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Gwyn se refúgiou no lugar que ela mais gostava, a biblioteca particular da Casa. Estava sentada sob a janela olhando Velaris e suspirou fazendo o vídeo embaçar com a temperatura de seu hálito. De certa forma ela sabia que o encontro entre Lucien e Azriel não seria exatamente passivo, mas, aquela conversa dos dois a atingiu de uma forma até violenta.

Escutou passos se aproximando e olhou para o lado vendo Lucien ali de pé a olhando com culpa.

— Eu sinto...

— Não faça isso — ela disse suspirando. — Está tudo bem, eu não esperava que vocês se abraçassem e ficassem sorridentes na presença do outro.

Encolheu as pernas dobrando os joelhos e os abraçou.

— Eu só não esperava... Que você perguntasse aquilo a ele — ela disse olhando para um ponto fixo e Lucien respirou profundamente.

Ele se sentou na poltrona em frente a Gwyn e se ajeitou ali, inclinou o corpo para frente apoiando os cotovelos nos joelhos e juntou mãos.

— Eu perguntei pois não quero que viva uma parceria sem amor — ele disse olhando para as mãos unidas. — Sei que a parceria é além do que conexão de almas, além de casamento, além de tudo, mas se não houver amor... Eu não vejo vantagem alguma e tudo o que menos quero em todo esse mundo, Gwyn, é ver você sofrer, por eu te amo, mesmo te conhecendo há pouco tempo, eu a amo como se a tivesse criado...

Ela arregalou um pouco os olhos ao escutar aquelas palavras de Lucien... Eu te amo. As palavras que ela jamais pensou em escutar vindas de seu genitor.

— Desculpe, eu estou falando demais... — ele disse.

— Não — falou Gwyn com os olhos marejados. — Pode falar o tanto que quiser...

Lucien sorriu também com lágrimas no olho.

— Você é a única coisa que eu tenho, e é a mais preciosa — ele disse e Gwyn soluçou um riso em meio ao choro e se levantou e fora até o pai.

Ela ficou de joelhos em frente a ele e o abraçou, Lucien retribuiu o abraço com ternura.

— Se aquele babaca ferir seu coração, eu não sei do que sou capaz...

— Está tudo bem — disse Gwyn afastando o abraço e olhava agora para o rosto sério do pai. — O Az jamais me machucaria, jamais. E quanto aquela outra coisa... — o amor. — Acho que aos poucos vamos construindo isso.

O pai de Gwyn suspirou e deu um pequeno sorriso.

— Você está feliz? — perguntou.

— Muito.

— Então é tudo o que preciso saber — colocou algumas mechas atrás da orelha ponteaguda de Gwyn que sorriu.

— Se lembra daquela loja de rosquinhas? — perguntou ela e Lucien deu risada assentindo. — Podemos ir até lá?

— Só se for agora — responder e Gwyn se levantou num pulo.

O pai se levantou logo atrás e ela passou o braço pelo dele o guiando para fora da biblioteca. Ela poderia ir conversar com Azriel, mas no momento tudo o que queria era ter um tempo só com o pai, o pai que amava.

***

O grupo estava agora na sala de estar, Azriel sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos, mãos na nuca e cabeça baixa, enquanto Nestha estava de pé perto da parede de janelas, ela batia o calcanhar direito no chão freneticamente e bufava a cada cinco minutos. Emerie estava sentada no sofá a frente de Azriel e Cassian estava de pé próximo a porta, braços cruzados, postura dura.

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