você me abandonou

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Pov s/n

Koji: por que você quer me adotar do nada? - pergunta sem rodeios me deixando surpresa -

Confesso que demorei alguns segundos para o responder, ainda entendendo o que o estava acontecendo ali.

S/n: é uma longa história. - digo tentando me manter neutra, por mais que fosse difícil -

Estava sentindo uma felicidade tamanha, mas tinha que me manter controlada, mesmo que minha vontade fosse o abraçar fortemente nesse momento e não soltar mais.

Koji: eu tenho tempo. - diz sério -

Não me estranha ele ter essa personalidade tão forte e desconfiada, a vida no subterrâneo requer que aprendemos essas coisas para sobreviver.

Fico um tempo apenas o observando e pensando no que iria dizer, não acho que seria bom contar para ele toda a verdade agora,mas mentir agora e ele descobrir depois seria pior.

S/n: koji, o que você sabe sobre o seu passado? - pergunto isso com medo do que ele iria dizer -

Koji: por que quer saber disso? - me responde com outra pergunta -

S/n: apenas me responda, por favor? - peço com uma voz calma e baixa -

Koji: Sei que fui criado no subterrâneo, aonde tive que me aprender a virar para sobreviver, não conheci a minha mãe ou nenhum parente meu, que seja da minha família biológica. - diz sério e fica me olhando pensativo com o meu silêncio -

Ele sabe que era adotado, mas acho que deve pensar que foi abandonado, não via um jeito de contar para ele sem ser um assunto...chocante.

Não ia lhe explicar que o mesmo foi tirado de mim, vendido pelo próprio pai, porque o mesmo era um psicopata, que teve ciúmes do próprio filho e por esse motivo tomou essa decisão.

Koji: vai me dizer que é a minha parente? Ou então que é minha mãe - pergunta com deboche -

Mas seu sorriso de deboche vai sumindo assim que ele percebe que não digo nada, que fico apenas calada o observando, enquanto já estou com lágrimas nos olhos.

Koji: nem fodendo! - exclama surpreso, mas queria ter o repreendido pelo palavrão falado -

S/n: koji, e..eu sou a sua mãe. - digo esperando alguma reação, mas o mesmo permanecia igual uma estátua -

Se passaram alguns minutos em puro silêncio, mas que pareciam uma eternidade de angústia.

Koji: por que você me abandonou? - pergunta olhando para baixo -

S/n: e..eu não te abandonei, tiraram você de mim a força. - digo deixando que lágrimas rolassem pelas minhas bochechas -

Koji: por que não me procurou? - pergunta tentando ser forte, mas podia perceber que estava segurando o choro -

S/n: eu procurei, mas naquela época todas as evidências comprovavam que você estava morto, a história toda é muito complicada para contar agora. - digo fungando -

Koji: então agora você descobriu que estou vivo e decidiu dar uma de mãe? - ele pergunta agora me olhando - você acha que viria aqui contar essa história e eu iria concordar em ir embora com você? Se pensou isso está muito errada, você não é a minha mãe! - diz com raiva, enquanto lágrimas escorriam pelas suas bochechas -

Essas palavras me doeram , pareciam estar rasgando o meu coração, fiquei tão chocada que não tive nenhuma reação.

Imaginei que ele não ia aceitar essa informação, mas ele agiu pior do que o esperado.

Koji: voltei para o seu mundo encantado e finja que realmente morri. - diz e sai apressadamente dali -

Desabei em lágrimas, não ligando se estava chorando tão alto que daria para escutar do lado de fora, toda a dor que estava sentindo parecia estar se repetindo igual aquele dia.

Quando recebi a informação que ele tinha morrido e agora o mesmo diz na minha cara para que eu fingisse que ele realmente morreu.

Não sei por quanto tempo fiquei ali chorando, mas assim que me acalmei um pouco percebi que estava abraçada a Levi, enquanto estávamos sentados no chão.

Segurava nele fortemente, como se minha vida dependesse daquele abraço.

Percebi também que repetia incessavelmente a frase " ele me odeia, Levi".

Levi: ele não te odeia, está bem? Ele esta apenas com raiva, é muita informação para um garoto da idade dele entender. - diz tentando me acalmar por completo -

S/n: não Levi, ele realmente me odeia, vi isso em seus olhos. - digo com mais lágrimas brotando em meus olhos -

Ele me abraça mais forte, enquanto continuo a chorar baixinho.

Pov koji

Parecia louca, depois de tantos anos sem ter notícia da minha mãe biológica, sem saber quem ela era, como era, agora a mesma aparece em minha frente.

Estava com uma mistura de sentimentos, mas os que predominavam era a raiva, o  ódio e a tristeza.

Estava tão nervoso que disse coisas horríveis a ela, mas não sabia se a história que a mesma me contou era verdade.

Depois de dizer muitas coisas apenas sai apressadamente daquele escritório improvisado, comecei a correr para o mais longe dali e no caminho encontrei o tal capitão Levi e a responsável por cuidar da gente.

Ela tentou me parar para perguntar o que aconteceu, mas não conseguiu.

Pude escutar o choro de sofrimento daquela mulher que disse ser a minha mãe, ela chorava alto.

Pensei em voltar e me desculpar, mas meu orgulho não deixaria isso acontecer e também poderia ser apenas um teatro da parte dela, esperando que eu realmente voltasse lá.

Não sei se foram a perguntar o que aconteceu ou não, não olhei para trás, apenas continuei correndo, tentando fingir para a mais longe possível.

Quando finalmente cheguei no meu refúgio dasabei, a força que tinha foi embora, então cai ajoelhado no chão, debaixo daquela árvore que tinha virado a minha amiga.

Por mais que estivesse longe do orfanato ainda conseguia escutar o choro de sofrimento dela, ele se repetia sem parar na minha cabeça.

Parecia ser um choro tão realista e verdadeiro, se o que ela disse fosse realmente verdade, então ela não tinha culpa de nada.

Perdi a noção do tempo, mas tenho certeza que nunca tinha chorado tanto em toda a minha vida, que não é tão longa assim.

Depois de um tempo me acalmei e percebi que estava escorado na árvore, enquanto abraçava meus joelhos.

Pensei um pouco e olhei para além do horizonte, o vento fresco do fim de inverno e início de primavera batia em meu rosto.

Me virei um pouco para olhar em direção ao orfanato, mesmo que dali não desse para vê-lo.

Tomei coragem e um decisão, então me levantei rapidamente e enxuguei o rosto.

Comecei a correr em direção ao orfanato, não demorou muito para que estivesse chegando e pudesse ver minha suposta mãe e o capitão Levi na porta do orfanato, pareciam estar se despedindo.

Então acelerei ainda mais os meus passos para que pudesse chegar antes que fossem embora, não perderia a oportunidade que estava me sendo dada.


Continua...

Espero que vocês tenham gostado do capítulo.

Até o próximo capítulo.

Kiss😘😘

Como tudo Começou  ( Imagine Levi Ackerman)Onde histórias criam vida. Descubra agora