19 | ɪʀᴍãᴏ

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— Que sono! - Digo me espreguiçando.

— Então durma, oras. - Responde Hayakawa.

— Boa ideia. - Encosto a cabeça no vidro do carro.

   Hayakawa e eu estávamos voltando para Tóquio. Dentro do carro, estávamos eu e Hayakawa na parte de trás, e o motorista fiel de Makima no banco do motorista.

   Nós ficamos na praia até o escurecer. Vimos o sol se pôr enquanto ele se refletia nas águas do mar, e até compramos sorvete! Foi divertido demais, e se eu pudesse, faria tudo de novo.

(...)

Abro meus olhos e percebo que ainda estava dentro do carro, que agora, estava vazio. Parado no estacionamento de frente para a Segurança Pública de Tóquio, eu estava sozinha.

Abri a porta do carro e desci, arrumando a minha roupa que havia ficado amassada, e em seguida, entrando pelas grandes portas do prédio.

Entrei no elevador e subi direto para o escritório de Makima. Quando abri a porta, ela estava sentada em sua cadeira, de frente para a mesa. Era como se ela já estivesse me esperando.

— Bem-vinda de volta. - Ela diz.

— Me largaram dentro do carro. - Digo enquanto me sento na cadeira paralela. - Nem se deram o trabalho de me acordar! - Me refiro a Hayakawa e o motorista. Makima sorri.

— Na verdade, fui eu quem pedi para Aki vir depressa. - Ela explica. - E o motorista não tem autorização para interagir com os membros da divisão número quatro.

— Ah. - Digo desanimada e com a intenção de encerrar o assunto.

— Você sabe o porquê de eu ter mandado Aki com você nessa missão? - Ela pergunta de repente, se levantando da cadeira e indo em direção à janela. - Creio que não saiba... - Não respondo. - Sabe. Eu não confio em você. - A olho de canto de olho com desconfiança. - Nem na Power ou Denji, e muito menos no seu irmão. - Ela continua. - Essa é uma dica que lhe dou: Nunca confie em ninguém.

— Por que desse discurso? - Pergunto sendo direta e ela dá de ombros.

— Gostaria de me certificar de algo. - Ela suspira. - Você já pode ir. Aki já me fez o relatório da missão.

Faço uma reverência respeitosa e saio pela porta. Depois dali, fui até o meu apartamento para encontrar com o meu irmão, isso enquanto pensava nas palavras de Makima e o que ela queria dizer com aquilo.

Quando adentro o apartamento atravessando a porta principal da cozinha, passo pela sala e não encontro Angel. Sigo até o corredor e o encontro penteando o cabelo desajeitado, de frente para o espelho do banheiro.

— Oi! - Eu sorrio e vou em sua direção para um abraço.

— Volpi! - Ele larga o pente e me abraça de volta. - Como foi a missão? - Questiona.

— Lhe contarei tudo em detalhes depois, mas o principal é: Eu fui até a praia!

(...)

   Contei sobre a missão nos mínimos detalhes a Angel, tirando as partes das crises de ansiedade e sonhos ruins. Não queria que ele soubesse que aquilo tinha voltado. Também contei sobre o tempo que passei com Aki, e o quão divertido foi. Apesar de tudo, ele foi um bom amigo durante esses dias.

— Volpi... - Angel parecia desanimado quando começou a falar. Me interrompeu bem quando cheguei na parte da praia, e no sorvete que fiz Hayakawa comprar para mim...

* FlashBack On *

— EU QUERO SORVETE! EU QUERO SORVETE, EU QUERO SORVETE! - Digo dando pulinhos assim que vi um sorveteiro passando com um carrinho cheio de sorvetes. - Humano Hayakawa, compra um sorvete pra mim!!!

— Não grite, estão olhando. - Ele olha para os lados vendo as pessoas que aproveitavam a praia todas nos encarando. - E fora que, se você se exaltar muito, suas orelhas demoníacas aparecem, então se acalma aê...

Quero sorvete... - Digo sussurrando.

— Já entendi. Não precisa repetir como um papagaio. Vou comprar algum, espera aqui. - Ele vai atrás do sorveteiro e eu comemoro.

* FlashBack Off *

— Oi? - Pergunto fazendo Angel continuar.

— Não se aproxime tanto de Hayakawa, tudo bem? Sei que você não faria isso, já que ele é meio... Estranho. E que foi apenas para a missão, mas eu gostaria que você lembrasse que, Hayakawa não suporta demônios, e é exatamente isso que somos... - Ele estava pouco cabisbaixo enquanto dizia.

— Tudo bem, irmão. Não se preocupa com isso não... - Tento amenizar.

— E tem mais... - Angel continua, mas agora, falando mais baixo. - Ouvi que Hayakawa vai viver apenas pelos próximos 5 anos, e que ele não passará disso.

— Ouviu de quem? - Pergunto curiosa.

— Power. - Ele responde.

— E você acredita nela? - Arqueio as sobrancelhas.

— Bom... Sim. - Ele ergue uma das mãos, apontando com o dedo indicador com a outra. - Sabe, Hayakawa tocou bem aqui há uns dias atrás, e eu não pude fazer nada para impedir. Não esperava que ele trocasse um bom tempo da sua vida apenas para me ajudar... - Angel parecia relembrar de algo. - Mas enfim... Ele não viverá muito. E isso é tudo que precisa saber.

KITSUNE 🎭 - Aki Hayakawa (Chainsaw Man)Onde histórias criam vida. Descubra agora