Era inacreditável que havia encontrado seu pai, e mais inacreditável ainda era que ele sempre esteve estupidamente perto, tão perto que ela sequer desconfiava e aparentemente nem ele. Lucien Vanserra, seu pai. Pela Mãe, não conseguia acreditar, estava feliz, mas estava confusa, queria saber tudo sobre ele, mas ainda tinha receio de avançar rápido demais.
— Então... Lucien — ela disse enquanto ele caminhavam pelo terraço de pouso e pararam próximos a borda. — Quem mais eu tenho de família?
O ruivo respirou profundamente e colocou as mãos para trás do corpo.
— Praticamente a Corte Outonal — ele disse e Gwyn engoliu em seco ao se lembrar de Eris. — Avó, avô e quatro tios, dois morreram.
— Morreram? — perguntou surpresa.
— Depois que Beron mandou executar a fêmea que eu amava, eu decidi deixar a Corte e com isso ele mandou meus irmãos me caçarem e acabarem comigo. Nunca fui muito querido — disse Lucien. — Eris fora o único que não me caçou e avisou a Tamlin, quando meus irmãos chegaram tivemos um embate e Tamlin matou dois deles.
— Espera — disse Gwyn rindo de nervoso. — Sua família quis matar você?
Lucien assentiu.
— Que bando... De panacas! Que raiva! — ela disse e o pai deu um pequeno sorriso. — Por que?!
— Eu não sei os motivos, mas nunca fui bem tratado, apenas fui querido pela minha mãe, a sua avó — ele disse e suspirou. — Eu gostaria que ela te conhecesse, mas... Eu não quero que eles saibam sobre você, Gwyn...
— Mas aqui eu estou protegida, e além disso, eu sou uma Carynthian, eu sou uma valquíria. Se quiserem me pegar vão ter que lutar primeiro! — ela disse e pode ver um brilho no olho de Lucien e ele sorriu novamente.
— Eu prefiro evitar qualquer conflito, não quero que te machuquem, você sabendo se defender ou não — ele colocou a mão no ombro de Gwyn.
— Mas o seu irmão me viu...
— Acho que Eris não irá contar a alguém — cortou ele. — Afinal, eu ainda estou vivo por que ele fez alguma coisa...
Gwyn abaixou o olhar.
— Sua mãe iria gostar de mim? — perguntou ela e Lucien soltou um riso nasalado.
— Eu tenho certeza que sim — ele disse e Gwyn deu um sorriso triste.
Era ruim saber que tinha uma família relativamente grande e que ela era uma droga. Então um sentimento de angústia acometeu Gwyn e ela levou a mão ao pulso de Lucien que segurava seu ombro.
— Você sabe o por que das sacerdotisas estarem na biblioteca? — perguntou ela e sentiu que ele apertou seu ombro com cautela.
— Eles não fizeram mal apenas a Catrin, não foi? — Lucien perguntou e trêmula Gwyn assentiu.
— Não...
— Por favor — ele pediu levando sua outra mão ao outro ombro de Gwyn. — Não me conte, nada, eu não quero saber... Não quero imaginar o que aqueles monstros...
Lágrimas comeram a descer novamente pelo rosto de Gwyn e Lucien as secou a fazendo olha-lo. Ela podia abraça-lo? Ele deixaria? Ela se sentiria confortável... Bom, não sabia, mas apenas de ter ele ali com ela secando suas lágrimas era algo bom, seu pai estava secando suas lágrimas, não qualquer outra pessoa, seu pai.
***
A visita de Lucien se prolongou mais um pouco, eles conversaram muito, comeram, beberam chá, até mesmo falaram sobre livros e sobre o treinamento de Gwyn e como fora o Rito de Sangue, o melhor de tudo era que ele pareceu impressionado e orgulhoso durante toda a história, mas, como dizem, tudo o que é bom dura pouco e ele teve que ir embora e agora a estava sozinha na sala de estar... Mas não por muito tempo.
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Parceiros (CONCLUÍDO)
FanfictionFanfic da série de livros ACOTAR, que pertence a Sarah J Maas. Azriel e Gwyn possuem uma boa e comum amizade, quase não se viam, apenas quando ele tinha tempo para ir treinar com as sacerdotisas e depois quando ele ia treinar a noite no ringue, sem...