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O mestre-espião da Corte Noturna acordou ao perceber a cama estava com uma parte mais fria, o lado de Gwyn. Ele abriu os olhos e olhou para o travesseiro sozinho e o lado totalmente vazio, sem sua parceira.

Azriel se sentou na cama apoiando o peso do corpo sobre as mãos e ouviu barulhos vindo do banheiro privativo do quarto, sem demora ela se levantou enrolando o lençol em sua cintura e andou até o arco da porta aberta se deparando com Gwyn abaixada ao lado da banheira vestindo apenas um roupão branco enquanto preparava a água para um banho, pelo cheiro com ervas e sais de banho.

Em silêncio ele se aproximou e quando ia colocar as mãos no quadril de sua parceira distraída a luz se alarmou avisando a Gwyn que se voltou para ele de.plhos arregalados, realmente assustada.

- O que está fazendo aqui?! - ela perguntou ficando com o rosto vermelho, de raiva e nervoso.

- Eu não senti você na cama, então eu vim... - ele ia dizendo.

- Eu ia buscá-lo assim que o banho estivesse pronto! - disse o interrompendo e colocando uma mecha teimoso do cabelo preso num coque alto e bagunçado atrás da orelha. - Volte para a cara, já.

- Gwyn...

- Falta pouco, só preciso colocar mais algumas ervas medicinais e...

Ela ia dizendo, porém o encantador de sombras agarrou-lhe o braço e a puxou para si logo colando seus lábios sobre os dela que tentou afasta-lo, porém logo levou as mãos ao rosto de Azriel enquanto as mãos dele estavam na cintura da valquíria.

Quando separaram seus lábios e encostaram suas testas, Azriel disse:

- Eu já estou bem - ele disse levando as mãos sobre as dela e as desceu por seu pescoço, peito e então pelo abdômen parando sobre a agora cicatriz do ferimento que quase lhe tirou a vida. - Vê? Nenhum arranhão.

- Az...

- Eu sei que está preocupada, mas acabou, amor, eu já estou curado - ele disse roçando seu nariz ao dela que suspirou profundamente trêmula.

- Certeza?

- Absoluta.

Gwyn ficou em silêncio e olhou Paraná cicatriz onde a mão estava sobre a cicatriz.

- Graças a Mãe - ela disse dando um suspiro aliviado.

- Olhe para mim - pediu fazendo com que Gwyn erguesse o rosto para fita-lo. - Eu jamais te deixaria, Gwyneth.

- Jamais?

- Ja-mais.

Ela deu um sorrisinho sem graça e se afastou um pouco e olhou para a banheira.

- Então não precisa que eu te ajude a tomar banho...

- Claro que preciso - disse a interrompendo e a sacerdotisa o olhou. — Preciso e muito.

A bochechas de Gwyn coraram e ela ficou na ponta dos pés o dando um selinho rápido e então o deu as costas.

A parceira de Azriel abriu o roupão o retirando e os olhos dançaram pelo corpo dela, pelas curvas, pela bunda e o detalhe que ele mais achava formoso, os covinhas na lombar. Ela entrou na água morna e ficou se joelhos, então se voltou para ele o olhando como uma criança animada.

Azriel deu uma pequena risada e então soltou o lençol de em volta de sua cintura e entrou na enorme banheira, projetada para acomar também mais uma pessoa e as asas dele. Rhysand e Feyre haviam pensado em tudo quando fizeram aquela casa.

Assim que entrou na água morna todos os seus nervos pareceram relaxar, ele se sentou na banheira ficando de costas para Gwyn que o abraçou por trás e o deu um beijo na têmpora e sem seguida pegou o sabão perfumado de lavanda e mel, com uma buchaacia começou a esfregar as costas de Azriel que começou a literalmente ronronar ao sentir as mãos delicadas de sua parceira o lavando. Quando Gwyn chegou a suas asas ele as abriu um pouco para que ela pudesse as lavar adequadamente.

— Suas asas estão muito tensas — disse ela. — Se um dia você despencar em meio ao vôo e morrer eu vou até onde você estiver e vou te espancar.

Azriel deu risada.

— Você sempre acha motivos para me espancar — ele disse e Gwyn sorriu agora enxaguando suas asas.

— Ainda bem que sabe.

Ambos deram uma risada juntos e então depois de todo o processo do banho, Gwyn escorou as costas contra a banheira e Azriel tirou deitado com as costas encostadas na parceira, as asas bem relaxadas, uma parcialmente para fora da banheira enquanto a outra estava imersa na água cheirosa e morna.

As sombras e a luz de Gwyn dançavam por sobre a superfície espumada como se estivessem brincando. Havia apenas silêncio, ela deslizando as mãos pelo peito e abdômen de Azriel enquanto ele deslizava as mãos pelas canelas dela e por vezes dava alguns apertões.

Gwyn suspirou e juntou dia testa na lateral de sua cabeça.

— Está mais calma agora — ele disse.

— Claro, você está bem — ela respondeu levando uma mão aos cabelos úmidos de Azriel começando a afagar os fios negros entre os dedos.

— Sabe, eu fiz o que tinha que fazer e Rhysand faria o mesmo por mim.

— Eu sei, Az, eu sei... — ela disse baixinho e o abraçou. — Mas já acabou, ainda bem...

— Sim.

Ambos suspeitaram juntos e Az fitou as sombras brincando com a luz.

— Estão se dando bem agora — disse ele e Gwyn assentiu sorrindo.

— Uma hora elas iriam — disse e Azriel assentiu e se ajeitou contra o corpo da parceira escorando a cabeça contra o ombro dela.

— Eu andei pensando — disse Gwyn. — Eu vou pedir a Clotho que nossa cerimônia seja feita no templo da biblioteca.

— Acha que ela vai permitir?

— Eu espero que sim, é muito importante para mim — disse Gwyn. — E, Az...

— Hm?

— Quero se seja logo — disse o fazendo erguer o rosto a olha-la. — Acho que já esperamos demais.

Azriel deu um sorriso de canto.

— Por mim tudo bem...

— Mas antes — interrompeu Gwyn. — Quero ir com meu pai até o cemitério de Sangravah, quero leva-lo até o túmulo de  Catrin.

Azriel ficou em silêncio, ele se sentou e se voltou parcialmente para sua parceira vendo que os olhos dela estavam cheios de lágrimas.

— Tudo bem, primeiro vamos conversar com Clotho, e depois vamos combinar um dia com Lucien para você irem até o túmulo de Catrin.

Gwyn assentiu e fora até ele o abraçando, Azriel a deu um beijo no topo da cabeça e as mãos deslizavam pelas costas molhadas da linda fêmea de pele alva e sardenta. Ela encostou a boca contra a clavícula de Azriel e logo ele sentiu o abraço dela se afrouxando e quando notou, Gwyn havia dormido.

O encantador de sombras então se retirou da banheira com a amada em seus braços e a levou até a cama, mesmo molhada ele a deitou ali e em seguida se deitou ao lado dela. Sabia que Gwyn estivera muitas horas sem dormir, então estava muito cansada ainda e até recuperar todas as energias iria demorar um pouco.

Se deitou de frente para ela e ficava admirando o rosto adormecido da parceira que ela iluminado por um raio de sol que passava pelo vídeo da janela. Azriel nunca se cansaria de olhar para ela, para a beleza dela e quando ficava daquele jeito a olhando gostava de imaginar que as sardas no rosto de sua amada eram como estrelas e costumava imaginar constelações, e apenas ele sabia daquilo, era uma das coisas secretas e encantadoras que ele aguardava apenas para si sobre Gwyn e que nem mesmo sob tortura ele revelearia, pois aquilo era só ele, apenas dele.

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