Senti algo apertar minha mão e uma voz calma cantar uma música também calma.
Ouvi um barulho constante como um "apito" e fui abrindo os olhos devagar. Em meu pulso direito percebi que havia uma agulha junto com um cano ligando a uma "bolsa" ao meu lado. Minha respiração estava fraca e senti que havia um "plástico" em forma de "concha" sobre meu nariz.
- "Oh, you're the best part"... - a voz que cantava agora havia parado e estava apertando firmemente minha mão esquerda.
Minha visão estava turva, mas eu tentava ver quem era.
A pessoa apoiou sua testa em minha coxa olhando para baixo.- Eu sei que sou idiota... - senti minha coxa começar a ficar molhada. Eram lágrimas? - Mas eu preciso tanto de você, Lyssa... Eu quero tanto você... Eu venho aqui, canto e choro pra você à dias... Eu ainda vou finalizar seu cabelo depois de um banho... Ainda vou fazer carinho no seu rosto enquanto você dorme em meu colo... Ainda vou tocar a sua música favorita... Ainda vou criar um cachorro com você... Ainda vou sentir seus lábios nos meus por horas... Ainda vou te levar no show do The Weeknd... Eu ainda preciso de você, Lyssa... Eu ainda preciso do seu perdão... Então não me deixa sozinho... - a pessoa dizia entre soluços e risos.
Por longos minutos, a pessoa apenas chorava e apertava minha mão como se pedisse uma resposta. Eu estava sem forças, mas fiz de tudo para dar essa "resposta".
Assim que apertei sua mão, aqueles olhos se encontraram com os meus.
- Lyssa!! - era Adam. Ele me abraçou tão forte.
Minha barriga ainda doía, mas eu não me importava mais, eu só queria ter ele em meus braços.
- Eu achei que fosse te perder - ele sorriu ainda com as lágrimas rolando por seu rosto.
Eu não consegui falar nem o abraçar direito, mas senti que ele estava tão preocupado.
- Senhor Bruce, o horário de vista acab... - Uma mulher entrou e assim que me viu ela parou um pouco e deixou nós terminarmos o abraço - Queria poder deixar vocês dois assim o dia todo, mas o horário de visita ja acabou - ela sorriu colocando uma ficha em cima de uma mesa.
Logo Adam deu um último abraço e sorriu, assim saindo.
A mulher se aproximou de mim e retirou o negócio do meu nariz.
- Consegue respirar por si só agora? - ela interrogou com um sorriso.
- Consigo - disse aliviada ao sentir o ar gelado do local.
- Lyssa, não toque nos pontos! - ela segurou minha mão quando toquei em minha barriga.
- Pontos? Que pontos? -
- Você foi baleada, por pouco não sobreviveu... Mas está bem agora. Só vai sentir dor por um tempo e se prepare porq- antes que ela terminasse de falar dois homens entram.
- Pode sair, a partir de agora a conversa é entre nós - um homem alto de roupa social diz se colocando ao lado da mulher que me atendeu.
[...]
- Ela acordou! - disse saindo de dentro da sala.
- Nossa que alívio, meu coração já estava no c- antes de Eric continuar a Chay interrompeu.
- Ou! Mais respeito no hospital - ela deu um tapa na nuca dele.
- Da pra vocês pararem! - disse irritado.
- Vou no banheiro - Chay saiu de perto de mim e Eric.
- Vai contar pra Lyssa quando, Adam? - ele se aproximou de mim.
- Ja conversamos sobre isso! Não posso contar nada a ela. Não quero que ela perca o futuro por minha culpa - disse sério.
- Vai continuar enganando a garota que gosta? - ele me "empurrou" de leve.
- É pro bem dela, tá! Eu não gosto dela, eu a amo, por isso fiz o que fiz, e vou fazer o que devo fazer! - disse me sentando em uma cadeira.
Direcionei meu olhar a dois homens estranhos que se aproximaram da porta onde a Lyssa se encontra, e sem mais nem menos, eles entraram e logo a enfermeira saiu.
- O que porra tá acontecendo? - disse olhando para Eric e depois direcionado meu olhar para a porta.
[...]
- Sabe que você é a nossa principal suspeita, não sabe? - o detetive me interroga.
- Sei... Mas vocês deveriam saber que eu não tenho nada a ver com o homem. Eu nem sei quem ele é! - eu disse irritada.
- Me diga seu percurso cinco minutos antes da bala - ele me encarou.
- Eu já te disse três vezes! Eu estava na rua andando com meu amigo, ele me deixou na frente do condomínio, observei ele até ele sair da minha visão e assim que eu ia entrar no condomínio escutei o som da bala e senti uma dor na barriga, quando virei tinha um homem em uma poça de sangue e aí eu desmaiei! Qual a parte que você não entendeu??? - eu estava muito brava, aquele homem ficava fazendo as mesmas perguntas e me acusava de ter matado alguém.
Um outro homem ficou no canto do quarto, ele é civil e provavelmente estava acompanhando a investigação do detetive.
- Baixe sua bola, mocinha! - ele sorriu sarcástico - Você afirma tanto não conhecer o homem, mas sabia que ele tem muita ligação com você? E que você tem motivos o suficiente para querer mata-lo? -
- Ah é? E quem é esse sujeito que tem ligação comigo? E os motivos? Quais são? - eu o encarava com tanto ódio.
- Dener Moore. Esse nome te é familiar? - ele sorriu.
Eu congelei e me lembrei a quem esse nome pertence...
- Meu... Tio?... - disse com dificuldade.
- Isso mesmo, senhorita Moore. Seu tio, e pelo que investigo à um tempo, vocês não eram muito próximos, eram? - ele dava gargalhadas ao me ver congelada - Procure seu melhor advogado, assim que você sair desse hospital, você será levada a Júri - ele pegou suas coisas e se dirigiu a porta - Lembre-se de que o senhor Dener já não está mais entre nós, então se prepare, porque os familiares da vítima não são tão legais como eu - ele sorriu e saiu junto com o civil.
O que eu vou fazer agora? E pensar que eu estava tão feliz... Agora sou acusada de assassinato. EU NUNCA ENCOSTEI EM UMA ARMA!
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Starboy - Perdição
RandomAcho que não tenho sorte. Já fui maltratada por minha mãe, nunca tive muita intimidade com meu pai, ambos me abandonaram, morei com meu tio, que por coincidência me estuprou... Talvez a única coisa "boa" que me aconteceu foi ganhar uma bolsa na UCLA...