05 ══ você é uma piada

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YUTA ACABOU SE DESPEDINDO um pouco depois de almoçar. Taeyong obviamente não compreendeu essa ação dele, mas assim que ele lhe perguntou se também queria ir,  uma reviravolta no estômago do Lee se fez presente e quase que se sentiu obrigado a aceitar ir embora. Se não fosse por aquilo, queria ficar mais tempo apreciando a garota, por mais que ela estivesse agarrada a San neste momento.

— Tudo bem, nos vemos depois. — Ela se aproximou de Yuta e lhe deu um selar na bochecha, e quando chegou perto do mais velho, não sabia bem o que fazer.

— Pode me dar também, se quiser. — Não sabe de onde tirou essa coragem, e mesmo tentando esconder sua face de enjoado, até se sentiu melhorzinho quando sentiu sua bochecha sendo selada. E então, ele e Yuta seguiram para fora do shopping.

— Saiba que ela sempre se despede de mim assim. Então, já que você também recebeu porque deixou, ela vai sempre se despedir assim.

— Ah, entendi. Mas não é normal entre vocês, pois não?

— No país natal dela as pessoas se cumprimentam e se despedem com dois beijos, porém, aqui é diferente e ela só se despede com beijo na bochecha quem é próximo.

— Mas eu não sou próximo.

— Você deixou, então. É algo que depois você se habitua se a conhecer melhor. Normal você ter mais choque que eu, mas eu também tive. Um choque cultural.

— No meu caso nem é choque cultural. É choque de espécies e/ou raças. Minha família sempre falou que eu poderia ter, mas dizem para eu tomar cuidado.

— Nota-se que você ouviu eles.

— Cala a boca. — O Lee sentiu mais uma revira volta em seu estômago, desta vez ficando com a expressão de enjoado mais que notável.

— Você está bem?

— Minha barriga está... Não sei explicar. Parece que está andando às voltas. — Falou isso enquanto levava sua mão até à região. Yuta pegou na mão do mais velho e levou-o até um beco vazio sem saída.

— Solta para fora. Peço desculpa por ter te feito comer comida de humano.

— Porque está se desculpando? Você agora é adivinha para saber?

— Eu podia ter dito que não e íamos embora os dois.

— Relaxa, ok? Eu gostei daquela comida.

— Nota-se.

— Eu gostei quando estava comendo ela! — Yuta deu de ombros, vendo o Lee se dobrar um pouco. Sentia seu corpo como se quisesse expulsar tudo o que comeu, e não é que ele fez isso?

Taeyong, pela primeira vez, estava vomitando, e sentia que iria morrer. A agonia era tanta que ele não queria mais, estava preferindo que a comida ficasse dentro e não saísse. Sua garganta doía e sentia vontade de chorar, sendo que ele era um vampiro. Mas a humilhação já era tanta que se conteve e sentimentos e emoções que iam além de um vampiro.

Limpou sua boca com as costas da sua mão direita, se afastando daquele local vomitado, tendo o Nakamoto aproximado de si.

— Melhor eu ir. Obrigado. — Yuta era para falar algo, mas sabia que o Lee não estava em condições, então apenas assentiu. Taeyong olhou para o início do beco, certificando-se de que não passava ninguém, e então, desapareceu daquele lugar com a sua velocidade vampiro, só parando quando chegou em sua casa, entrando e se sentando no sofá rapidamente. Sentia-se de novo daquela forma, mas respirou fundo, pois já tinha deitado tudo fora, o que ele deitaria se vomitasse de novo?

— Que ódio. — Ele falou, ainda sentindo sua barriga daquele jeito. Ficou de olhos fechados até se sentir melhor, e consequentemente, batidas na sua porta foram ouvidas. — Estou indo. — Se levantou e se locomoveu até à porta, abrindo-a e revirando seus olhos ao ver quem era, querendo fechar a porta bem na sua cara, mas se conteve pois se esse pirralho estava aqui, com certeza era ordem do seu pai.

— Quanto tempo. — O mais novo falou, adentrando a casa sem menos ter permissão.

— Em que momento eu te dei permissão, duas décadas?

— Duas décadas e dois. Me respeite. — Taeyong acabou rindo.

— Você se acha mais do que é, Jeno. — Revelou o nome do vampiro mais novo, encarando-o com os braços cruzados. — O que meu pai quer para te fazer de pombo correio?

— Ele me contou o que aconteceu. — Falou enquanto analisava um quadro enorme que Taeyong tinha da sua família bem na parede da sala, esse que Taeyong não gostava, porém, tinha que o ter ali. Tinha membros da sua família que ele queria longe, e adivinhem, Jeno era um deles, embora no quadro ele estivesse ainda um pirralhinho vampiro. — Pensei que tivesse trocado.

— Já pensei, mas seu pai e meu pai se juntariam para me caçarem. Todos da família têm uma réplica desse quadro. Já eu, tenho o original. Se eu tivesse uma réplica, com certeza jogaria fora.

— Você tem um respeito tão lindo com a nossa família.

— Eu apenas não gosto da parte da sua família. Meu desejo é trocar por um bem maior da minha família. Ter que olhar para a sua cara é terrível, e olha que você é um pirralho.

— Você tinha quinze anos quando este quadro foi feito, não sou só eu o pirralho.

— Você tinha dez anos, quer mesmo falar?

— Quero. Tenho vinte e dois anos e sou bem mais responsável do que você. — Taeyong soltou uma gargalhada, fazendo o outro Lee o encarar, esse que até então estava encarando o quadro. — Eu nunca mordi um humano, por mais que tenha curiosidade para provar o sangue. Dizem ser doce, delicioso, mas eu não cheguei ao seu ponto. Eu espero até outubro, e me contento beijando boquinhas humanas. Sentir o cheiro delicioso de perto. Mas nunca cheguei ao seu ponto. Sabe porquê? Responsabilidade. Eu sei o que sou e o que eu posso causar.

— Palavras muito bonitas, mas eu não quero saber. Na verdade, não quero nem saber de você.

— Devia seguir meu exemplo, para que, no próximo ano, não cometa o mesmo erro.

— Eu desejo que você, em outubro, tenha sua língua mordida por uma dessas bocas humanas para ficar calado e não falar merda. — Agora foi Jeno que riu.

— Você é uma piada, Taeyong. Mas oh, eu tenho seguido você, se quer saber.

— Estamos em setembro. Sua mentira neste momento foi tão desvalorizada como sua existência na minha humilde vida.

— Eu estou falando a sério. — Taeyong teve vontade de rir de novo, mas o olhar do Lee mais novo fazia parecer que ele realmente estava a falar a sério.

E realmente estava, e Taeyong finalmente percebeu isso.

— E eu sei que você está interessado numa garota humana.

Fui morder um talarico e olha no que deu ══ lee taeyong Onde histórias criam vida. Descubra agora