Capítulo 36.

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Ádria Micthell

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Ádria Micthell

Eu não lembrava mais quantos copos de vinho havia bebido, mas doze era uma boa estimativa.

Eu não gostava de beber. Não bebia com frequência. Sempre preferia fumar a beber, já que era algo mais leve, mas naquela noite, nada me impediu de fazer os dois. Mais de vinte copos de vinho, e três baseados depois, eu talvez começava a pensar que não havia sido uma ótima ideia.

Por outro lado, todos pareciam estar felizes. Emily e Anne estavam jogadas no tapete da sala, assim como eu, e nós três dávamos risada e não sabíamos mais nem o motivo para aquilo. Mike estava deitado no sofá, com os pés para cima, e parecia ao máximo tentar manter a sanidade, mesmo depois de beber quase todas as garrafas de cerveja que havíamos trazido.

E meu plano parecia ter funcionado: Maddie e Brandon estavam, há mais de uma hora, em assuntos aleatórios, enquanto Maddie mantinha sua cabeça sobre o ombro do mais velho, que estava claramente menos bêbado que minha melhor amiga.

Encarei a cena por alguns segundos, e ele me encarou de volta, sorrindo. Correspondi e me levantei, tentando chegar até ao banheiro. Agradeci mentalmente pelos pais de Maddie não estarem em casa, assim como sua irmã mais nova, já que eu fazia mais barulho andando pelos corredores do que se fosse um camelo no meu lugar, esbarrando em tudo. 

Fechei a porta e fiquei pelo menos cinco minutos apenas olhando meu reflexo no banheiro. Meu rímel estava um pouco borrado, e meu cabelo bagunçado por ter ficado tempo demais deitada no tapete felpudo de Maddie. Lavei o rosto e senti o banheiro todo girar logo em seguida, me sentando rapidamente sobre o vaso sanitário.

Eu queria rir de mim mesma. Estava bêbada, e bebendo mais apenas para fugir dos sentimentos ruins que me machucavam naquela semana. Me sentia uma idiota, mas mesmo assim, não conseguia parar de rir de mim mesma.

Senti meu celular vibrar contra a minha cintura, e só então lembrei que ele existia. O puxei com dificuldades do bolso, demorando mais ainda para deslizar o botão de atender a ligação, sem ao menos ver quem era.

— Ádria?

— .... eu?

— Sim, você.

— Eu?

— Quando você vem pra casa? — A voz soou e só então meu cérebro conseguiu racionar que era o meu irmão nove minutos mais velho do outro lado da linha.

— Oi, Austin...

— Ádria, que horas você volta?

— Eu não sei... que horas são?

— Uma e meia.

— Da manhã?! — Pergunto chocada, tirando o celular do ouvido para conferir o horário, e demorando tempo demais para voltar com ele na orelha.

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⏰ Última atualização: Jul 10 ⏰

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