Prólogo

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Encaro a foto do homem que destruiu minha família. Que me impediu de crescer com um pai presente. Aquele que agora vive sua vida perfeita, com sua esposa e seus filhos.

William Salvatore.

Passei a vida nutrindo um ódio pelos Salvatore's, por tudo o que eles me tiraram. Boa parte da minha existência foi dedicada a planejar como acabaria com aquela família, ou melhor, como eu acabaria com ele.

Minha mãe sempre contou a história de como Alicia Salvatore se fingiu de vítima, como enganou meu pai e disse para todos que o mesmo a tinha machucado e cometido coisas horríveis.

Agora, com vinte e três anos, toda essa raiva e mágoa não foram embora. Acho que só poderei descansar quando tirar daquela família o que William tirou de mim.

Um pai.

— Querida? Está tudo pronto para sua viagem? — questiona mamãe ao aparecer no meu quarto. — Não leve essa blusa, você fica gorda com ele.

Encaro umas das minhas blusas favoritas, ponderando sobre o que ela disse. Decido em seguida que a mesma tem razão... eu acho.

— Quando chegar lá, mostre a eles do que você é capaz, Blue. Mate William e Alicia em memória do seu pai. — ajeito minha postura, assentindo com a cabeça. — Não me decepcione dessa vez.

— Sim, mamãe. — abaixo minha cabeça como fui ensinada a fazer.

— Sabe que eu te amo, não é? — minha mãe pergunta.

— Sei. Eu também te amo, mamãe. — respondo com um pequeno sorriso nos lábios.

Ela me avalia de cima a baixo.

— Retire esse vestido, você sabe muito bem que seus ombros são o seu infeliz defeito. — dito isso ela sai do quarto e me encaro no espelho.

Observo meu corpo magro. Eu simplesmente odeio ele. Como minhas pernas são finas, os meus seios pequeno e meus ombros "esqueléticos" como mamãe diz. Respiro fundo, tirando o vestido. Visto uma blusa azul social, uma calça preta, junto com um blazer branco por cima.

Pego minha mala, descendo as escadas da grande mansão com um pouco de dificuldade. Minha mãe está na sala com algumas pessoas estranhas, e na mesa de centro uma pilha de dinheiro se localiza.

Melhor não me intrometer.

— Alfred, pode avisar a minha mãe que já estou indo? — peço entregando as malas para nosso mordomo. Ele assente sem dizer nada. Suspiro, pegando a caixa de viajem onde minha gatinha, Tinker, dorme serenamente.

— Vamos, garota? — falo retóricamente já que sei que a mesma não irá me responder.

Saio de casa, repassando todo o plano no qual esperei anos para por em prática. Primeiro terei que me aproximar daquela família... e já sei qual a pessoa certa para me dar esse passe livre.

⇷ ⇸ ⇹ ⇺

Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora