KITSUNE 🎭 - Aki Hayakawa (Chainsaw Man)

10 | ᴀ ᴘʀᴏᴄᴜʀᴀ ɪɴᴄᴇʀᴛᴀ

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A vila costeira onde Angel e eu morávamos quando éramos considerados "crianças" pelos humanos, mesmo que éramos mais velhos que a maioria deles. A vila pequena onde conhecíamos todos que ali moravam, assim como nos conheciam. A vila onde nós nos divertíamos na praia, onde corríamos um atrás do outro subindo nas árvores para brincar de esconde-esconde.

Agora, ela estava bem ali na minha frente, quase duas vezes maior do que eu podia me lembrar, e com pessoas e rostos que nunca vi.

Hayakawa tinha um papelzinho em mãos, onde indicava onde seria a casa que ficaríamos por esses quatro dias. Concentrado, ele seguia o mini mapa, isso enquanto eu observava as construções e rostos das pessoas ao meu redor. Eu estava começando a ficar assustada. Aquela não era a vila que eu conhecia. Não mais.

— Demônio, controle esses seus poderes. - Aki diz. Quando percebi, minhas pupilas estavam finas.

— Desculpa. - Volto a ter uma aparência humana novamente.

Ainda seguindo o papelzinho, chegamos em uma casa onde um senhorzinho estava sentado em uma cadeira próximo a porta. Nos aproximamos dele para pedir informações.

— Olá, boa noite. - Aki começa. Ele tira seu distintivo da Segurança Pública do bolso e mostra ao velhinho, que arregala os olhos e reveza o olhar entre nós dois.

— Makima mandou vocês... - Ele parecia amedrontado. - Por aqui, por favor.

O senhorzinho abre a porta de uma casa, cujo ficava no centro da vila, ele nos entrega as chaves e diz que poderíamos ficar a vontade durante todos os quatro dias.

Era uma casa pequena, porém bem arrumada. Tudo era simples, mas ainda sim contava com uma cozinha, quarto e banheiro. Indo até o quarto, coloquei a minha mochila em cima de uma das duas camas e fui em direção a janela. Comecei a observar como iam as coisas do lado de fora.

— Segundo as ordens de Makima, hoje deveríamos apenas observar como aconteceriam as mortes, mas você acha que isso é certo? Não que a sua opinião importe. - Hayakawa diz me olhando da porta.

— Não sei. Mas será melhor para nós dois se seguirmos o plano de Makima, ela sabe o que faz. - Aki dá de ombros e sai.

(...)

Aquela noite foi mais calma que imaginávamos. Não ouvimos ou vimos nada diferente do considerado comum, isso até a manhã seguinte:

— MAIS UMA CRIANÇA ESTÁ MORTA! - Um homem adulto corria pela cidade enquanto gritava. - O CORPO FOI ENCONTRADO PRÓXIMO À GRANDE ÁRVORE SAGRADA! OH, DEUS. TENHA PIEDADE DE NÓS! - Ele andava por todos os lados da vila. - PROTEJAM SUAS CRIANÇAS! - Continua.

   Aki e eu andávamos pela vila em busca de alguma informação que poderia nos ajudar, já que agora, era o segundo dia: Procurar pelo demônio. Quando ouvimos o que o homem disse sobre a árvore sagrada, Aki virou diretamente à mim:

— Onde fica? Essa tal de Árvore sagrada. - Ele pergunta.

— Lá. - Aponto para uma colina que ficava paralela à praia.

   Antes que eu dissesse qualquer outra coisa, Hayakawa foi correndo em direção a colina. Eu o segui, e quando já estávamos afastados da vila, deixei que as minha aparência demoníaca transparecesse.

— Aquela árvore era algo como um templo religioso quando eu morava aqui. Muitas pessoas deixavam oferendas e faziam pedidos por lá. - Eu explico.

— Alguma chance do demônio estar escondido por perto? - Ele pergunta.

— Quem sabe. - Dou de ombros.

   Enquanto subíamos o morro, tive uma sensação de que estávamos sendo observados. Olhei para os lados mas não pude ver nada diferente do comum, o que me deixou aflita.

   Quando chegamos em baixo da grande árvore, cujo seu tronco era enorme, percebemos a grama suja de sangue.

— Sinto o cheiro de sangue. Muito sangue. - Digo a Aki, dando a entender que não era apenas o que víamos no chão, ia muito além disso.

   Enquanto examinávamos a mancha de sangue, as folhas a cima das nossas cabeças começaram a pingar sangue sobre nós. Era como chuva, porém acontecia apenas em baixo da grande árvore.

— O que...? - Aki olha para cima tentando encontrar alguma explicação.

   Aflita e ainda sem entender, desci o meu olhar até as minhas roupas, que estavam totalmente encharcadas de sangue. Na mesma hora, me lembrei do sonho.

   Senti novamente um tremor em minhas mãos, mas dessa vez, respirando fundo, consegui me livrar de outra crise de ansiedade.

— Precisamos voltar para casa, agora. - Digo. Aki me olha sem entender.

   Antes que ele dissesse qualquer coisa, com pressa, desci o morro, indo em direção a casinha que estávamos. Quando me aproximei da vila, escondi minhas orelhas e caudas, e com ajuda do meu poder, pude criar uma ilusão e esconder o sangue em minhas roupas para não chamar atenção.

   Entrei na casa e fui direto para o banheiro tomar um banho e me livrar de todo aquele sangue. Por algum motivo, aquilo me assustava. Me assustava muito.

   Quando terminei o banho, peguei outro uniforme da Segurança Pública em minha mochila e o coloquei. Meus cabelos ainda estavam molhados devido ao banho.

   Saí da casa para tomar um ar e percebi Hayakawa vindo na minha direção. Ele ainda estava sujo de sangue, então também usei o meu poder para esconder todas as manchas de suas roupas.

— Eu encontrei um demônio. - Aki diz ofegante. - Parecia morto. Não respirava e nem se mexia.

— Onde?

— Em uma caverna, perto da árvore. - Dito isso, tenho uma memória imediata...

* FlashBack On *

— Um... Dois... Três... - Angel contava fechando os olhos com as mãos. - Quatro... Cinco...

— Conta devagar, bobão! - Digo ao meu irmão enquanto corro em direção a colina.

Quando cheguei ao topo, fui procurar um lugar para me esconder. Pensei em subir no topo de alguma árvore, porém eu fazia isso em todas as vezes, era muito previsível.

Correndo por ali, me deparei com um conjunto enorme de pedras, onde havia um enorme buraco no centro. Era um ótimo lugar para me esconder.

Adentrei o lugar com cuidado para não escorregar nas pedras lisas e super escorregadias. Entrando cada vez mais fundo, comecei a sentir um odor entranho. Quando cheguei no final, vi um cervo morto, que já estava necrosando, em cima de uma pedra alta. Em sua volta, era visível vários pedaços de ossos e caveiras de vários tipos diferentes de animais, incluindo humanos.

* FlashBack Off *

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