Capítulo 25

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Miles

Observo minha mãe despejar todo seu ódio em Morgana, que implora pedindo que a matem. Isso não vai acontecer, essa mulher vai sofrer o inferno aqui na terra antes de acabar numa cova.

— Quer que eu pare? — mamãe pergunta e Morgana a olha com raiva. — Acho que não.

— Você vai morrer, Alicia. — ela rosna, como se preferisse uma maldição. — Você e aquela vadiazinha.

— Todo esse ódio porque não recebeu seu dinheiro? A ambição e inveja te destruíram, não é? — me pronuncio, recebendo sua atenção. — Você é linda, Morgana, isso eu não posso negar. Poderia conseguir muitas coisas da maneira correta, mas sua alma é podre. Agora vai pagar por tudo isso.

— Eu posso fazer o que quiser com Blue. Ela é minha filha! — grita, se debatendo na cadeira.

— Você foi apenas a progenitora dela, não mãe. Além do mais, ser mãe não te dar o direito de transformar os filhos em fantoches.

— Ela mereceu tudo aquilo, sempre foi um estorvo na minha vida. Eu tentei abortá-la várias vezes, mas não deu certo. Acho que sei o motivo dela ter nascido doente. — ela ri como se lembrasse de algo. — Pelo menos consegui corrigi-la de alguma forma. Acredita que aquele erro agia como um bebê até os onze anos? Mas depois de uma boa surra ela aprendeu a ser uma pessoa de verdade.

Sinto um ódio que nunca senti em toda minha vida. Essa mulher é mais horrível do que eu imaginava.

Me dói saber de tudo que minha menina passou, mas agora ela está segura em meus braços. Onde nunca deveria ter saído.

Farei até o impossível para vê-la bem e feliz.

Mas apenas ficarei em paz quando acabar com esse monstro.

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— Papai! — Blue corre até mim. — Onde estava? Oi, vovó Alicia.

— Olá, querida.

A pego no colo, vendo que a mesma está com biquíni e completamente molhada.

— Fui resolver algumas coisas, meu bem. — respondo, levando-a de volta para o jardim. — Onde Eros está?

— Ele foi pegar comidinhas, mas me pediu para não entrar na piscina sem ele. Sou mocinha comportada, não é?

— É sim. Acho que vou tomar banho de piscina com uma certa garotinha...

— Comigo! — se remexe nos meus braços enquanto sigo até o jardim.

— Por que não convida a vovó também?

— Pode, vovó? — ela encara Alicia que sorri, afirmando com a cabeça. — E o vovô Will?

— Ele está na empresa. — mamãe responde, retirando seus saltos. — Vou tomar um banho e desço.

— Papai, Eros disse que eu poderia comer chocolate. — Blue conta, animada. — Com moranguinhos.

— Mas primeiro vai almoçar, não é? Ficar bem forte e saudável.

— Almoçar é chato. — resmunga, pedindo que eu a coloque no chão. — Posso entrar na piscina?

— Pode, mas use a boia, okay? — lhe entrego a boia de abacaxi que é enorme perto dela. — Cuidado.

Ela corre feliz até a piscina, pulando como uma verdadeira criança. Fico um pouco tranquilo ao ver seu sorriso sincero e sem preocupações. Com um pensamento egoísta, penso que seria melhor para Blue ficar assim, para não precisar enfrentar todos os demônios que se mantém dormindo quando ela está em seu mundo infantil.

É ruim da minha parte pensar assim?

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— Blue, meu peito está roxo. — digo, dando risada quando minha menina gruda em mim. — Solta, amor.

Ela resmunga, se afastando com a carinha brava. Beijo seus lábios e faço uma careta quando sinto o gosto de leite.

— Como você gosta disso? É horrível.

— Não fala mal do meu leitinho, papai. — ela repreende.

A trago novamente para perto de mim, beijando seu pescoço várias vezes e ouvindo sua reclamação.

— Papai?

— Sim, querida?

— Onde está minha mamãe? Eu lembro dela. Ela disse que eu era estranha, mas acho que era brincadeira.

Solto um suspiro pesado, não querendo contar essa parte ruim da sua vida.

— Quantos anos você tem, Blue?

— Onze anos, papai.

Fechos os olhos, sabendo que alguma parte presa de Blue finalmente foi liberta depois de anos escondida.

— Sua mãe ama você, mas ela precisou ir embora para salvar vários animais pelo mundo.

Invento qualquer mentira que me veio a cabeça.

Não sei o que é pior.

Uma mentira bonita ou uma verdade dolorosa.

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— Blue? — chamo por minha namorada que encara a janela do quarto.

— Sim?

Okay, vamos lá.

— Eu voltei a agir como criança, não é? — ela questiona, o corpo encolhido. — Acho que eu deveria voltar para o meu apartamento.

— O que? Não. — me aproximo dela, tirando seu cabelo de frente ao rosto. — Como eu cuidaria de você?

— Não precisa cuidar, não sou sua responsabilidade.

— Eu quero ficar com você, Blue. Eu te amo e não sei se estou pronto para deixá-la sozinha. Não sei se você está pronta.

Não falo com todas as letras sobre meu medo.

Que ela cause algum dano a si mesma.

— Uma hora eu vou precisar ir. — sussurra e penso no duplo sentido nas suas palavras. — Estou cansada, Miles.

— Eu sei, meu amor, eu sei.

Blue começa a chorar, a se acabar em lágrimas. Seu pequeno corpo treme e a trago para perto, demonstrando de alguma forma que ela está protegida.

— Eu vou te ajudar a se curar, okay? Mas preciso que não desista. Lute mais um pouco, meu amor. Por favor. — falo como uma suplica.

— Fica comigo... — ela pede, com medo. — Não vai embora.

— Eu vão vou a lugar nenhum, minha Blue.

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Notas da autora:

Acho que falta pouco para esse livro acabar 😪

Desculpem os prováveis erros gramaticais, corrigi nas pressas. Espero que tenham gostado do capítulo <3

Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora