Poderes De Outra Dimensão - 2ª Temporada

1 - Uma Vida Normal

Usando apenas um vestido leve e florado, eu sentia a liberdade rondando meu corpo, pela primeira vez, mesmo que eu ainda precisasse andar devagar, meu corpo tinha sofrido muito na tempestade, as sequelas foram de mal a pior a cada vez que os médicos viam me examinar. Graças a Sam, ele me manteve viva enquanto meu corpo ia se recuperando devagar. Me olhando no espelho eu podia ver que apesar das doses de cura e tanto soro, eu havia pedido a minha cor, estava mais branca do que antes e meus olhos tinham riscas vermelhas no globo ocular branco.

Ainda assim, isso não me deixava para baixo, muito pelo contrário, eu estava grata, por estar viva, ao menos. Depois de quase um mês lutando entre a vida e a morte, a recuperação veio a me salvar, pude finalmente me levantar e dar meus primeiros passos depois de ficar deitada por muito tempo. Sam estava ao meu lado, mordendo sua cutícula, estava tenso e preocupado, me olhava através do espelho, quase para quebrar a promessa de que iria me deixar andar sozinha. Seu cabelo tinha crescido nesse meio tempo, mas ele sempre o deixava preso atrás da cabeça, parecia até mais alto agora me olhando de lado com o braço musculoso apoiado no quadril.

Sorri aliviada quando consegui prender meu cabelo em um coque frouxo, era inacreditável que até para isso, meus braços estavam fracos. Levei minha mão até minhas costas e tentei alcançar o zíper traseiro de meu vestido, apertei meus lábios com força tentando alcançar aquela pequena força, mas sorri para Sam que franziu o cenho ao ver minha dificuldade.

- Eu consigo.
- Não é o que está parecendo.
- Qual é. É apenas um zíper... Da droga, de um vestido.

Me esforcei, inclinando minhas costas para o lado, sentindo meu braço doer pela posição nada favorável. Pude ouvir o estalo da língua de Sam ao desistir de ficar apenas olhando, o olhei pelo espelho e o vi dar um longo passo em minha direção, resmunguei quando senti seus dedos puxar meu pulso para longe da abertura do vestido.

- É nesses momentos que você pode pedir minha ajuda, Liv.
- Eu sei, mas é humilhante não conseguir nem fechar um zíper de um vestido.
- Mas pense como isso é favorável, posso te tocar...

Sam respondeu, com seus lábios próximo ao meu pescoço, deixando um beijo estalado em minha pele, prendi a respiração, me arrepiando quando ele levou seus dedos pela abertura do meu vestido e alisou minha pele, meu coração pulou dentro do peito. Olhei através do espelho, para os olhos de Sam, que me encarava com desejo no olhar, me senti derretida por dentro, mas ele não prolongava muito, sempre respeitava meu próprio espaço. Então eu senti, ele subindo o zíper e prendendo-me naquela peça de roupa.

- Obrigada.
- Creio que esteja com fome.

Assenti em um movimento de cabeça positivo, eu estava faminta para falar a verdade, mas não comentei para não soar tão feio de minha parte, que menina gulosa. Dei o primeiro passo animada para enfim poder me alimentar de algo de verdade do que apenas comida de hospital, no entanto senti meus joelhos fraquejarem, Sam me segurou a tempo de que eu caísse no chão, o olhei assustada, eu realmente tinha ficado com as sequelas pelas veias que se condicionaram. Sam ficou me olhando, com aquela expressão que dizia o bastante, acabei soltando uma risada nasal, eu teria de me render.

- Me ajude.
- Claro que sim.

Sam estendeu seu braço esquerdo em minha direção, com um sorriso sacana no rosto, me segurei quase me encostando contra seu peitoral, tocando em sua pele quente de propósito, o olhei de baixo, sentindo meu corpo esquentar. Depois de ter escutado sua bela declaração para mim, eu havia ficado praticamente entregue aos meus sentimentos e sensações.

Sam me levou pelos corredores, andando devagar para que eu conseguisse pisar corretamente, eu sentia que enquanto eu estava grudada em sua pele, seus dedos entrelaçados aos meus, emanavam uma trilha de cura, eu sentia meus joelhos dormentes, não doíam e nem mesmo estalavam a cada movimento que eu fazia, eu tinha de em algum momento expressar minha gratidão para ele, mas como?