Desde que voltei a morar com o Jay, muitas vezes me perguntei se estávamos tentando de novo pelo nosso amor ou para criarmos nosso filho juntos. Meu resguardo tem sido complicado e ainda faltava uma semana para que eu pudesse voltar a me sentir uma mulher novamente. Eu não estava tendo nenhuma intimidade com o Jay e sinceramente não estava pronta para isso. A gravidez deixou marcas no meu corpo que eu não sabia como lidar e apesar de querer fingir ser forte, isso me abala cada vez que eu tiro a roupa.
O Jay tem estado distante e não sei o que está acontecendo, o fato dele não conversar comigo me deixa angustiada e eu sabia que ele não era o único fazendo isso. Desde que eu quase morri na Suíça, todos ao meu redor tem evitado me trazer problemas e apesar de saber que eles faziam isso para me proteger, eu já estava cansada de sentir que eu estava fora da vida das pessoas que amo. O Jiyong fazia o mesmo, eu sabia que ele estava com problemas e também sabia que estava sendo muito difícil para ele desistir de mim, mas ele apenas guardava seus sentimentos para si e eu sabia o quanto isso podia ser perigoso.
Em cada discussão deles, eu ficava no meio, sem saber como agir pois realmente acreditei que um dia eles poderiam se dar bem, mas enquanto o Jiyong não superasse o que sente por mim, isso seria difícil e hoje eu pude ver nos olhos dele que esse futuro perfeito onde todos vivem em harmonia está mais distante do que eu imaginava. No momento, eu não era eu mesma. Não era a Jane, estudante de artes promissora que venceu um concurso a nível internacional. Eu era apenas a mãe do Oliver e eu não sabia que isso invalidava tudo que eu sou.
Eu não tinha contado isso para ninguém, mas eu não conseguia nem pegar em um pincel desde que cheguei e não é pelo cansaço ou pelo Oliver tomar grande parte do meu tempo, mas porque eu simplesmente não queria fazer outra coisa que não fosse ficar com o meu pequeno. Eu sabia que ser mãe me mudaria, mas não sabia que eu ficaria tão apegada a ponto de não querer soltar meu filho por nada. Eu estava sobrecarregada e não pedia ajuda porque eu não queria. Não queria que ninguém além de mim ficasse com meu filho e por mais egoísta que isso pudesse parecer, eu estava amando essa fase.
No momento eu não me via como uma mulher e por isso, sinceramente não estava pensando nos dramas românticos dos quais minha vida é cheia. Eu apenas me preocupava com quantas gramas meu filho ganhou na semana, se ele estava se alimentando bem e se as horas que ele estava dormindo eram suficientes para que ele se desenvolvesse bem. A mãe de um bebê que nasceu prematuro, comemora cada pequena evolução como se fosse um gol de futebol em um fim de copa do mundo e essa tem sido minha maior alegria.
Era como se minha vida inteira tivesse parado, e meu mundo girasse apenas ao redor daquele lindo menino de olhos amendoados. Isso faz com que eu me esqueça de mim mesma, colocando minhas necessidades em segundo lugar e às vezes esqueça até mesmo de pentear o cabelo. Quando o Jay chega do trabalho, eu o vejo com o sorriso cansado, lindo como sempre e me pergunto se ele ainda se sente atraído por mim como estou. Se ainda me deseja e se ainda somos um casal.
Sei que parece óbvio pois vivemos juntos e estamos criando nosso filho, mas a falta de contato físico, é estranho para nós que sempre nos amamos em cada superfície dessa casa. Muitas vezes quando ele chega tarde eu me pergunto se ele está evitando ficar perto de mim. Sei que não estou atraente e até já me perguntei se ele se arrependia de ter ficado comigo. A Jennie era tão linda e mesmo que ela tivesse um filho, duvido que ela se descuidaria como eu, por isso, sempre que via o Jay distante, olhando para o nada, imaginava se ele estava insatisfeito com a nossa vida e também por isso, agora que ele estava ajoelhado na minha frente me pedindo em casamento, eu não conseguia parar de chorar.
— Você tem certeza? Você ainda quer casar comigo? — Perguntei, com lágrimas nos olhos e ele me encarou, confuso.
— É claro que eu quero meu amor! Você é a mulher da minha vida e eu não quero mais passar um dia sem poder dizer que você é minha esposa! — Ele afirmou e eu levei a mão à boca tentando conter o soluço do meu choro, descontrolado. — E então Jane, amor da minha vida, você aceita se casar comigo? — Ele insistiu e mesmo com o choque, eu concordei com a cabeça, incapaz de falar e ele colocou a aliança no meu dedo.
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The Maid
FanficUma jovem do interior do Brasil ganha uma bolsa de estudos em Artes na Coréia do Sul e para se manter lá pede ajuda a sua tia que trabalha a anos como Governanta da família Park, por indicação de sua tia a jovem começa a trabalhar na casa do filho m...