A filha do Snape

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Quando Gabrielle se aproximou o suficiente para ver oque estava acontecendo, encontrou um Fred desacordado, ela sentia como se fosse vomitar e desmaiar ao mesmo tempo, ela caiu de joelhos ralando os mesmo e se jogou sobre o corpo de Fred Weasley.

—Por favor não, Fred, eu ainda preciso de você, por favor, fica comigo — Dizia a garota deitada sobre a barriga de Fred.

— Sabia que isso é uma frase bem egoista a se dizer na morte de alguem? — a voz de Fred foi escutada, Gabrielle se levantou vendo ele dar uma risada fraca, ele havia se machucado mas não muito, o desespero de Gabrielle ensurdeceu seus ouvidos e ela foi incapaz de ouvir seu coração.

— Fred Weasley, seu idiota! — Disse ela rindo, secando as lagrimas que ainda escorriam mas logo aquele ar de riso sumiu, quando ouviram Rony gritar, agora era de verdade, era real, os olhos sem vida de Percy Weasley estavam abertos, ele trasmitia uma felicidade, provavelmente por Fred estar fazendo uma piada segundos antes da parede se romper.

Depois de todo ocorrido, eles se afastaram, eles precisavam continuar, todos ali tinham que lutar, não por Harry Potter e sim por eles mesmos, Voldemort estava destruindo familias, acabando com as esperanças de muitos e então ela perdeu o trio de vista, estando somente com Daniel, Fred havia  ido se juntar a George e Gabrielle e Daniel batalhavam bravamente, o sangue escorria do rosto de Gabrielle provavelmente por uma ferida que ela mesmo não sentiu, eles tentavam defender os mais feridos, escondendo eles dos comensais para que conseguissem levar eles para dentro, levar os corpos para dentro, estavam na defesa e não do ataque, não deixariam nenhum entrar naquela parte do castelo, estavam dispostos a dar suas proprias vidas pra que isso acontecesse.

—AVADA KEDRAVA — Gritaram os dois juntos na direçao de comensais, não era hora de feitiços de desarmamento, eles precisavam parar os comensais de vez.

Em um momento exato, Gabrielle sentiu seu peito doer e seu pai invadir sua mente, era uma dor, uma sensação horrivel que Gabrielle não conseguia de forma alguma controlar, seus olhos marejaram e o ar faltou em seus pulmoes e Daniel estaria se virando sozinho se não fosse por Luna que deu a mão a ele e os dois começaram a lutar juntos.

Enquanto isso, Harry estava na casa dos gritos, vendo Voldemort mandar Nagini matar Severo Snape e assim que Voldemort saiu, Harry se aproximou dele.

— Leve... isso... Leve... isso...—Alguma coisa além do sangue vazava de Snape, algo prateado, nem gás, nem líquido, jorrou de suaboca, ouvidos e olhos, e Harry percebeu o que era, mas não sabia o que fazer. Um frasco materializou-se no ar e foi empurrado em suas mãos por Hermione. Harry recolheu asubstância prateada com a varinha. Quando o frasco se encheu e Snape pareceu exangue, ele afrouxou oaperto nas vestes de Harry. 

— Olhe... para... mim –—sussurrou o bruxo.Os olhos verdes encontraram os negros, mas em um segundo alguma coisa no fundo dos olhos de Snapepareceu sumir, deixando-os fixos, inexpressivos e vazios. A mão que segurava Harry bateu no chão eSnape não se mexeu mais, oque qualquer um que só soubesse o minimo dessa historia, diria que Severo Snape queria olhar os olhos da mulher que sempre amou mas não, assim como Harry e Daniel, Gabrielle tinha os mesmos olhos de sua mãe e foi exatamente isso que Snape queria, ele queria morrer olhando pela ultima vez, os olhos da pessoa que ele verdadeiramente mais amou; Sua filha.

— Gabrielle, acorda! Precisamos da sua ajuda! — Daniel gritou grosseiramente mas fez com que a garota voltasse a realidade.

— É o meu pai, Daniel — Disse em lagrimas, ela não tinha certeza alguma de nada que estava acontecendo mas aquela sensação deixava claro uma coisa — Meu pai... meu pai está morto.

Daniel a olhou por alguns segundos mas logo virou pra frente, ele sabia que aquilo estava destruindo a garota mas ele apenas disse.

— Seu pai está orgulhoso de você, assim como eu e eu e todos aqui precisamos que você levante e volte a lutar!

Gabrielle apenas acenou com a cabeça e segurou a varinha com força nas mãos, ela correu para outra entrada do castelo, entrando no mesmo, ela lutava com os comensais e atacava os que encurralavam os alunos.

Um tempo depois, as coisas diminuiram e eles puderam entrar, pessoas machucadas e mortas em cada lugar, o corpo de Percy Weasley estava rodeado por sua familia e ao lado, Tonks e Remo Lupin.

— Oque? Não — Exclamou Gabrielle indo ate o padrinho segurando em sua mão gelada e palida — Eu não acredito, Daniel, eles tem um filho, um nenem que vai crescer sem eles, eu... — ela respirava fundo tentando não chorar, apenas se levantou e olhou o corpo do padrinho por alguns segundos, antes de voltar sua atenção para Harry, Rony e Hermione que estavam chegando.

Harry saiu antes que os dois pudessem se aproximar, a mais velha caminhou em direção aos dois ali parados e então Rony se juntou a familia e Hermione ficou parada, encarando Gabrielle por longos segundos e então a abraçou, a garota não entendeu oque estava acontecendo mas só retribuiu, aquilo durou um bom tempo e então Gabrielle a afastou.

— Oque aconteceu? —  perguntou ela examinando as expressoes de Hermione que parecia completamente nervosa e sem jeito.— Hermione, oque aconteceu? 

—Olha... é complicado dizer isso mas eu, Harry e Rony fomos ate a casa dos gritos e seu pai estava lá — Gabrielle suspirou em alivio, se Snape estava lá, é porque ele estava vivo mas logo ela caiu em realidade, Hermione que sempre tinha tudo na ponta da lingua não sabia oque dizer — E Voldemort, ele... ele mandou Nagini matar seu pai e ela o matou, eu sinto muito.

Eram muitas noticias para se assimilar ao mesmo tempo, Lupin, Tonks, Collins e agora seu pai, fora seus outros colegas de escola, pessoas que participam de jogos, aulas, pessoas com a vida toda pela frente mas Gabrielle só pensava em uma coisa, Severo Snape estava morto e ela não conseguiu dizer o quanto ela o amava pela ultima vez, ele morreu achando que ela o odiava e ela nunca iria se perdoar por isso, por mais que ele estivesse no caminho errado, ele era o pai dela e agora, ele estava morto.

Gabrielle prendeu seu cabelo em um coque alto, limpou suas lagrimas que cairam sem que ela percebesse e virou as costas, talvez não fosse a reação que as pessoas esperavam mas ela simplesmente se sentiu na obrigaçao de ajudar todos ali, ela iria ajudar com os feridos, ia trazer os mortos para dentro, era isso que ela ia fazer, não iria pensar na morte e sim na esperança na vida.