25 | ᴏ ᴘʀíɴᴄɪᴘᴇ ᴇ ᴀ ᴘʀɪɴᴄᴇsᴀ

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Eu me ajeito no banco do carro querendo parecer mais séria devido a próxima pergunta que sairia da minha boca. A minha intenção era tentar entender tudo aquilo que rondava a minha mente sem qualquer resposta ou explicação.

— Sinto muito por tantas perguntas, mas tem algo que gostaria de te perguntar. - Tento ser direta aproveitando ao máximo o momento de privacidade. Hayakawa não responde, como se esperasse que eu continuasse a falar. - O que foi aquilo do cigarro? - Tento colocar um ponto final em minhas dúvidas com uma resposta.

— É sinceridade que você quer, é? - Ele se senta de lado, ficando assim de frente para mim.

   Antes que eu respondesse, ele aproxima a sua mão quente do meu rosto novamente. Como um Flashback, me lembrei de algumas horas atrás, e do medo que senti nesse seu mesmo ato. Mas diferente de antes, o que eu senti agora foi muito diferente do medo.

Sem me mexer ou hesitar, olhei bem no fundo dos seus olhos, esperando a explicação mais sincera que ele pudesse me dar para saciar as minhas dúvidas. Hayakawa também me olhava nos olhos... Isso até que o seu olhar descesse para a minha boca. Nesse simples ato, o meu corpo todo se enrijeceu.

Em um movimento certeiro, Aki aproxima bruscamente o seu rosto do meu e junta os nossos lábios. Um choque se espalhou pelo meu corpo, e eu pude sentir algo se agitar no meu estômago. Em alguns segundos com os lábios colados, comecei a sentir o beijo ficar mais ardente, se aprofundando mais e mais...

Eu não sabia o que fazer, e muito menos o que sentir. Era como se a minha cabeça quisesse uma coisa e o meu corpo outra, ambas as coisas completamente distintas.

Foi quando me senti "quente" novamente. Um grande calor que se estendia por todo o meu corpo. Descobri que amava aquela sensação. Eu não admitiria nunca em voz alta, mas eu estava gostando de tudo aquilo.

Antes que eu pudesse me dar conta, a minha mão estava em sua nuca, e eu sentia uma das suas na minha cintura. O que eu estou fazendo? Era como se eu não tivesse controle sobre o meu próprio corpo.

Quando nos separamos, eu estava ofegante. Não conseguia acreditar que aquilo realmente havia acontecido. Um beijo.

Você pediu sinceridade, e esse é o mais sincero que eu posso ser. - Ele diz respirando fundo em meio as palavras. - Espero que isso responda a sua pergunta... Se eu soubesse que seria assim, teria feito antes.

Sem dizer sequer uma palavra em resposta, eu coloco a minha mão sobre a minha boca, tampando-a. Aquilo não poderia ter acontecido. Eu fiz isso mesmo?

Ainda antes que eu respondesse, pude perceber Denji e o possesso Tubarão se aproximando do carro. Com isso, permaneci o silêncio.

Mesmo após Denji e o Tubarão adentrarem o carro e Aki dar a partida, o silêncio continuou sendo estabelecido. Isso até percebermos a Mulher Bomba parada em meio a estrada. Hayakawa parou o carro de uma vez em sua frente. A mulher nos mostrou duas cabeças arrancadas, segurando uma em cada mão.

— Monstro... - Aki diz se referindo á Bomba.

— Matei eles pra mostrar minha força. - Ela diz do lado de fora. - Eu queria manter as mortes no mínimo. Tire o Denji do carro e saia daqui.

Com isso, Aki dispara com o carro sem ligar para as palavras da mulher. Depressa, ela sobe no telhado e começa a gritar algo que não é possível que ouvíssemos. A única coisa perceptível era o barulho de explosões.

Quando olhei pelo retrovisor, vi Bomba e um dos caras da divisão especial se enfrentando.

— Parece que os reforços que solicitei chegaram. - Hayakawa diz olhando pelo vidro do carro.

Quando já estávamos distantes do lugar que Bomba havia ficado, eu ofereci um pouco do meu sangue para Denji e Possesso Tubarão, com a intenção de que regenerassem. Mas após, pude perceber Bomba pulando de prédio em prédio, causando explosões.

— Ela tá vindo. - Digo fazendo Aki franzir as sobrancelhas.

— Gah! - Ouço um barulho estranho, olho para trás e vejo Denji totalmente recuperado.

— Denji! A Bomba está vindo atrás de nós! - Digo fazendo com que o rapaz concorde com a cabeça e puxe a linha, se transformando em serra.

— Denji, não! Ainda não tem sangue suficiente! - Hayakawa repreende, mas ele não escuta.

Assim, Denji pula do carro e começa uma luta contra Bomba. Aki freia imediatamente e saca a sua katana, indo em direção a mulher bomba. Eu fico no carro esperando o Possesso Tubarão acordar e qualquer sinal de Hayakawa pedindo por reforços.

(...)

Em algum tempo, tive que entrar na briga com o Possesso Tubarão, que também havia acordado. Alguns reforços foram convocados, dentre eles, o meu irmão. A luta foi bastante sangrenta, e no final, Reze, ou melhor, a Mulher Bomba, havia acabado fugindo.

   Denji explicou que Reze seria sua namorada, que acabou o traindo... Mas não com chifres, com bombas.

   Naquela mesma noite, quando eu já estava em casa, a única coisa que passava pela minha cabeça mesmo depois de tudo aquilo era o beijo. O beijo...

* FlashBack On *

Visão Narrativa

— E então, o príncipe acordou a princesa adormecida com um beijo... - Kaito lê a história do livro ilustrado para as duas crianças que quase caiam em um sono, mas ao ouvir a última palavra, uma delas arregalou os olhos.

— Beijo? O que é um beijo? - Volpine, a garota demônio metade raposa, pergunta curiosa.

— Isso aqui. - Kaito mostra a imagem no livro.

— Eca... Mas o que isso significa?

— Quando duas pessoas se gostam de forma romântica, isso acontece. Um beijo. Está vendo? É o que aconteceu com a princesa.

— Mas ela estava dormindo. Como o príncipe descobriu se ela gostava dele ou não? - A criança franze o cenho.

— Uma pergunta complicada... - Ele diz e tenta desviar do assunto em seguida. - Mas o que você precisa saber é: No final, eles viveram felizes para sempre.

* FlashBack Off *

KITSUNE 🎭 - Aki Hayakawa (Chainsaw Man)Onde histórias criam vida. Descubra agora