Bônus 4

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Bônus – 14 anos.

Macau encarou a menina dos pés à cabeça, Porchay e Pray o puxaram, mas ele continuou olhando para a menina até entrar na sala.

― Tio Pete vai ficar daquele jeito com você ― Pray disse indo sentar ― Você sabe que não é pra ficar respondendo esses idiotas.

― Elas falam do meu pai e eu tenho que ficar calado? Ah não enche, Pray, quando falam do tio Porsche você só falta arrancar os cabelos.

― Ele não mentiu ― Porchay deu de ombros sentando ― Mas ele não fez nada, só olhou pra cara dela.

― Mas você sabe que eles inventam tudo esse povo de merda ― Pray disse e Macau a olhou ― Que?

― Ela falou palavrão ― Macau caçoou.

― Hm, essa daí só não fala mais porque o papai Kinn fez ela prometer que não iria falar palavrão na frente dos outros ― Porchay murmurou ― Felizmente eu sendo o melhor filho.

― O teu... Você não é, nós somos ― Pray bufou.

― Ei, o que ela falou? ― Porchay perguntou segurando no braço do primo de criação.

Demorou para que o status deles se fizesse presente, até mesmo Kinn não conseguiu sentir, só quando fizeram 12 anos que o alfa conseguiu sentir que eram dois alfas, por isso quando menores viviam brigando, o alfa meio que imaginava, mas Porchay sempre foi muito calmo, na sua cabeça ele seria ômega. Foi uma surpresa.

― Ela começou a falar que meu pai nunca foi um ômega decente e que toda a matilha sabe ―resmungou ― Como se eu ligasse pra isso, meu pai é o melhor pai do mundo, ela tem é inveja porque ele é incrível.

― É isso aí, tio Pete é incrível ― Porchay repetiu e Pray assentiu ― Esse assunto morre aqui, certo?

― Morre ― Pray esticou a mão, Macau pegou e Porchay também ―Ninguém fala nada.

[...]

― Quem é a merdinha que estava te enchendo o saco na escola? ― Pete perguntou no jantar, Macau resmungou ― Aqui nessa matilha nada se esconde, tudo se sabe, eu nem sei como não vieram ver quando eu fui marcado!

― Pete, é uma criança ― Vegas murmurou ― Sei que está com raiva, eu também estou, mas é uma criança amor.

― Já tem 14 anos, Vegas, já sabe que certas coisas não pode falar ― Pete suspirou e olhou para o filho ― E aí, vai contar ou não?

― Não senhor ― Macau respondeu voltando a comer.

― Ok ― Pete balançou a cabeça ― Kim vai viajar semana que vem e seu tio Arm queria saber se você pode ajudá-lo com algumas coisas, se você for, ele disse que é pra chamar a Pray e o Porchay.

― Eu vou falar com eles, pai ― Macau disse e olhou para Vegas― O que foi?

― Você realmente não vai nos contar?

― Não pai ― Macau respondeu ― Não foi nada demais e vocês sabem, é coisa idiota que acontece sempre.

― Não é coisa idiota, é algo que precisamos ouvir da sua boca, se fosse para ficar ouvindo de velha fofoqueira do caralho, eu não estaria perguntando ― Vegas disse irritado, levantou e deixou o prato na mesa saindo da cozinha.

― Porra ― Pete disse surpreso e olhou para o filho que estava confuso ― Ai filho, nesses quase 14 anos que eu estou com seu pai, eu nunca ouvi ele falar palavrão assim.

― Eu nunca ouvi ele falar ― Macau disse assustado.

― Assim, você sabe, eu nunca escondi isso de você desde que você começou a entender as coisas com oito anos ― Pete disse ― Eu fui pai solteiro, eu e Big não tínhamos um relacionamento e eu criei você sozinho no começo porque seu pai não morava aqui e tinha que trabalhar para nos dar algo, então eu fui muito julgado, você sabe, você ouviu algumas vezes e você sabe o que eu acho dessas pessoas que falam.

― Que elas têm merda na cabeça.

― E mais coisas também, mas você não vai repetir porque é um anjo ― disse e Macau riu ― Só que eu consegui lidar, eu fui aprendendo a lidar e só a engolir e às vezes quando eu tinha vontade, eu respondia ― suspirou ― Seu pai Vegas, viveu alguns momentos assim comigo e ele teve que escutar muitas coisas, já me acusaram de traição, já falaram que ele não era seu pai e que eu me aproveitava dele, e eu acho que ele ver que você reage como se fosse normal, deixa ele puto.

― Mas eu não acho que é normal, eu sei que é uma coisa bem chata, eu não gosto, mas é como o senhor fala, eu não vou ligar, eu nem ligo, tem vezes que eu quero responder, mas aí os gêmeos me seguram ― riu ― Eu só não acho que seja legal trazer para dentro de casa, se querem falar que falem lá fora, mas eu não quero falar aqui em casa.

― Vai lá falar com o seu velho, daqui a pouco ele faz 50 anos, você sabe, a velhice é uma coisa assustadora ― Pete resmungou.

― Você tem 42 anos, pai.

― Vegas tem 44, ele é mais velho ― rebateu e o adolescente riu.

Macau levantou e foi até o quarto dos pais, Vegas estava ali dobrando as roupas que Pete havia lavado, o adolescente abraçou o Theerapanyakul por trás, o alfa virou e abraçou o filho.

― Ela falou que o papai nunca foi um ômega decente e que toda a matilha sabe ― Macau contou ― Eu não falei nada, só olhei pra cara dela e fui pra sala.

― Hm... ― resmungou.

― Pai, eu não vou rebater se esse é o medo, eu não vou falar nada, só ignorar ― Vegas suspirou.

― Você é a cópia do Pete em relação a personalidade, na verdade você é seus dois pais nisso, você diz que não vai e no final faz ― disse e Macau sorriu ― Eu só fico com medo de que algo te machuque, palavras podem machucar, e eu não quero que o meu lobinho se machuque, você é meu filho também, eu não quero que as pessoas sejam malvadas com você.

― Eu sei me defender, não se preocupe, e também eu sei que nada do que eles falam é verdade.

― Desculpa a maneira que eu falei, eu fiquei irritado, filho.

― Tudo bem, coisas assim acontecem ― abraçou o alfa mais apertado ― E eu não sou só igual aos meus pais de sangue, eu sou parecido com o senhor também.

― Em que?

― Eu sei fazer o papai Pete não falar palavrão ― disse e Vegas riu ― Além do que, eu sei pintar muito bem.

― Cadê ele?! ― Vegas e Macau se assustaram e saíram do quarto.

― Vai gritar na sua casa, Porsche! ― Pete gritou.

― Macau! ― o garoto se assustou quando Porsche ficou em sua frente ― Quem foi a menina que te falou merda?

― Tio?

― Eu disse Kinn, eu disse que no aniversário de 1 ano dele nós deveríamos ter feito a festa na praça e mandado todos os merdas embora se não dessem presente e o tratassem como rei ― Porsche disse olhando para o alfa que estava de braços cruzados, Pray e Porchay agarrados ao tronco do alfa ― Foda-se o que o Pete achava, não importava.

― Importava porque eu sou pai.

― E daí? ― olhou para Macau ― Fala pro tio quem foi que falou, juro que só vou lá conversar com os pais dela e ensinar a saída da matilha.

― Porsche ― Pete e Kinn resmungaram.

― Fala pro tio. 

Um bom pai  •vegaspete•Onde histórias criam vida. Descubra agora