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Depois daquele dia de passeios e do jantar, Gwyn quis sair cada vez mais, explorar mais de Velaris, mas nunca sozinha, sempre com Emerie, as vezes com Feyre, até mesmo Morrigan e Amren havia aparecido na Casa do Vento para levá-la pelas ruas da cidade. Mas a cereja do bolo entre os acompanhantes dela pa Cidade da Luz Estelar fora Balthazar, no começo ele quis se esquivar e não ir com Gwyn e Emerie, mas elas conseguiram convencê-lo e agora ia até mesmo a docerias com as fêmeas falantes e alegres.

Elas entendiam que ele tinha receio de andar no meio de Velaris por se achar diferente, por conta das asas, mas quando viu que as crianças admiravam elas, conseguiu ficar menos paranóico com a questão.

A amizade deles estava ficando cada vez mais divertida, Emerie, Gwyn e ele até mesmo fofocavam durante os intervalos dos treinos e o foco das duas fêmeas era Luara, com quem Balthazar estava ficando cada vez mais próximo, por mais que ele negasse. Elas não eram cegas.

Gwyn fazia um exercício de equilíbrio numa corda bamba que atravessava todo o ringue, todas as sacerdotisas tinham que fazer aquilo, não era alto, mas uma queda com toda certeza as machucaria e Balthazar estava disposto a pegar uma a uma antes que caíssem no chão e se machucassem, isso foi apenas um combustível para que quase nenhum delas caísse.

A Valquíria estava concentrada em seus passos, em sua respiração, em seu equilíbrio que tinha que manter com a dificuldade da própria corda e do vento que a fazia vacilar. Estava quase no meio do tráfego quando as pernas começaram tremer por conta de um movimento errado e ela começou a bambear na corda. Gwyn lutou com toda a habilidade que Cassian a havia treinado para se mente na corda, porém, não deu muito certo e ela caiu.

Iria cair de costas contra o chão e de uma maneira muito feia que bateria até mesmo a cabeça se fosse não Balthazar a segurar contra si. Eles agora estavam de pé, ele soltando os braços em volta da cintura de Gwyn e ela o olhou. A valquíria estava ofegante, olhos assustados, a vida dela passou pela frente dos olhos.

- Calma, respira - disse Balthazar levando as mãos a seus braços e os afagando, confortando Gwyn que respirou fundo como ele havia mandado.

- Ok... Ok - ela disse levando as mãos ao peito dele, estavam numa distância segura. - Obrigada Balth.

Ele comprimiu a boca num sorriso sem graça e deslizou as mãos pelos brancos de Gwyn, a deu tapinhas nos ombros e a segurou por ali. Porém, a sacerdotisa sentiu a espinha gelar, o coração bateu forte e rápido e como se uma corda lhe puxasse o estômago ela se afastou de Balthazar e voltou-se rapidamente em direção do arco que levava para dentro da Casa e engoliu em seco ficando com os joelhos trêmulos.

Ali havia apenas sombras, sombras dançantes e nervosas que chamaram a atenção de todas as sacerdotisas e até de Emerie. Do meio daquele exame de sombras a figura alta, de ombros largos e asas poderosas como as de um dragão negro surgiu andando bem vagarosamente para o ringue.

Azriel surgiu como um deus da morte do meio de suas sombras que a cada passo que ele dava deixaram um rastro escrito e gelado. O olhar do encantador de sombras era letal, os olhos avelã mais escuros, quase castanhos escuros, os até Sifões brilhando como fogo cobalto, armado até os dentes. Gwyn engoliu em seco ao notar que Azriel olhava para Balthazar que o encarava também e algo dentro dela dizia para mandar o amigo recuar.

- O que está fazendo aqui? - perguntou Azriel com sua voz altiva, grossa, cruel, uma voz que fez o interior de Gwyn tremer, e não de uma maneira ruim.

- Estou treinando as sacerdotisas e as valquírias enquanto você e o general estiverem ocupados. Também estou aprendendo sobre o treino delas para levar até às meninas em Illyria - respondeu Balthazar sem rodeios e Azriel se aproximou mais, Gwyn não conseguia tirar os olhos da face séria e mortal.

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