revirei os olhos, e ele logo estacionou ao lado da cafeteria.
Entramos pela porta dos fundos, e o cheiro gostoso de café invadiu novamente meus sentidos, me fazendo suspirar. Segui para a mesa que eu sempre preferia sentar, e Brandon apareceu quase instantaneamente ao meu lado.
— Ola Ádria, boa tarde.
— Olá Brandon. Como vai?
— Bem, e você? Já faz um tempinho.
— Da última vez que eu estive aqui, não nos encontramos.
— Eu estava de folga, provavelmente.
Concordei com a cabeça e Jones se aproximou mais de mim. Ele estava tão próximo que era possível sentir sua respiração na minha nuca, o que fez meu corpo inteiro arrepiar.
— Oi... Brandon — Ele disse lendo o nome no crachá de Brandon.
— Boa tarde — Brandon responde lu educadamente — Podem se sentar, e deixa eu adivinhar, uma tortinha de frango?
— Duas, com suco de maracujá, por favor. Estou morrendo de fome — Nós dois sorrimos.
— E o senhor? -Brandon pergunta olhando para Jones.
— Pode ser o mesmo, obrigado —
Brandon se afastou e Jones e eu nos sentamos na pequena mesa de madeira, um de frente para o outro.Ele estava mais sério do que no carro, mas eu não conseguia desviar o olhar de seu rosto. Ele possuía as coisas que eu achava mais atraentes: Sardas. Eram pintinhas marrons bem clarinhas, que contornavam a parte alta de suas bochechas e a parte de cima do seu nariz.
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E Foi Assim, Como Nos Livros! 🍁
RomantizmO que você faria se uma garota quieta te chamasse atenção em uma livraria? Ou, o que faria se o garoto intrometido viesse a ser alguém que lhe faria se sentir segura mesmo em momentos assustadores? E quem diria que a garota aspirante a escritora ser...