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Era claro que Gwyn estava muito ansiosa para dizer a Lucien que Azriel era seu parceiro, ela estava contando as horas para que o pai enfim fosse visitá-la e aquela ansiedade era muito evidente, mesmo quando ela estava na Biblioteca, ou nos cultos, ou até mesmo na hora de dormir. Ela rolava na cama sem parar, tanto que um dia acabou por rolar sobre uma das asas de Azriel que acordou gritando de dor e ela se sentiu tão culpada que não dormiu depois a noite toda e no outro dia pediu desculpa várias vezes.

Quando o dia de Lucien visitá-la chegou, Gwyn andava de um lado para outro na sala de estar da Casa, usava uma legging preta e um suéter azul de gola alta enquanto o cabelo estava preso num coque bagunçado. Az estava na sala sentado em uma poltrona, distraído brincando com as sombras entre os dedos.

— Já era para ele ter chegado — disse Gwyn começando a roer a carne em volta dos dedos. — Ele tem que vir hoje.

— Ele disse que viria? — perguntou Azriel e ela o olhou.

O mestre-espião usava uma roupa casual, uma tunica preta sem muitos detalhes, uma calça também preta, botas, e munhequeiras onde os Sifões azuis brilhavam.

— Sim, mandou um bilhete faz dois dias — ela disse agora apertando os dedos. — e se aconteceu alguma coisa?

— Eu já estaria sabendo — disse Azriel deixando as sombras que agora dançavam preguiçosas en sua volta. — Fique tranquila.

— Eu não sei Az... As vezes aconteceu e você não sabe — ela disse novamente andando de um lado para o outro na frente dele e então Azriel agarrou seu pulso e a puxou para si a fazendo sentar em seu colo.

Gwyn soltou um gritinho e deu risada, ela parrou o braço pelos ombros dele enquanto Azriel repousou uma mão em sua coxa e a outra em sua cintura afagando ali.

— Fique tranquila, seu pai está bem — ele disse e Gwyn suspirou colocando uma mão em seu peito. — Aposto que está apenas muito ocupado com Vassa e Jurian.

— O problema é o que é essa ocupação — disse Gwyn suspirando e encostou a lateral de sua testa na de Azriel que a olhava.

— Você fica preocupada assim quando eu fico numa missão por muito tempo? — perguntou ele e a ruiva olhou em seus olhos.

— É pior.

Az deu um pequeno sorriso tristonho, ela sabia que ele não gostava de fazer ela sofrer nem que fosse incapaz de evitar, como quando ia em missões.

— Ele chegou — disse o parceiro e Gwyn se levantou rapidamente. Pela Mãe, não queria que Lucien a pegasse sentada no colo de Az.

Ela passou as mãos pelo sueter e até pela legging, uma tentativa de deixar tudo nos eixos e então teve o vislumbre dos cabelos ruivos e sedosos do pai na porta da sala de estar e se voltou para ali. Gwyn sorriu largo e com os olhos brilhando ao ver Lucien que sorriu casto de volta.

— Desculpe, eu estive... — ele ia dizendo, mas fora interrompido por Gwyn que correu até ele e o abraçou. Ela apertou com força os braços em volta da cintura de Lucien que levou as mãos dele as costas da sacerdotisa a acalentando.

— Que bom que está bem — ela disse contra o peito de Lucien e ele sorriu.

— Desculpe, não queria ter te preocupado — ele disse repousando a boca no topo da cabeça de Gwyn.

Ela assentiu roçando a bochecha na camisa branca que Lucien usava e então se separaram e se olharam nos olhos. O pai de Gwyn então franziu as sobrancelhas e o olhou por cima do ombro dela, para Azriel.

A valquíria se afastou um pouco do pai e se voltou parcialmente para o parceiro que se levantou da poltrona qual estava sentado, sombras dançantes em volta, as asas dando um espasmo e logo se fechando as costas de Az que olhava agora para Lucien.

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