Ruby me puxava pelo braço, enquanto nos guiava por uma estrada totalmente fora de mão para que eu pudesse voltar para casa, eu iria precisar de sua ajuda para voltar o caminho até a minha casa, agora tão perto, eu podia ver como a ruiva estava encaixando-se na idade, soando mais como uma mulher mais velha, as mãos começavam a mostrar as linhas da idade, e os pés de galinha em seu rosto também eram visíveis, mas ela continuava linda como sempre, o tempo só a fazia envelhecer como vinho, cada vez mais bela. Eu não tinha inveja, muito pelo contrário era uma admiração tão gostosa de se ter, o tempo parecia ter me ensinado que quando criamos maturidade, deixamos de olhar as mulheres com inveja, e passamos a admirá-las, pode ser seu estilo, a inteligência, sucesso, beleza ou até mesmo a risada contagiante e doce.
Mulheres eram de fato lindas, fortes, espertas e tinham um poder que as fazia ter um magnetismo intenso, eu me sentia grata de ser mulher, apesar do sofrimento que nós temos ou teremos, não é nada fácil, mas não abaixamos a cabeça e balançamos a bandeira da paz, muito pelo contrário, lutamos até o fim, mesmo que doa, sabemos como o fim pode nos resultar ótimos prêmios, ou até mesmo, apenas uma superação da valorização, um reconhecimento por nossa bravura em todas as etapas da vida. Eu olhava para Ruby e só tinha esses pensamentos em minha cabeça, era incrível como eu podia pensar dessa forma depois de vê-la tentando me matar, mesmo depois de ter matado meu amigo, eu não passava pano e nem iria perdoar nenhum de seus erros que foram escolhas, mas ao menos eu podia conviver com ela e a ajudar a se tornar uma pessoa melhor, era incrível que ela conseguia ter uma boa evolução mesmo sozinha.
Percebi que o caminho estava diferenciando quando parei de prestar atenção em meus pensamentos e senti a grama em baixo de meus sapatos, ao menos eu tinha deixado minha mochila escolar dentro de casa, mas ainda estava com a roupa que a propósito não era apropriado para uma caminhada na terra, a calça jeans era justa demais, iria me dar a sensação de inchaço no fim da noite, minha blusa de alças finas era branca, poderia se sujar facilmente, ao menos eu estava com uma jaqueta de couro fina por cima, caso eu sentisse frio, mas ela poderia se arranhar com os galhos de árvores ao meu redor. Meus tênis não eram tão favoráveis para uma caminhada longa, mas eu não poderia escolher, era isso ou perderia o tempo que Ruby dizia ser tão curto e importante, como se ela soubesse de algo que não estava me contando.
- Seguinte, já que infelizmente você está sem poderes, isso saiu totalmente da minha linha do plano... - Ruby parou de andar, soltou meu braço e levou a mão para a nuca, coçando a pele como se estivesse inflamada, mas na verdade só estava frustrada e isso a incomodava. - Você vai precisar de uma defesa de longa distância, sabe atirar com uma arma? - A ruiva levou sua mão para trás de suas costas e tirou dali uma pistola de cano curto, era tão escura como a morte e parecia ser velha, meus olhos se arregalaram ao ver aquele objeto em minha frente, mantive paralisada enquanto olhava para aquela arma nas mãos de Ruby. - Sabe ou não?
- Nunca peguei em uma arma na minha vida.
- Bom, hoje é o seu dia. - Ruby deu de ombros referente a minha frase tão carregada de tensão, como se não se importasse com meu receio de se quer chegar perto daquele objeto mortal, ao invés disso, apenas deu dois passos em minha direção e estendeu a arma para mim, franzi o cenho com receio de segurar aquele objeto em meus dedos, parecia ser um convite para a morte, eu sentia uma energia muito pesada ali, já que aquele objeto só era usado para ferir ou matar. - Se quiser sobreviver para salvar o Sam caso eles te vejam, sugiro que leve essa arma com você, ela não é perigosa se estiver destravada e ela está, tudo bem?
- Eu nunca imaginei que iria segurar uma arma, em toda minha vida. - Com a mão dura de receio e repugna, lacei meus dedos no cano da arma, e a segurei em minha mão, era pesada e fria, parecia realmente ter uma energia de morte com ela, suspirei fundo me sentindo incomodada de estar com aquele objeto ali tão perto de minha pele. Ruby sorriu ladino e tombou a cabeça para o lado, caminhando até o meu lado e se oferecendo para me ajudar a usar aquela arma, com seus dedos, ela me guiou a segurar no cano corretamente, utilizando as duas mãos para que o impacto fosse atordoado e não me empurrasse para trás com força, eu teria ao menos um preparo de como aquilo poderia me derrubar. Então ela me desarmou, abrindo a arma pela trava de cima, mostrando para mim o estojo de seis balas, estava abastecida pela metade, mas já era suficiente. Dizia ela.
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Poderes De Outra Dimensão - 2ª Temporada
Science FictionSegundo livro da obra Poderes De Outra Dimensão. 2ª Temporada. A Ilusão De Uma Mente Roubada. Olívia quase morrera na tempestade, mas Sam fora seu anjo da guarda, a salvou antes de sua última batida do coração. Ele a prometeu que ela teria uma vida...