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Fiquei zelando seu sono por horas, mesmo com dores por ficar muito tempo sem me mexer, não sai por medo de acorda-la. Sinto ela se mexendo e se agarrando mais ao meu corpo.
-Não é um sonho... -Ela sussurra.
-Dormiu bem? -Pergunto.
-Sim, a dias eu não durmo assim. -Ela diz esticando suas pernas mas continua agarrada a mim.
-Correção, a dias você não dorme. -Falei lhe dando um pequeno sorriso.
-Também. -Ela reponde com uma risada leve. -Cheryl?
-Sim? -Volto a fazer carinho em seus cabelos.
-Por que está sendo carinhosa? -Pergunta com receio.
-Eu não sei... Acho que ainda tenho meu instinto de proteção com você. -Falo.
-Eu não te mereço. Eu cometi o maior erro da minha vida. - Sua voz sai com tristeza.
-Todos cometemos erros Toni.
Ficamos em silêncio por muito tempo na mesma posição, Toni deitada em meu peito e eu fazendo carinho em seus cabelos. Até que tomo coragem.
-Toni? - Ela faz um som nasal para que eu continue. -Eu fui em uma advogada para dar entrada no divórcio. -Ela prende a respiração por alguns segundos. -Eu conversei com ela sobre a guarda do Benjamin.
-Cheryl... -Ela levanta sua cabeça e seu olhar marejado dói tanto. -Não me tira o Benjamin... Por favor. Eu não sou forte o suficiente para viver sem ele.
-Calma! -Falo levando minha mão até seu rosto e fazendo um carinho. -Eu não vou lutar pela guarda dele, jamais o tiraria de você. Mas eu peço que nunca me impeça de vê-lo ou que ele durma as vezes comigo. Por favor Toni não tire meu filho de mim, não de novo. -Falo com dor.
-Cheryl...não me deixe... Por favor! -Ela diz e as lágrimas já escorrem por seu rosto. -Eu sei que eu errei, mas podemos erguer nosso casamento juntas.
-Não podemos Toni, não consigo. -Falo sentindo algumas lágrimas me invadirem. -Precisamos disso. Eu preciso me desprender de você, por mais que doa, eu sei que vai doer mais do que já dói, mas eu preciso.
-Você é tudo para mim Cheryl. -senta na cama e eu faço o mesmo em seguida. -Me perdoa, se eu pudesse voltar atrás eu nunca teria saído aquele dia. -Ela diz já se derramando, sem controlar o choro.
-Mas você não pode. -Falo chorando na mesma intensidade. -Você saiu aquela noite, se entregou para outro, engravidou, me escondeu, percebe que tudo virou uma grande bola de mentiras? -A puxo pela nuca e encosto nossas testas. -Eu te amo Toni, amo com toda a minha força, mas isso está me matando lentamente e não consigo te perdoar, não agora, me desculpa. Então pela primeira vez eu serei egoísta e pensarei unicamente em mim. -Respiro fundo.
-Eu te amo! -Ela diz com dificuldades por conta do choro.
Ainda com as nossas testas coladas, pego sua mão esquerda e toco sua aliança delicadamente, a retiro devagar e coloco em sua mão. Ela a fecha pegando com força.
