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Emerie estava de boca aberta em frente a Gwyn depois da ruiva ter contado sobre o lago. Ela não esperava que a amiga ficasse tão chocada que o queixo caísse e que ficasse totalmente parada olhando para o nada.

— Diz alguma coisa! — pediu Gwyn enquanto as duas estavam tomando chá na sala se estar da Casa.

— O que quer que eu diga?! — exclamou Emerie, as asas farfalhando frenéticas. — Você e Azriel se pegaram! Eu não tenho palavras!

— Não diga se pegaram. Nós trocamos beijos — disse Gwyn rubra como uma pimenta e Gwyn jogou um bolinho nela. — Au!

— Gwyn, está na hora — disse Emerie se sentando ao lado da amiga que a olhou confusa.

— Hora do que? — perguntou.

— Daquela conversa  — disse Emerie e o queixo de Gwyn caiu.

— Emerie, eu não sou uma criança! — disse indignada e a amiga suspirou e pegou em suas mãos.

— Eu sei, Gwyn, mas não se esqueça... Você passou por uma coisa muito difícil e isso pode interferir no que você e Azriel vão ter, entende? — disse a illyriana com toda doçura e paciência que tinha. — Você pensou sobre isso? Sobre se vai ficar apenas beijando ele até sua boca cair e a dele também ou vai se permitir ir além?

A ruiva piscou algumas vezes... Se permitir ir além... Bom, era inegável a tensos sexual entre os dois, era inegável que o corpo dela desejava ele com todas as suas forças existentes... E era inegável que ela não estava preparada para isso.

— Claro que eu quero ir além — disse abaixando o rosto. — Eu quero ele, muito, muito mesmo.

— Então, vamos trabalhar nisso — disse Emerie. — Começando em não pensar que está fazendo isso por ele, é por você, única e exclusivamente você.

Gwyn assentiu.

— Você já vem lendo vários romances adultos, ao menos não tem aversão total — disse Emerie. — Mas agora temos que trabalhar em você. Já aceita aproximação dele, o beijo, o toque. Já estamos quase lá.

— Tem lugares que não quero que ele toque — admitiu Gwyn. — Ainda.

— Certo, você está certa — disse Emerie. — Antes de deixar que ele de toque em todos os lugares você precisa primeiro aceitar, não ele, mas você.

— Eu?

— Qual foi a última vez que se tocou? — perguntou Emerie ficando numa postura relaxada, desinibida e Gwyn corou violentamente. — Gwyn somos melhores amigas, lemos as mesmos as coisa. Pode me falar isso.

Gwyn fechou os olhos e respirou profundamente. Antes daquele acontecido ela se tocava sim, normalmente como uma pessoa comum, de maneira saudável... Mas depois.

— Alguns dias antes do ataque — disse ela. — Depois nunca mais.

— Nunca ficou com vontade?

— Sim, claro, mas todas as vezes que tentei eu travei e desisti — suspirou novamente e se esparramou no sofá. — Eu me sinto suja.

Disse bem baixinho e Emerie respirou fundo e apertou sua mão em sinal de compreensão.

— Faça tudo no seu tempo — ela disse e Gwyn a olhou por debaixo dos cílios. — Eu sei que vai superar isso.

A ruiva assentiu e ia dizer algo até que alguém chegou a sala de estar e as duas olharam para a porta vendo Lucien ali.

Gwyn rapidamente levantou a cabeça e se levantou do sofá em um pulo só.

— Oi! — ela disse animada e o pai sorriu largo para ela.

— Não estou interrompendo, estou? — perguntou se aproximando e Emerie se levantou também.

— Não, estávamos apenas tendo uma conversa de meninas — disse Gwyn. — Ah, essa é Emerie. Emerie, esse é Lucien, meu pai.

Gwyn pode jurar que um brilho surgiu no olho de Lucien quando ele ouviu as palavras meu pai.

— Muito prazer — disse Emerie e Lucien acenou em cumprimento. — Eu estava ansiosa para conhecê-lo.

— É um prazer conhecer uma amiga da Gwyn — ele disse sorrindo e então olhou para Gwyn novamente. — Eu vim me despedir, tenho que voltar para os Exilados.

— Ah, tão rápido assim? — perguntou Gwyn realmente sentida.

— Eu já fiz tudo o que tinha que fazer aqui em Velaris — ele respondeu. — Mas antes, eu passei e comprei isso para você.

Ele retirou uma caixa de veludo preto do bolso e Gwyn sentiu o coração acelerado e ela pegou a caixinha. 

— Eu não sei se vai gostar, mas, é de coração — disse ele e Gwyn abriu a caixa de deparando com uma pulseira de prata e uma pequena espada ligando a corrente com uma pequena safira no cabo.

— Ah... — disse Gwyn com a voz um pouco trêmula. — É linda, eu adorei.

Ela olhou para Lucien que sorriu casto.

— Posso? — perguntou se referindo se podia colocar a pulseira em Gwyn e ela sorriu largo.

— Claro! — exclamou tirando a peça da caixa e a entregando na mão de Lucien. A sacerdotisa estendeu o braço e Lucien colocou a pulseira ali, junto com a pulseira feita para Gwyn por uma das amigas. Ela jamais tirava aquela pulseira, agora não tiraria as duas.

— Te vejo na próxima semana? — perguntou ela e o pai assentiu.

— Com toda certeza — ele disse pegando na mão de Gwyn e a levou até a boca dando um beijo nas costas. — Se cuide, se precisar de alguma coisa não hesite em me chamar.

— Ok... — disse Gwyn e com um último adeus Lucien se retirou da sala e partiu deixando as duas fêmeas sozinhas.

— Caramba... Ele é muito legal — disse Emerie surpresa e Gwyn a olhou.

— Sim, ele é muito gentil. Por que está surpresa?

— Mor disse algumas coisas dele... — falou Emerie.

— Que coisas?

— Nada demais...

Gwyn juntou as sobrancelhas e assentiu. Não conhecia seu pai direito, mas, ele se mostrou ser um macho muito bom até o momento.

— Enfim, e você e Azriel? — continuou Emerie.

— Ele saiu em missão, até ele voltar eu não sei como as coisas vão ser — disse Gwyn.

Emerie assentiu e depois mudou totalmente de assunto para um dos livros que liam ao mesmo tempo e começaram uma discussão sobre a história, um momento descontraído que veio logo depois de um feliz. Gwyn não parava de olhar para a pulseira que Lucien a dera, um presente, mas não qualquer presente, um presente do pai dela e ela não podia estar mais feliz. Aqueles dias poderiam ser eternos, eram os melhores de sua vida.

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