Olívia abriu os olhos devagar, erguendo a cabeça que balançava cambaleante, a tontura lhe liberando daquele transe, a luz branca da lâmpada no teto lhe trouxe um rumo, erguendo-se sobre os cotovelos, a garota olhou ao redor, sentindo pouco a pouco sua consciência voltar. Ruby e Bennety estavam encostadas próximas da porta de entrada daquele cômodo espaçoso, o laboratório estava iluminado, mas parecia sombrio com a falta de pessoas presentes como costuma ser em aula. Esther se ajoelhou e aproximou-se de Olívia, segurando seu rosto com as mãos, encarou as íris claras e avermelhadas com atenção, a loira piscou confusa com o que acontecia naquele momento, mas permitiu aquele toque invasivo da garota.
— Os olhos dela estão azuis. Ela está livre. — Esther afirmou, soltando o rosto de Olívia e levantando-se novamente, Ruby se aproximou e agachou em seus calcanhares, assim como Bennety que encarava Olívia como se fosse um tipo de prêmio após o leilão. A loira observou as meninas à sua frente, sua cabeça girando, ainda sentindo o incômodo no fundo da mente, o som agudo ainda estava presente, como se pudesse ouvi-lo em constante permanência, ela não queria isso, ardia e queimava seus ouvidos.
— O que está acontecendo? — Olívia questionou, apertando os olhos com força, seu estômago doía, ou pela fome ou por todas as emoções que passou só naquele dia, seu aniversário estava sendo bem agitado, mas no fundo ela se sentia grata, ao menos as pessoas se lembravam de sua data de nascença, comemorando mesmo que ela não gostasse ou pouco se importasse. Esther encarava sua amiga, sentindo uma pontada em seu peito, vê-la daquela maneira lhe doía como se estivesse sendo esfaqueada brutalmente e repetidas vezes, se importava com a garota e não queria que ela continuasse naquela hipnose tão agressivamente torturante que Warren lhe tomava, olhando para as próprias mãos, sentindo o sangue pegajoso já seco em seus dedos, depois de ter limpado o rosto de Olívia com um papel molhado, mesmo desmaiada a garota ainda conseguia estar em constante perigo à sua volta.
— Temos que ser rápidas, não sabemos em quanto tempo ela não vai ser mais ela mesma. — Bennety olhou para Ruby, afirmando sua teoria precisa, a ruiva assentiu em um movimento curto de cabeça e com um suspiro profundo, apenas se aproximou da loira que ainda se mantinha sentada no chão, ainda confusa demais sobre o que estava acontecendo e onde estava, para que conseguisse se levantar e tomar o rumo.
— Olívia, consegue nos ouvir? — A pergunta que Ruby fizera soou boba para Olívia, que ergueu os dedos até sua orelha esquerda, ainda sentindo o apito agudo no fundo de seu cérebro, seus olhos voltaram-se para a cobaia que parecia ouvir os batimentos cardíacos dela, prestando atenção nas ritmadas, se ela mentiria ou se estivesse em algum tipo de transe com alguma reação, sendo ela medo, raiva, tristeza ou até mesmo, alegria.
— Claro que sim. O que foi que fizeram comigo? — Devagar, Olívia apoiou suas mãos nos joelhos e se levantou, pegando um curto impulso, cambaleando para o lado, ela se segurou em uma mesa larga, cujo havia objetos para experiências de química, seus olhos captaram sua localização, devagar entendendo onde estava, mas sua expressão em seu rosto lhe dizia o bastante, ela estava confusa e assustada.
— Escuta. Sabemos que você está sendo manipulada por Warren e sabemos quem ele é, descobrimos a real aparência dele e você corre muito perigo. — Ruby se levantou, aproximando-se de Olívia, mas não ousando encostar nela, não quando ela parecia estar ainda muito incomodada com sua falta de noção com o acontecimento, ou a confiança sendo quebrada, o limite sendo corrompido e lhe trazendo uma estranha sensação de que algo muito errado estava acontecendo. Olívia encarou os olhos esverdeados de Ruby, engolindo em seco com a lembrança vaga de alguns minutos atrás, do medo absurdo que passou, até que Esther lhe salvasse.
— Olívia. Você precisa vir conosco, os doutores no instituto podem tentar tirar ele da sua mente. Está bem? — Esther ergueu suas mãos e se aproximou, de alguma forma tentando parecer uma pessoa segura para Olívia, mas as meninas sabiam que ela não estava em um perfeito estado para confiar em se aproximar, mesmo Esther que gostava dela, sentia receio. Mordendo o lábio com força, a loira encarou seus próprios dedos, sua mente estava lhe perturbando, os vãos de memórias sendo roubados, incomodava como se estivesse participando de alguma pegadinha, ela queria acordar e descobrir que estava em coma e tudo de ruim que lhe aconteceu, não passava de um sonho tenebroso, ou algum livro que sua mãe lia até que ela pegasse no sono.
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Poderes De Outra Dimensão - 2ª Temporada
Science-FictionSegundo livro da obra Poderes De Outra Dimensão. 2ª Temporada. A Ilusão De Uma Mente Roubada. Olívia quase morrera na tempestade, mas Sam fora seu anjo da guarda, a salvou antes de sua última batida do coração. Ele a prometeu que ela teria uma vida...