The Maid

Ponto de vista [Parte I]

Oi gente apareci com mais um capítulo. É um capítulo duplo e estou contando com vocês para comentarem e deixarem suas opiniões para que eu poste o próximo capítulo ainda hoje!

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Toda boa história sempre tem que ter uma vilã. Alguém que atrapalha os mocinhos de ficarem juntos, a que é mal amada, que nasceu ruim ou se tornou assim por conta de algum acontecimento traumático. Eu vi isso em filmes e novelas durante toda a minha vida. Eu sempre me pegava torcendo contra as vilãs e me perguntando o por quê dessas pessoas terem atitudes tão mesquinhas? Como uma pessoa podia ser tão invejosa, má e sem coração a ponto de inventar histórias e criar planos mirabolantes para que as coisas acontecessem exatamente como elas queriam? O que eu não sabia era que um dia eu me tornaria uma dessas pessoas. Hoje quando eu acordo e me olho no espelho não vejo mais Jennie Kim e nem mesmo a Jennie Park, hoje eu sou definida somente pelas mentiras que contei, pelo casal que eu separei e eu convivo diariamente com as consequências dos meus erros. A casa que sempre foi a minha prisão pessoal e para a qual eu tanto lutei para voltar, agora era vazia. O homem que eu desprezei desde que nos casamos e que eu fiz de tudo para ter, agora era apenas uma sombra do que já foi. Quando eu percebi o quanto valorizava o meu casamento e o quanto eu poderia ter sido feliz nele se não tivesse insistido em um amor unilateral de adolescência, já era tarde. Eu já tinha perdido o Jay e sabia disso, mas quando a mãe dele me acolheu e me aconselhou, me dizendo tudo que eu deveria fazer para conseguir ter o Jay de volta eu realmente pensei que tudo poderia voltar a ser como era. Tudo parecia tão simples para ela na teoria, nós repassamos nossos planos e ela que era mais velha e experiente tinha tudo friamente calculado. Ela me disse como eu separaria o Jay da S/N, me disse como eu tiraria ela do nosso caminho e disse que eu voltaria a ser a senhora da minha casa e até aí ela tinha razão. O que nenhuma de nós duas sabíamos era que mesmo separando os dois eles não deixariam de se amar. Hoje em dia eu convivo com um fantasma, apático, que não encontra prazer ou qualquer consolo na minha companhia, que só sorri quando recebe alguma ligação ou troca mensagens com a S/N. Enquanto eu me visto para começar mais um dia sinto vontade de apenas desistir e voltar a me deitar só de pensar em tudo que terei que enfrentar para sobreviver mais um dia. Os meses tem passado, mas nada faz com que a implicância que o Jiyong tem comigo por causa das coisas que eu fiz com a S/N diminua. Essa é uma das muitas coisas que eu plantei e estou colhendo e talvez a pior delas pois a única parte da minha vida que deveria ser o meu refúgio tem se tornado meu pior tormento. Ser uma artista reconhecida é o meu sonho desde que eu era apenas uma menina e eu nunca pude fazer isso, pois minha família nunca me apoiou, mas agora eu estava indo atrás disso e em grande parte do tempo isso me faz muito feliz já que todos, até mesmo o dono da Yg reconhecem o meu talento, porém o Jiyong está tornando o meu sonho em um verdadeiro pesadelo. Ele que escolhe os grupos que vão debutar, ele que ajuda nos treinamentos, ele que produz as músicas e quando se trata de mim ele faz de tudo para demonstrar seu desprezo por mim. As críticas dele são sempre mais duras quando se trata de mim, se estou cantando ele cobra que eu alcance notas quase impossíveis, se cometo um pequeno erro na coreografia já é motivo para ele falar sobre isso e usar como exemplo me expondo na frente dos outros trainees. Eu sei muito bem que mereço tudo isso e sempre acreditei quando ouvia dizer que "a vida cobra" eu só não sabia que seria tão rápido e que quem iria me cobrar seria o Jiyong. Como se tudo isso não bastasse eu tenho recebido recados do Sik através das minhas amigas e tenho ignorado todos, se existe um erro que eu não voltaria a cometer seria deixar aquele idiota se aproximar de mim. Eu resolvi tomar um banho para terminar de acordar e me arrumei rápido, pois queria ser uma das primeiras a chegar na empresa. Eu realmente queria dar o meu melhor mesmo sentindo que isso nunca fosse ser o suficiente. Eu tomei um café rápido e quando o Jay desceu eu já estava quase acabando.

Jennie — Bom dia!

Jay — Bom dia! Caiu da cama?

Ele esfregou os olhos ainda bocejando e eu acabei sorrindo me sentindo confortável por pelo menos alguns minutos enquanto via ele com seu pijama azul listrado se servindo de uma xícara de café. Nossos momentos de conversas banais durante o café da manhã eram os únicos momentos em que as coisas pareciam estar "normais" novamente.