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Capítulo – Conselhos.

 

Macau entrou em casa quase desmaiando, tinha corrido tanto que nem sabia como ainda estava de pé, o ômega entrou na sala e Pete estava ali sozinho, o mais velho o encarou com aquela cara que Macau sabia, sabia que o pai iria falar e não o deixaria sair dali.

― Eu tenho que me preocupar em te ver entrando em casa todo suado e parecendo que correu dos sentinelas da matilha? ― o mais velho perguntou e Macau se aproximou deixando os papéis na mesa, iria tentar sair da sala, mas foi só Pete fazer um barulho com a boca que o ômega sentou na poltrona ― Ótimo... Você quer conversar, filho?

― Se eu falar que não, o senhor deixa eu ir?

― Não é tão fácil assim, meu bem, você sabe ― Pete sorriu e cruzou os braços ― Vamos lá, filho, diga o que te aflige.

― O senhor não é bom em conselhos, pai.

― Quem disse?

― O Pran.

― E o Pran lá sabe de alguma coisa, Macau? Pran até um dia desses não sabia chupar um pau, eu que tive que aconselhar ele.

― Como se aconselha a chupar um pau?

― Então, você vai usar q- Macau! ― gritou e o ômega riu ― Não tente me enganar, diga logo.

― Eu gosto do Porchay.

― Isso eu já sei, me conte uma novidade, meu bem.

― Eu gosto dele, mas não sei se estou preparado para ouvir ele falar que gosta de mim, ou preparado para dizer que gosto dele com todas as letras, entendeu? ― soltou e Pete assentiu ― Eu sei que ele gosta de mim, eu sei disso, mas... Eu tenho medo de reagir de maneira idiota, pai. Você já viu como o Porchay é?

― Já ― fez uma careta ― Ele é completamente diferente do Porsche, o Che fingia ser um santo, mas era podre, falava mais merda que eu, mas o Porchay não... Aquele menino é tão comportado, desde pequeno, tão sensível...

― Então tá aí o meu medo! ― gritou ― Eu tenho medo de magoar ele, de falar uma merda e ele achar que eu realmente estou falando uma merda e não querer mais nada comigo.

― Certo... ― murmurou ― Vee! ― gritou e Macau revirou os olhos ― Querido, vem cá, por favor!

― O que foi, meu bem? ― Vegas entrou na sala e olhou para Macau ― Você está suado porque?

― Fui na casa do tio Porsche pegar uns papéis ― respondeu.

― Macau precisa de conselhos e nada melhor que você, meu amor ― o ômega disse e o alfa riu sentando ao lado do companheiro ― Por que eu tenho um conselho que com certeza ele não vai ouvir e até mesmo pode dar errado, mas você não, você vai dar um conselho bom, porque eu sou o explosivo desse relacionamento e você a calmaria, querido ― olhou para Macau que sorriu ― E Macau é como eu, já você parece com o Porchay.

― Pai você é foda pra caralho! ― Macau disse e Pete riu.

― Vocês dois... ― Vegas resmungou ― Veja bem, Macau, eu vou falar a mesma coisa que te disse mais cedo, apenas fale o que você sente, não tem certo ou errado, só diga os seus sentimentos.

― Mas se eu falar de maneira merda?

― Porchay cresceu com você, ele sabe como você é ― Vegas disse ― Quando eu conversava com seu pai eu sabia muito bem como ele era, na maioria das vezes xingava alguém, falava do meu pau, falava sobre o sexo que teve com o Big, xingava horrores todo mundo ― Pete riu ― Mas eu sabia que era o jeito dele e em nenhum momento me magoei, porque eu sabia que ele não estava me machucando, que ele não queria me machucar, apenas que ele estava se expressando da maneira que ele sabe se expressar.

Um bom pai  •vegaspete•Onde histórias criam vida. Descubra agora