PRÓLOGO

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Riko respirava pesadamente, sentia sua visão turva e seu corpo cambaleava enquanto ela se aproximava da irmã, Yuna estava caída no chão enquanto a olhava com pavor.

— E-eu não fiz nada, Riko foram eles quem me disseram para-

— Cala a boca! — Riko grunhiu com os dentes cerrados, a mais nova se agachou na frente da irmã mais velha e encarou os olhos dela, vendo seu reflexo ali. — Você sempre me tratou como um pedaço de merda, igualzinho a todos eles, até pior na verdade...e por isso que vai ter o mesmo destino que esse monte de lixo. — Sua voz estava rouca, soando mais ameaçadora do que normalmente era.

Yuna arregalou os olhos e negou com a cabeça quando Riko segurou com força seu rosto, cravando os dedos e unhas ali, a garota mais velha teve um vislumbre do olhar psicótico da outra antes que sua vida se esvaísse de seu corpo. Riko sentiu o gosto metálico subir por sua garganta e virou a cabeça para cuspir o sangue, ela nunca se acostumaria com aquilo. A garota ergueu a cabeça e olhou os corpos no chão do local, aquilo foi o maior número de vidas que ela tinha tirado de uma vez só, não era de se estranhar que os efeitos colaterais fossem os piores que já havia sentido. Mas estava acabado, agora estavam todos mortos, e ela poderia ir embora dali de uma vez por todas. Riko sabia que assim que descobrissem sobre o assassinato em massa do clã saberiam que foi ela, principalmente se a vissem ali naquele estado, então ela criou forças para sair correndo, completamente sem rumo.

A única coisa que ela sabia era que precisava sair do País do relâmpago o mais rápido possível, enquanto ainda podia.

(*****)

Riko não tinha certeza de quanto tempo exatamente fazia desde que deixou para trás o lugar aonde tinha passado seus 13 anos de vida presa, mas sabia que duas noites completas haviam se passado quando seu corpo ficou completamente exausto, a fazendo cair no chão de terra. Mas ela não se incomodou e apenas fechou os olhos, sentindo seu corpo relaxar, mesmo naquele chão desconfortável.

Assim que abriu os olhos ela encarou o céu, sentido os olhos arderem por conta do sol que brilhava forte, a luz se iluminou em seu pescoço e só então ela percebeu que a bandana de Kumogakure ainda estava presa no local, Riko a desamarrou e enfiou em um de seus bolsos, seria melhor que não soubessem que ela era uma ninja. Seu corpo todo doía, mas ela se levantou e olhou ao redor, se perguntando quanto tempo passou ali de olhos fechados. Riko não sabia se já tinha saído do território do País do relâmpago, mas não podia parar, então voltou a andar, dessa vez mais lentamente já que seus pés pareciam estar sendo furados com agulhas, após correr sem parar por mais de dois dias era o mínimo esperado.

Ela avistou uma cidade ao longe, e mesmo que não quisesse ser vista precisava saber onde exatamente estava, o alívio que a jovem sentiu ao descobrir que aquela era uma pequena vila ao nordeste do país do fogo a fez praticamente esquecer da dor que sentia por todo o corpo por alguns segundos, mas assim que voltou a realidade decidiu que seria seguro passar a noite ali, mesmo que a energia não fosse um problema o seu corpo ainda precisava de descanso. E pela primeira vez ela pode usufruir de uma cama confortável, e seu corpo pode descansar enquanto ela passou uma noite inteira encarando o teto.

(*****)

De vila em vila Riko tinha atravessado o País do fogo, seguia em direção ao Norte, sem saber ainda para aonde iria. Ela só queria se afastar o máximo que pudesse de seu País natal. Então a melhor opção que encontrou foi ir para o País do vento, talvez achasse uma vila tranquila mais ao norte do país aonde poderia passar um tempo até pensar para aonde iria depois dali.

A Garota RenegadaOnde histórias criam vida. Descubra agora