Capítulo 11.

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Ádria Mitchell.

A volta para o bairro foi agradável: Músicas tranquilas tocando norádio, minha cabeça deitada sobre a porta com o vidro aberto e Aaron em silêncio entanto prestava atenção na estrada. Nosso silêncio não parecia envolver constrangimento ou medo, muito pelo contrário. Nas poucas vezes as quais me permiti olhar para ele, era como se o mesmo sentimento que estava presente em mim, também visse dele: Tranquilidade e conforto.

Depois de alguns minutos - que para mim haviam passado muito mais rápido do que quando estávamos indo - nosso bairro já estava ganhando forma do lado de fora da janela. Passamos próximos a cafeteria, a escola e por fim Jones estacionou a pelo menos uma quadra, mas já era possível ouvir o barulho de onde a festa estava acontecendo.

- Pronta? -Ele me pergunta animado.

- Na verdade, se puder me deixar em casa...

- Vamos Ádria, vai ser legal. Seu irmão e Madidie estão aí. - Ele diz tentando ser positivo, o que me causa um riso.

- Tudo bem, vamos logo com isso. - Me virei para abrir a porta, mas antes que conseguisse, Jones segurou minha mão com calma.

- Me empresta o livro que escolheu? Sem ser o da Alasca, o outro. - Ele soltou levemente minha mão, e ainda tinha um sorriso no rosto.

O olhei confusa, mas tirei o livro de título "A Coroa" da minha mochila e entreguei à ele. Jones passou a mão pelo espaço que havia em sua porta, e retirou de lá uma caneta preta. Pensou por alguns segundos, com meu livro aberto em mãos, escreveu algo no livro, e em seguida me entregou.

- Achei que estava faltando algo. - Ele diz satisfeito.

Assim que abri, na folha da dedicatória, haviam as seguintes palavras: "Para a garota bonita da livraria, que o destino revelou se chamar Ádria. Ela será uma super pessoa, independe do que escolha fazer  - Jones"

Não consegui de forma alguma conter o sorriso gigantesco que se formou em meus lábios. O encarei na intenção de demonstrar o quanto eu havia gostado, e ele sorriu em resposta.

- Não sou escritor, mas caso um dia eu fique super famoso, já tem meu autógrafo.

- Muito obrigada, Jones. Por tudo na verdade... e sim, você tem potencial de escritor.

- Mereço um abraço? -Ele diz com uma cara divertida, mas percebi em seguida que ele estava estava falando sério. Me estiquei no banco, e o abracei.

Meu corpo imediatamente pareceu responder ao gesto, me causando um imenso frio na barriga. Mas era um frio na barriga bom. Era como se os braços de Jones, msiturados com seu cheiro e seu carinho em minhas costas fosse a combinação perfeita do que eu chamava de conforto.

Infelizmente, o abraço durou mais do que o esperado para ambos, então uma leve sensação de constrangimento surgiu no pequeno ambiente em que estávamos. Eu rapidamente peguei o livro que Jones havia escolhido, e pensei por alguns instantes, até escrever algo e lhe entregar de volta.

Ele sorriu e começou a ler em voz alta:

- "Para o petulante da livraria, que possui dois nomes. Espero que um dia o mundo note não só o leitor magnífico que ele é, como a pessoa incrível que ainda vai se tornar - Ádria M."

Ele leu a última parte mais baixo, me deixando em dúvida se eu havia exagerado ou não. Queria que fosse algo que mostrasse que eu também estava prestando atenção nele. Mas sem seguida sorriu  novamente

- Obrigado, loirinha. Você é mesmo escritora. Bom, vamos nessa!

Ele diz saindo do carro, e eu repito a ação rapidamente. Jones ficou ao meu lado, enquanto passávamos pelo jardim, que já estava lotado de garrafas, latinhas, copos e pessoas (umas bêbadas e outras não). Ele cumprimentava todos que passavam por nós, e obviamente, e algumas dessas pessoas pareciam me notar e falavam comigo também.

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