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Fora tudo tão rápido, em um momento estava de pé com um poder que ela sequer sabia que tinha envolvendo seu corpo, no outro estava tentando lutar com Beron, um Grão-Senhor, um dos mais poderosos e então Gwyn estava agora voando porta a fora, caindo nas escadas da fachada da mansão e caindo rolando por elas deixando um rastro de sangue.

Gwyn não conseguia respirar, sentia uma dor insuportável em todos seus ossos, mas principalmente os das costelas. Ela gemia tentando se movimentar, se levantar com aquele fio do poder ainda envolvendo seu corpo, mas ele desapareceu e então ela gritou quando Beron agarrou seus cabelos a levantando do chão e a arrastando para o meio do acampamento.

Ela segurava o pulso do Grão-Senhor com as mãos na tentativa de tentar se libertar, libertar os cabelos que eram agarrados e forma grotesca e dolorosa enquanto ele a arrastava até perto da fogueira.

— Beron, por favor! Pare! — gritava Ember e a visão de Gwyn estava tão embaçada que ela via apenas vultos, via a avó ferida em volta em uma capa marrom e sendo acolhida por Eris e havia mais três figuras também ruivos atrás.

— Não a machuque mais! Por favor! — gritava a avó de Gwyn e a valquíria agora tinha lágrimas descendo pelo rosto.

Beron a jogou no chão com tanta força que Gwyn sentiu o braço esquerdo se quebrando e ela gritou agora deitada no chão segurando o braço com a mão direta.

— Atenção, homens! — gritou Beron aos soldados. — Vocês ganharam um presente hoje! Façam o que quiser!

— Não! — berrou Ember. — Eris! Eris, faça alguma coisa!

— Isso é loucura, pai! Pare com isso, agora! — dizia Eris se afastando da mãe a deixando com os irmãos enquanto os soldados festejavam.

— Você vai me desafiar, Eris? — perguntou Beron e a valquíria pode sentir o poder dele e de Eris aumentando, fluindo pelo ar e se encontrando.

— Retire a ordem — rosnou o tio de Gwyn.

— Me faça retirar, moleque — retrucou Beron com a mesma violência e logo um embate entre os dois começou.

Gwyn começou a chorar e a tremer, aquilo era pior que seu pior pesadelo e quando Beron se afastou voltando para a mansão os soldados começaram a se aproximar. Ela escutava o som fivelas se abrindo, frases como "eu primeiro". A sacerdotisa queria se mover, queria lutar, mas estava tão machucada, tão exausta pelo uso daquela magia desconhecida que não conseguia se mover.

— Az... — ela chamou baixinho entre os soluços.

Os primeiros soldados já estavam em volta de Gwyn, um se abaixou para começar a retirar a calça da fêmea que não tinha reação e quando a mão do soldado a tocou uma explosão de sombras violentas rodeou a valquíria e gritos foram ouvidos, o cheiro do sangue inundando as narinas dela.

O grupo de soldados que estava em volta fala fora jogado para longe e aquele que tentou toca-la teve a mão arrancada e quando Gwyn olhou para cima pelo canto do olho ferido ela quase gritou chorando.

— Azriel... — ela soluçou vendo o parceiro de pé ao lado dela, as sombras o rodeando mais escuras e violentas do que nunca viu, os Sifões azul brilhando como fogo cobalto, uma espada em sua mão direita, as asas enormes e negras abertas praticamente o fazendo dobrar de tamanho, e o rosto de Azriel era o retrato da Morte, a própria, cruel e fria, pronta para levar para o Inferno qualquer que estivesse em seu caminho.

— Gwyn! — escutou a voz de Lucien a chamando e logo o corpo foi tirado do chão pelo pai que estava de joelhos ao seu lado e a puxou para o colo.

O embate de Eris e Beron parou naquele momento, os soldados pegaram suas espadas prontos para atacar Azriel e Lucien no primeiro comando e a avó de Gwyn caiu sobre os joelhos sendo amparada por um dos filhos.

Parceiros (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora