- Desculpe, não entendi - Adam resmungou ainda de costas.
- Ah, nada! - voltei a me vestir.
[...]
- Lyssa, eu estava pesando sobre o seu julgamento... E já tenho um ótimo advogado! - ele dizia com um sorriso, sem tirar as mãos do volante.
"Steven, não é?"
- Sério? Qual? Só espero que não seja caro! - comecei meu teatro.
- Senhor Steven, ouvi falar sobre muitos casos parecidos com o seu que ele resolveu! - ele estava muito animado.
"Se ele resolvesse o SEU caso, por mim tá bom"
- Steven de que? - interroguei e ele olhou para mim sem entender a pergunta - Tipo, o sobrenome. Qual o sobrenome dele? - sorri esperando ele mentir.
- CHEGAMOS!!! - ele estacionou o carro.
Eu revirei os olhos com a atitude dele. Ele mudou de assunto para não ser pego. Garoto esperto!
[...]
16:51
Estávamos no apartamento dele. Eu sentada na bancada, enquanto ele preparava um lanche. Estava tudo em silêncio.
- Adam... - chamei sua atenção.
- Oi? - ele resmungou sem se virar.
- Porque pediu que eu te perdoasse naquela noite? - meus olhos estavam marejados e eu não sei o porquê.
- E-eu... Eu não sei... - senti que ele ficou triste de repente, mas senti que ele mentiu.
- Ah... Tá bom! - ri.
[...]
13:29
Sexta-feira- Espero que você consiga! - Nyo segurava minhas mãos enquanto nossas testas estavam encostadas.
- Eu também espero... - olhei em seus olhos e ele fez o mesmo - Eu... Estou com medo... - falei baixo e deixei lágrimas rolarem em meu rosto.
- Ei, minha pequena, não chora tá? Por favor... Seja forte, você não matou aquele homem! - ele tentava ser forte mas seus olhos já estavam marejados.
- Tem razão... - sorri fraco.
- Nós vamos estar lá por você! - Senhor Willian se aproximou de nós.
Eu sorri me despedindo dos dois, e em seguida entrei em um carro.
- Sabe tudo o que precisa falar? - Steven, meu advogado, disse ao meu lado.
- Sim... - falei limpando as lágrimas.
- Não fale mais do que combinamos, no tribunal suas próprias palavras se viram contra você! - percebi ele me olhar de canto.
Fiquei em silêncio apenas observando as árvores passarem.
[...]
12:17
TribunalMe sentei ao lado de Steven e logo comecei a observar tudo em minha volta.
O juiz ainda não havia chegado, assim como os familiares das vítimas também não.
Atrás de mim, sentado nos bancos, estavam apenas Nyo, Willian, Chay, Eric, Adam e...- Mia? - sussurrei ao ver a psicóloga da Universidade entrar e sentar nos bancos onde seria o "lado" da vítima.
Notei Steven olhar rapidamente para a Mia e ela assentir com a cabeça em um sim.
"O que porra tá acontecendo?"
Logo depois notei outra pessoa entrar, e tive a leve impressão de já tê-la visto antes...
" Voltei com pressa para perto do Eric, e o mesmo estava servindo uma mulher com um sorriso.
A mulher tinha os cabelos longos, liso e meio castanho. Pelo que reparei, seus olhos são castanhos também. Ela é branca e tem um corpo bem padrão.
Logo reparei a troca de olhares entre ela e Eric. "Meus olhos arregalaram ao lembrar dela e vê-la sentar ao lado de Mia.
"Que?"
E ela fez a mesma coisa que a mulher anterior. Olhou para Steven e assentiu com a cabeça em um sim.
- O que tá acontecendo? - disse cutucando ele, que estava em meu lado.
Ele não respondeu, apenas olhou para mim com uma certa... Pena?
Olhei para trás, como se buscasse uma resposta nos olhos de Adam, mas... Ele estava com o mesmo olhar de pena que Steven... Sinto que algo de muito ruim está pra acontecer.
Um tempo depois outra pessoa entrou. Era meu professor, aquele dos cabelos longos e loiros, e o mesmo se sentou no banco em frente a Mia.
Logo o Juiz chegou e se sentou. Todos nós levantamos em uma forma de respeito e logo sentamos novamente.
O juiz não disse uma palavra, apenas observou a família da vitima entrar e se sentar.
Uma mulher baixa, branca, cabelos negros, olhos verdes e roupas adequadas para a ocasião entrou e se sentou ao lado, aparentemente, do advogado dela.- Estão todos presentes? - o Juiz interrogou a mulher que havia acabado de se sentar.
Ela assentiu com a cabeça e sorriu.
- Me desculpe, senhorita Lyssa... - Steven olhou para mim e sorriu fraco.
- Desculpa pelo qu- antes que eu terminasse o juiz me interrompeu.
- Daremos início agora! - ele sorri.
Eu fiquei calada, Steven falava por mim, ou melhor, brigava por mim. A mulher, que seria a família da vitima, em nenhum momento tirou os olhos de mim, ela não prestava atenção nas palavras do Steven nem do Juiz... Apenas me olhava com ódio e pena.
- Tem provas para afirmar a inocência de sua cliente? - o Juiz interrogou a Steven que se encontrava de pé perto do mesmo que o interrogou.
- Sim, se me permite vossa excelência... - ele sinalizou com o olhar para um segurança que estava perto e o mesmo se aproximou - Fizemos uma análise da digital da arma usada para o homicídio... E não achamos nenhum tipo de digital, o que significa que a pessoa que a ultilizou, usava no momento luvas... E senhorita Lyssa, ao ser resgatada por médicos, não estava com nenhum tipo de luva. O local do crime foi investigado e não achamos nada parecido - ele mostrou a arma, que estava coberta por uma bolsa de plástico, ao Juiz.
- Isso não significa nada! Se me permite vossa excelênc- o advogado da vítima dizia mas foi interrompido.
- Permissão negada! Continue Senhor Steven - ele direcionou seu olhar ao meu advogado.
- E tenho duas pessoas que podem esclarecer algumas coisas aqui... - Steven olhou para a porta e imediatamente uma mulher entrou.
Alta, cabelos na altura dos ombros ondulado e castanhos, olhos negros, roupa formal e um sorriso no rosto... Lhes apresento...
- Camila Moore, vossa excelência - ela se apresentou abaixando a cabeça em forma de reverência.
Meus olhos não acreditaram no que viram... Como ela pode ter a cara de pau de aparecer assim...
- Ruan Moore, vossa excelência - um homem veio seguido dela, fazendo a mesma reverência que ela.
Mais alto que Camila, cabelo arrumadinho para trás em um tom bem negro, barba curta, olhos profundos e verdes, terno e o mesmo sorriso convencido que a mulher a sua frente. Ele é muito parecido com a família da vitima... Reconheço eles rapidamente...
- ... Mãe?... Pai?... - sussurrei enquanto não segurava mais as lágrimas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Starboy - Perdição
RandomAcho que não tenho sorte. Já fui maltratada por minha mãe, nunca tive muita intimidade com meu pai, ambos me abandonaram, morei com meu tio, que por coincidência me estuprou... Talvez a única coisa "boa" que me aconteceu foi ganhar uma bolsa na UCLA...