Capítulo sete – Exausto.
Pete assim que fechou a porta de casa se encostou nela e sentou no chão, todo o choro que estava há meses aguentando veio naquele momento, as lágrimas fortes e os soluços altos. Vegas não sabia o que fazer, preferiu deixar o ômega chorar ali enquanto tomava Macau no colo e o fazia dormir sentindo seu cheiro, o pequeno ômega não poderia se quer sentir o cheiro do pai ou iria começar a chorar também.
Minutos se passaram e Pete continuou chorando, Macau dormiu e o alfa o deixou no sofá enrolado nos lençóis, se aproximou de Pete e tocou nos braços dele, o ômega levantou a cabeça e o encarou.
― Eu estou com tanta raiva ― disse ― Tanta raiva, Vegas.
― Põe para fora, não fica com isso dentro de você.
― Mas eu não quero, eu quero que essa raiva fique em mim até que eu veja essa mulher de novo e jogue tudo na cara dela ― disse chorando ― Eu só quero paz.
― Você é incrível, Pete, do pouco que te conheço te admiro muito.
― Eu estou exausto, Vegas. Eu não sei o que é dormir, eu não sei o que é comer direito, eu não sei o que é sair de casa, eu estou exausto e só quero um pouco de paz!
― Vem ― Vegas ajudou o ômega a levantar ― Consegue ir ao quarto sozinho? ― assentiu ― Vá e se deite.
― O Macau ― Pete tentou limpar o rosto e ir até o sofá para pegar o filho, mas Vegas não deixou.
― Eu vou chamar o Arm, você consegue esperar aqui? ― perguntou e Pete assentiu sentando na poltrona.
Enquanto Vegas saiu para chamar o irmão do ômega, Pete continuou ali chorando próximo ao filho.
Era tanta coisa que ele sentia, era uma mistura de sentimentos que ele não entendia, sua cabeça doía, seu corpo doía, tudo doía.
― Irmão? ― Pete piscou ouvindo a voz de Arm ― Pol, olha o Macau. Obrigado, Vegas.
― Por nada, me mantenha informado ― Vegas disse e se aproximou de Pete ― Você é um pai incrível, Pete.
― Eu sei ― tentou sorrir, mas as lágrimas não deixavam, Vegas beijou sua testa e se afastou.
― Vem irmão ― Arm puxou o irmão e o ajudou a andar até o quarto, assim que entraram o mais velho agarrou o mais novo em um abraço ― Chora, pode chorar, pode me apertar, pode até me bater... Mas coloque pra fora, por favor.
― Eu odeio tanto as pessoas, eu odeio tanto aquela mulher, eu odeio toda essa situação ― disse soluçando quase se engasgando ― Eu não sinto meu corpo, eu não tenho mais auto estima, eu não sei o que é sair, eu não sei o que é dormir, eu só... Eu não aguento mais, eu tô exausto!
― Shh...
― Eu odeio ela, Arm ― Pete se afastou e apertou o rosto do irmão ― Eu odeio ela, eu não gosto dela, tudo que ela me fez, a maneira que ela me tratou, como ela me expulsou, ela não é digna de nada, de nada, Arm.
― Eu sei, eu sei.
― Não ― Pete riu e afastou Arm, algo lhe dizia que iria vomitar ― Você não sabe, você não sabe o que é ouvir tudo o que eu ouço, você não sabe o que é aguentar tudo isso, eu amo tanto o Macau, mas as vezes eu só queria dormir, eu só queria descansar.
― Você é a pessoa mais forte que eu conheço, irmão ― Arm disse se aproximando e o puxando para o seu peito, foram andando até a cama, Arm deitou e o mais velho fez o mesmo ― Você é uma pessoa maravilhosa.
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Um bom pai •vegaspete•
FanfictionPete era oficialmente um pai ômega solteiro naquela matilha, julgado e sendo tratado como a pior pessoa do mundo, o ômega ainda tinha que ouvir que não era um bom pai só por dizer que não gostava de acordar cedo e nem ficar tendo que escutar choros...