Capítulo 5

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Capítulo cinco – Abdicar.

Pete não sabia como e nem o porquê, mas Pran simplesmente começou a fazer parte de sua rotina, no dia seguinte ele já estava lá em sua porta com Pat, e estava assim há quase duas semanas, o ômega não reclamava, até porque era uma companhia a mais que Arm e Porsche, mesmo que Pran falasse muito, era um bom garoto, e querendo ou não, Pete sabia através do mais novo o que estavam falando dele por aí e até mesmo aconselhava o garoto.

― Vai de cada pessoa ― Pete disse enquanto fazia o almoço, Pran observava Macau na cestinha em cima do balcão ― Eu por exemplo saí transando quando tinha 20 anos, é uma coisa boa? Pra mim foi, mas não é uma regra.

― Eu acredito que cada um dá quando quer ― Porsche soltou e Pran ficou vermelho.

― Eu realmente tinha uma visão completamente diferente de você, Porsche ― Pran comentou ― Você sempre pareceu todo fofo ao lado do Kinn, então te ver falando assim me deixa com vergonha.

― Esse aqui é duas caras ― Pete disse apontando a colher de madeira para o amigo ― Ele só é fofo e idiota na frente de quem não conhece, mas espera até ter intimidade, ele vira o maior boca suja, eu ainda sou calmo perto dele.

― Calmo? Você quando quer falar merda é pior que eu ― Porsche rebateu ― E não se preocupe Pran, eu sou assim mesmo, e Kinn sabe como eu sou só pra te deixar a par, porque tem gente que acha que o Kinn não sabe com quem está.

― Ele te fode, como não vai saber? ― Pete soltou e riu ao ver a cara de Pran ― Por isso eu estou te dizendo, cada um faz sexo quando deseja, não sendo de menor, é lógico.

― Às vezes eu sinto vontade, claro que quando não estou no período fértil ― Pran suspirou ― Mas eu tenho medo da dor.

― Dói ― Pete falou e Porsche olhou para o ômega que estava de olhos arregalados ― Dói, mas fica bom.

― Você traumatizou o garoto ― Porsche riu ― O pior foi quando Arm disse que ia casar, Pete disse que ele casou porque estava com fogo no corpo.

― Eu ainda acho, foi um casamento rápido ― voltou a mexer na panela ― Mas sobre a dor, realmente dói, mas não é algo horrível, dá pra superar, entende? Mas é o que eu ia te dizer antes do Porsche falar merda, você quem deve decidir quando quer, isso é algo seu, até mesmo depois de casado, se você não quiser, eu tenho certeza que o... ― apontou para a parede e Pran entendeu ― Nunca vai te forçar, o que é o mínimo, mas poucos alfas fazem.

― Pete, sem querer ser invasivo, mas eu sou muito curioso em relação a isso ― Pran olhou para o ômega ― Você quis engravidar?

― Não ― riu ― Mas eu não me preveni, eu não usei os remédios e fui um grande idiota por não perceber que o Big era um beta alfa, jurava que ele era comum e que eu não poderia engravidar mesmo que ele me enchesse de porra.

― Eu não disse? ― Porsche apontou ― Fala merda.

― Cala a boca ― Pete bufou e Pran riu ― Eu fui muito errado e antes que você pergunte, não, eu não gostei da sensação de estar grávido, mas eu amo o Macau.

― Como é isso? As ômegas e os ômegas que vivem aqui sempre dizem que é a melhor sensação do mundo, que não há nada mais mágico ― Pran disse.

― Olha, cada um se sente de um jeito, mas não é para ser levado como regra ― Pete desligou o fogo ― Eu, Pete, não gostei nem um pouco de como o meu corpo ficou, não gostei das dores, não gostei dos enjoos e da merda da minha bexiga cheia a cada cinco minutos.

― Sério?

― Sério ― deu de ombros ― E eu nem vou falar da dor de parir, eu odiei com todas as forças, e quem disse que é a melhor dor que pode existir porque está dando a vida a um bebê, e puta mentiroso, é uma dor horrível e eu não recomendo.

Um bom pai  •vegaspete•Onde histórias criam vida. Descubra agora