Bônus – 8 anos.
Macau estava na fase de ler então Pete decidiu procurar alguns livrinhos na matilha vizinha, por mais que Porsche e Kinn tivessem investido nas crianças, ainda faltava livros e alguns materiais que chegariam em breve nos próximos meses. Por isso Pete decidiu ir à matilha vizinha com Pran para comprar, poderia ter trago Macau, mas o clima não estava bom para que a criança viajasse assim.
― Olha, esse tem desenhos ― Pran mostrou ― É interessante como as coisas mudam, quando eu era pequeno não tinha isso tudo.
― E eu, eu nem tinha papel direito ― Pete riu ― Ele não gosta mais de pintar como antes, mas vou levar um desses.
― Pete, eu acho que eu quero engravidar ― disse e Pete o encarou ― Eu já tenho 28 anos, já tá na hora, não é?
― Você quer ou não?
― Eu não sei, o Pat não fala se quer também.
― Eu sou suspeito para falar, Pran, por mim você não teria ― murmurou ― Mas você quem decide, o corpo é seu, os sentimentos são seus, se você quer, tenha, se não sabe... Acho bom pensar, conversar com o Pat.
― Às vezes eu quero e outras não, o Pat não diz nada ― deu de ombros ― Quando voltarmos vou conversar com ele.
― É, faça isso ― disse ― Você vai levar alguma coisa?
― Não, eu peguei alguns de pintar para os gêmeos ― falou ― E o Macau que eu nem vi essa semana.
― Ele passou a semana com o Big ainda deve estar com ele uma hora dessas, Vegas quase chorou e pediu para que eu fosse buscar o menino ― O ômega riu ― O Macau já tem oito anos e ele ainda não superou, até eu superei.
― Por você o Macau passava o mês com o Big.
― Também não é assim, uma semana é o suficiente ― O Saengtaam resmungou ― É meu filho, Pran, eu chamo atenção dele algumas vezes e tudo mais, só que eu não quero ele longe assim.
― Ele tá muito grande, o Big não é alto e nem você.
― Mas eu tenho pessoas altas na família, eu tenho quase certeza que ele vai passar de mim, não quero nem pensar nisso.
[...]
― Não quero não ― Macau disse se escondendo atrás de Big ― Não quero mesmo.
― Garoto, por favor, você só vai seguir e comprar o doce que você quer.
― Mas eu não quero ir sozinho ― resmungou ― Vai comigo, pai.
― Você precisa falar com as pessoas, filho ― puxou o ômega e segurou na mão dele ― Nem sempre o papai vai estar perto, você precisa aprender a falar, a pedir, ir comprar as coisas. Você não fala na escola?
― Porque eu já conheço eles.
― Mas antes, você não teve que falar com eles? ― rebateu e Macau resmungou ― Vamos lá comprar seu doce ― se aproximaram da banca ― Escolhe.
― Esse aqui ― apontou e a moça pegou.
― Algo mais, querido?
― N-não, obrigado ― agradeceu, Big pagou a moça e os dois continuaram andando pela feira ― Fui bem?
― Foi ótimo, filho ― O beta sorriu ― É assim mesmo, às vezes a gente precisa fazer um esforço e falar.
― Pai, aquela mulher ali não gosta do papai Pete ― Macau disse encarando a senhora e balançando a sacolinha com o doce ― Eu não gosto dela também.
― Por que ela não gosta do seu pai?
― Eu não sei, ela fica olhando feio pra ele quando a gente vem na feira, ela não é legal ― falou ― Ninguém pode ser malvado com o meu pai, sabia?
― Quem te disse isso?
― Papai Vee ― falou encarando a mulher e depois deu língua pra ela.
― Macau!
― Não gosto dela ― falou e Big tentou não rir.
― Mas ela é mais velha que você, é uma senhora, mesmo que ela não goste do seu pai, você não pode ficar dando língua pra ela ― explicou ― A gente faz melhor, a gente vai lá e fala ‘’tá olhando o que? Nunca viu um pai bonito que nem o meu? Não olha assim pra ele’’.
― Pode falar isso?
― Claro que pode ― murmurou ― Mas não xingue ela.
― Pai... O senhor tá falando verdade? Porque o papai Vegas diz que às vezes o senhor gosta de mentir.
― Eu não acredito que esse alfa filho da puta fica falando isso de mim!
― Ele falou.
― Ah caralho ― Big resmungou ― Eu vou quebrar seu pai na porrada.
― Vai não, o senhor não sabe bater ― Macau murmurou ― E o papai Vegas é alfa, o papai Pete disse que ele bate melhor.
― Iremos cortar nossos laços agora, Macau, você já está se bandeando? Eu achei que ia demorar.
― Nem sei o que é isso.
― Fala pro Vegas que eu tô puto com ele.
― Não posso falar coisa feia, papai.
― Fala que eu tô com raiva dele.
― Sim senhor ― disse ― Pray! ― gritou e acenou para a menina que andava com Kinn ― Tio Kinn!
― Cadê a cópia dela? ― Big perguntou.
― Porchay tá doente, pai, tio Porsche tá cuidando dele ― Macau disse, Pray deu tchau para o primo e Kinn também ― Pai, o Chay tá doente...
― Você me disse agora.
― Ele vai morrer igual a vovó? ― perguntou e Big suspirou, já estavam na porta da casa dele, entraram e Big foi para o sofá ― Pai?
― Sua avó morreu de uma doença diferente ― explicou e Macau sentou ao seu lado ― Ela já estava muito fraca, o Porchay não vai morrer por causa de um resfriado, entendeu?
― Irmãozão disse que ela foi pro céu, mas o papai Vegas disse que não, que ela morreu ― Macau falou se referindo a Pran como irmão ― Quem tá certo?
― Os dois ― Big sorriu pequeno ― Sua avó morreu, já conversamos sobre isso, mas você pode pensar que ela está em um lugar bom como dizem que é o céu, ou você pode apenas lembrar dela.
― Eu amava a vovó Nana ― Macau disse e Big sentiu vontade de chorar, sua mãe havia falecido há 6 meses, ele estava bem, mas era difícil ― Se ela morreu, ela me ama ainda?
― Ela te ama muito, muito mesmo ― Big respirou fundo ― Igual como o papai te ama muito e por isso vai fazer aquele nosso lanche incrível antes que o chato do Vegas chegue para te buscar.
― Papai não é chato, pai.
― É tanto do pai, meu filho ― Big disse e Macau ficou confuso ― Você não acha confuso ter esse tanto de pai?
― Não, é legal ― ele sorriu.
― Que bom então, ainda bem que é três e não quatro.
― Não entendi.
― Graças a Deus ― levantou ― Levanta cara.
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Um bom pai •vegaspete•
FanfictionPete era oficialmente um pai ômega solteiro naquela matilha, julgado e sendo tratado como a pior pessoa do mundo, o ômega ainda tinha que ouvir que não era um bom pai só por dizer que não gostava de acordar cedo e nem ficar tendo que escutar choros...