Humilhações

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Estava copiando umas anotações, e continuei percebendo os olhares em mim.
Eu estava desconfortada, não sabia o motivo dos olhares...

O sinal para o almoço finalmente tocou, e assim fui almoçar.
No meio do percurso até o pátio, encontrei a Hyuna e logo fui falar com ela.

- Hyuna! -

- O-oi -

- Posso falar com você um minuto? - interroguei com um olhar pedindo misericórdia.

- Ah, claro - ela sorriu.

Peguei o braço dela e a puxei para mais longe, assim poderíamos conversar sem interrupções.

- Você sabe o porque das pessoas me olharem estranho? - fui direta.

- Estranho como? -

- Tipo... - falei olhando para uma garota que passava me olhando com um certo "nojo" - Assim!! - me referi a garota que passava.

- Então... - ela colocou a mão na nuca meio sem graça - Lembra que me desculpei por você sobre o verdade ou desafio?

- Sim, lembro -

- É que...meio que... - ela enrolava.

- Fala logo Hyuna! - já estava perdendo a paciência.

- TODA A ESCOLA SABE QUE VOCÊ GOSTA DA SOPHY, QUE É UMA GAROTA!! - disse, ou melhor, gritou de uma vez e logo após tampando a boca com as mãos.

Eu novamente fiquei sem reação. Como não cogitei isso? É claro, por isso que a Hyuna veio se desculpar...

"Puta merda"

Eu fiquei paralisada por um instante.

- M-mas como que a escola inteira sabe? - questionei ainda sem acreditar.

Eu estava torcendo para que ela dissesse que era apenas uma brincadeira.

- O Ethan disse a todo mundo, depois de perceber seu olhar - ela ficou cabisbaixa.

- Quem é Ethan? -

- O garoto que a Sophy beijou... -

Meus olhos se arregalaram, e até o momento segurei o choro, mas não consegui mais. Uma lágrima desceu em meu rosto, eu não sabia mais o que fazer. Estou com fama de garota que pega outra garota. É fato de que eu realmente gosto da Sophy, mas não era assim que eu pretendia dizer ao mundo... Além do mas... ESPERA.

- A SOPHY JA SABE? - gritei ao perceber a situação.

- Acho que já - ela me olhou profundamente, certeza que ela percebeu meu desespero.

Nem me despedi da Hyuna, apenas sai correndo para procurar a Sophy. E eu encontrei.

- Sophy... - segurei as lágrimas.

- Você realmente achou que eu gostava de você? - ela estava triste. Não sei porque.

- Sophy, me desculpa, não era minha intenção, eu não pedi... -

- Porque você acha que eu gostaria de garotas, ou melhor, porque você acha que eu gostaria de você? - ela diz com mais ênfase no "você".

- E-eu não...sei. - baixei minha cabeça.

- Pois é Lyssa. Não gosto de garotas e pra ficar claro eu namoro - ela sai me deixando "congelada".

Quando me dei conta de suas palavras, corri para o banheiro, que felizmente estava vazio.
Apoiei minhas mãos na pia e baixei minha cabeça. As lágrimas que eu tanto segurei já estavam caindo desenfreadamente.

" - 𝑃𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐ê 𝑎𝑐ℎ𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑔𝑜𝑠𝑡𝑎𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑎𝑠, 𝑜𝑢 𝑚𝑒𝑙ℎ𝑜𝑟, 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐ê 𝑎𝑐ℎ𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑔𝑜𝑠𝑡𝑎𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑐ê? - 𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑖𝑧 𝑐𝑜𝑚 𝑚𝑎𝑖𝑠 ê𝑛𝑓𝑎𝑠𝑒 𝑛𝑜 "𝑣𝑜𝑐ê". "

Eu já não sabia mais o que fazer. Fiquei ali por um bom tempo, outras garotas entravam e saíam do banheiro mas eu não me preocupava mais com isso, só precisava chorar o que eu tinha pra chorar.

Não sei por quanto tempo eu chorei, apenas saí de lá ao lembrar que ainda tinha aula. Não queria ir mas precisava.
Enquanto andava em busca da minha sala comecei a limpar minhas lágrimas, como se entrasse em um "personagem".

- Lyssa, não ouviu o sinal tocar? - o professor aparentemente bravo me interroga.

- Não - disse meio baixo e sentei em minha cadeira.

- Certo, continue a anotação - o professor volta a explicar o assunto (direito, sim estudo direito) tenho certeza de que ele também sabe.

Os olhares não mudaram, talvez se intensificaram, mas já não ligava mais. Decidi prestar somente e toda atenção nas aulas.

"...Starboy..."
Minha mente me pega de surpresa, pensando rapidamente nele.

Sorri meio fraco ao lembrar dele, mas logo minha mente volta a Sophy.

[...]

18:00

Eu já estava sentada no ônibus escutando músicas em meu fone e de repente...

- Posso sentar do seu lado? - uma voz feminina se direciona a mim.

- Pode - respondi fria enquanto tirava meu fone. Não olhei para ela e não me interessei em olhar. Direcionei meus olhos para a janela vendo as casas passarem rapidamente.

- Você está bem? -

- Uhum - continuei olhando para a janela.

- Posso ser sua amiga? - a garota pegou minha mão e logo a olhei.

Não a conheço, não sei seu nome e nunca a vi...mas ela parece simpática.
Ela estava da minha altura, olhos esverdeados, cabelos ruivos amarrado em um rabo de cavalo...seios grandes ( não que eu tenha focado só nisso, longe de mim), magra e aparentemente amigável.

- Ah...pode - tirei meus olhos dos seios dela - Mas se você estiver fazendo isso por pena, nem ouse falar comigo - franzi o cenho.

- Pena de que? - ela interroga.

"Acho que ela não sabe"

Starboy - Perdição Onde histórias criam vida. Descubra agora