00 | ᴘʀóʟᴏɢᴏ

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Angel, eu vou te pegar! - A híbrida dizia enquanto corria em beira-mar. - Tá' com você! - Ela encosta no ombro do irmão, que olhava estranhamente para o imenso oceano em sua frente.

— A maré parece agitada hoje. - O meio-anjo e meio-demônio estava entretido com a vista, isso até sua irmã o tirar do próprio transe.

— Se liga, Angel! - Ela dá um soquinho em seu ombro. - Não tem graça nenhuma brincar com você. Vou procurar por outras crianças, quem sabe elas queiram brincar comigo. - Volpine saltita em direção a pequena aldeia, deixando o irmão para trás.

— Não. Você vai ficar aqui. - Angel a segura pelas roupas e entra em sua frente, impedindo sua passagem pouco abrindo suas asas. - Ir atrás dos humanos? Isso é besteira. Eu mesmo posso brincar com você, tudo bem? Nós não precisamos deles.

— Ah. - Ela olha para a mão do irmão que apertava cautelosamente o tecido da sua roupa. - Esqueci que você não pode tocar neles. Assim você não seria incluído na brincadeira, certo? Desculpa. - Lentamente e ainda pensando em suas palavras, Angel solta sua gêmea inocente. - Como a boa irmã que sou, eu brincarei com você! - Volpine toca o ombro do irmão e corre em direção oposta. - Vamos. Tente me pegar!

(...)

— Papai, o dinheiro que você me deu foi roubado! - Um garoto com cerca de 5-6 anos choramingava ao seu pai, dono de uma pequena vendinha de legumes local.

— Oh criança. Não se preocupe, toma' aqui mais umas moedas. - Ele tira alguns trocados do bolso. - Compre seus doces, vai. - O vendedor empurra de leve o seu filho, em direção a porta.

Assim que a criança atravessa a saída do pequeno estabelecimento, o adulto vai até a janela frontal, que tinha uma vista privilegiada para a praia, onde ele observa os dois gêmeos híbridos brincando.

— Aqueles pirralhos demônio! - Ele soca a parede. - Aposto que foram eles quem tiraram o dinheiro do meu filho! - Resmunga. - Vão pagar. Eles vão pagar!

— Papai! - A porta é aberta as pressas, o barulho do sino é perceptível. - Olha, eu encontrei o dinheiro! Estava caído no chão. Devo ter deixado cair sem querer no caminho. - A criança mostra algum dinheiro de papel, enrolado. O mais velho solta um longo suspiro, percebendo que seu palpite sobre as crianças demônio estava errado.

(...)

— Ei. Tá acordado? - Volpine cutucava o irmão, que cochilava tranquilamente enrolado em suas asas de anjo.

— Não estava, mas agora estou. - Ele abre os olhos. - O que foi, Volpi?

— Ah, não era nada demais. - A garota se desanima.

— Nada disso. Você me acordou, agora vai me contar o que te incomoda. - Ele apoia a cabeça em seu punho fechado. - Vamos. Sou todo ouvidos.

— Eu só estava pensando sobre... Algumas coisas...

— Que coisas? - Angel pergunta franzindo as sobrancelhas.

— Acho que deveríamos encontrar outro lugar. Não me sinto bem-vinda aqui, principalmente em relação aos adultos, e creio que você também não. Você deveria saber disso melhor que eu, já que posso esconder a minha forma híbrida animalesca, já você... - Ela é cortada pelo irmão.

— Não posso esconder minhas asas. É isso que iria dizer, não? - Volpine concorda. - É. Eu sei.

— E então...?

— Nós não podemos sair assim, Volpi. Querendo ou não, eles nos acolheram de certa forma.

— Ou eles sentiram medo. Medo de nós. Por sermos demônios.

— Prefiro não pensar assim. - Angel se encolhe em meio as suas asas. - Pense em Kaito. Pense na Fumiko... - Diz o nome da garota de maneira mais leve.

— Você gosta da Fumiko, não gosta? - Angel é pego de surpresa, o que faz as penas de suas asas ficarem aflitas. O rabo e as orelhas de raposa são totalmente visíveis em Volpine, assim como as presas afiadas em seu sorriso travesso.

— O que está dizendo? Não diga bobagens. - Ele rebate. A cauda da garota balançava de um lado para o outro.

— Você gosta da Fumiko!!!

KITSUNE 🎭 - Aki Hayakawa (Chainsaw Man)Onde histórias criam vida. Descubra agora